quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Desafios de autores para autores: Dezembro (Calendário de Advento) - início da recepção dos trabalhos e regulamento das prendas...


Já com o desafio de Novembro terminado, publicado e a ser bastante lido (se ainda não teve oportunidade de o fazer, fica aqui o link: https://tectonuvens.blogspot.com/2020/11/desafios-de-autores-para-autores-s.html), é agora o momento para tratarmos do nosso calendário de Advento que é, como quem diz, o desafio de Dezembro.

Calendário de Advento

Muito populares, em vários formatos, com diferentes ofertas, são daquelas tradições universais e intemporais.
O que propomos de 1 de Dezembro até ao dia 24 (de manhã) é ter prendinhas para os leitores do blogue. Em qualquer dia podem enviar-nos um texto (poesia ou prosa); um pensamento, um desenho, uma fotografia, etc., alusiva ao Natal. Os trabalhos serão colocados à medida que chegarem e as participações são ilimitadas. A vossa criatividade e espírito natalício serão o limite: se acabaram de decorar a casa e acham que esta merece uma foto, pode ser essa a vossa contribuição do dia. Também podem fotografar os vossos doces de Natal; partilhar um pensamento, uma ideia daquele dia...
Se conseguirem fazê-lo com qualidade para partilhar também podem fazer participações em vídeo e áudio.
Podem participar quantas vezes vos apetecer.
De um modo completamente aleatório, vamos escolher uma participação para receber uma prenda. Se houver comentários, usando o mesmo método que para as participações, escolheremos também um para uma prenda, desde que o autor do comentário nos forneça um endereço de email válido.

Podem enviar os trabalhos desde já e em grupo mas, a menos que instruídos em sentido contrário, só colocaremos um trabalho de cada autor por dia. No blogue os trabalhos apresentados serão do "Dia 1" para o "Dia 24" de modo a que a cada acesso ao blogue sejam os trabalhos do dia os que aparecem em primeiro lugar. Não há recolher obrigatório para os trabalhos mas para nos organizarmos, em cada dia só publicaremos os trabalhos chegados até às 23 horas, a partir dessa hora, são trabalhos do dia seguinte. Voltamos a lembrar que os trabalhos do dia 24 têm de chegar da parte da manhã (excepcionalmente aceitaremos ao longo do dia 23 trabalhos que os autores desejem que sejam colocados apenas a 24.

Agora as prendas...

Os comentários vão estar abertos, nos termos habituais (são moderados, pelo que têm que ser aprovados antes de serem visíveis, o que pode demorar algum tempo, não vale a pena repetir o comentário, aguardem por um horário mais consentâneo com o expediente para verem se está publicado - por favor, alguma pena pelos humanos que vão ter de validar comentários entre compras, cozinhados e, esperemos, comer rabanadas e afins com a família...-), podem expressar a vossa predilecção por algum dos trabalhos ou fazer um comentário que vos pareça pertinente. De 10 em 10 dias: 10, 20 e 30 sortearemos um dos comentários para receber uma prenda (só entram no sorteio os comentários entrados nesse intervalo de tempo). Por esse motivo é pertinente deixarem ficar um endereço de email para poderem ser contactados (se não desejarem que ele seja visível, basta escreverem isso no vosso comentário, guardaremos o endereço para contactar em caso de prémio, mas apagaremos o endereço na postagem do comentário) - terão depois de estar atentos ao vosso email para nos fornecerem a morada para onde enviar a prenda.
Fechamos a recepção de trabalhos no dia 24 e os comentários no dia 31 de Dezembro, 2020. Tanto os trabalhos como os comentários serão numerados e vamos usar o número da sorte do totoloto do dia 2 de Janeiro de 2021 para atribuir o prémio entre todos os participantes e um outro prémio a sortear entre todos os comentários (ao sorteio, habitualmente, irão os números iguais ao sorteado e todos aqueles que tiverem a mesma terminação).

E as prendas são:

Para dia 10, 20 e 30, como calculamos que entre o álcool-gel, o frio e, esperamos nós, a satisfação pelos trabalhos publicados, as mãos estejam um bocadinho incomodadas com tanto esfregar, resolvemos dar-lhes um miminho: excelentes cremes para as mãos da Yves Rocher.


Para o sorteio final para os comentários e também os participantes: um livro em edição de capa dura de "Um cheirinho a Natal".


E mais? Nunca se sabe, o Pai Natal da Tecto de Nuvens pode sentir-se generoso, caso sinta muito carinho e espírito natalício a pairar pelo blogue. 




A participação, com trabalhos e/ou comentários, está aberta a todos. Participe, divulgue, divirta-se e tenha um muito feliz Natal!

Em caso de dúvida pode enviar email para o endereço de onde recebeu este email ou, caso esteja a ver no blogue, pode contactar-nos pelo email informacoes@tecto-de-nuvens.pt

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Livro: "Um cheirinho a Natal - lançamento oficial

Hoje, dia 17 de Novembro, Dia Mundial da Criatividade, lançamos a nossa nova colectânea de poesia de Natal. Nunca como este ano houve a necessidade de usar de toda a criatividade para celebrar e espalhar o espírito do Natal.


Um cheirinho a Natal - Colectânea de Poesia de Natal – Vários autores
72 páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2020 (Novembro)
PVP 9,00 €

“São muito os sentidos, e as emoções, associados ao Natal e espelhados nos 23 poemas deste livro (com o bónus de mais 2 para que, tipo calendário de advento, possam ler um poema por dia do início de Dezembro ao dia de Natal). 
Neste, inesperadamente, inusitado ano de 2020 os sentimentos dividem-se na mesma proporção do “normal”: o novo e o “clássico”. Queremos o Natal da nossa memória, queremos as nossas tradições; mas também queremos um Natal, nem que seja o tal “novo normal”. (…) Festejem este Natal como  puderem, mas não deixem de o festejar. Feliz Natal!”

Pode ler um excerto do livro aqui:  

http://tecto-de-nuvens.pt/img/cms/Um%20cheirinho%20a%20Natal_visualiza%C3%A7%C3%A3o.pdf

Veja mais livros de Natal em:

https://tectonuvens.blogspot.com/2020/10/livros-de-natal.html


Encomendas e pedidos de informação para: loja@tecto-de-nuvens.pt ou pelos telefones 224807820 e 960131916


quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Reportagem feita com Ilda Pinto Almeida


Como não sabemos se vamos ter em Portugal acesso à reportagem da SIC Internacional, ao que julgamos saber fazendo parte de um ciclo de reportagens sobre a comunidade portuguesa nos Estados Unidos, deixamos aqui os links disponibilizados pela autora na sua página do Facebook.
É sempre bom podermos festejar o sucesso dos nossos compatriotas, dentro ou fora de portas, mas há, naturalmente, um orgulho especial quando se trata de alguém tão próximo de nós, um elemento da família Tecto de Nuvens, com quem publicou o seu primeiro livro em 2009, acção que já repetiu por mais 3 vezes, sem contar que é presença assídua nas nossas colectâneas.
Para quem não a conhece pessoalmente fica a voz da autora e o seu inconfundível sorriso, que se percebe mesmo com a máscara...

https://www.facebook.com/100001604814820/posts/3724867250910065/?d=n

https://www.facebook.com/100001604814820/posts/3724842934245830/?d=n

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Desafios de autores para autores: S. Martinho (Novembro)



Sejam bem-vindos ao nosso magusto, não de castanhas, mas de talento...
Neste penúltimo desafio do ano, foi usado simbolicamente o S. Martinho, a festa que marca uma última oportunidade para festas de exterior (é favor considerar todos os outros anos antes de 2020) antes de entrar o frio e o Inverno. O desafio era, pois, escrever ou sobre os últimos dias de bom tempo ou sobre os primeiros dias de frio, ou sobre os dois, ou memórias de S. Martinho.
O desafio poderia incluir as típicas quadras, mas não era um requisito, prosa ou poesia, memórias ou ficção era o pedido. Estilo livre.
Um muito obrigado aos autores por mais uma vez nos brindarem com o seu talento.
Boas leituras e bom S. Martinho!



neste fumo da fogueira

nesta fogueira onde assamos castanhas,
lembramo-nos dos castanheiros,
                                               (sim, daqueles que não vergam!)

e somos, e vamos, por aí, pelos becos,
assando o fruto do castanheiro,
pela calada do dia, sorridente como o sol,
vergamos ao som da lua,
mas as estrelas estão lá,
                                    para as vermos fumegar.

ai, se eu tivesse umas mãos, que acabassem,
com o terror,
eu ia comer castanhas e beber o vinho,
da alegria em multidão,
                                assim, sem o verdejar,
dos tamborins e o alvorecer das harpas,
me sinto fugitivo,
                       em alvoroço,
por não chegar ao fumo da fogueira.

Joaquim Armindo


estava eu sentado, para não fugir

estava eu sentado, na alegria de conservar os meus mares,
quando senti a verruga,
do linchamento,
por isso, fui desamparado,
                                      ziguezague, ziguezague, ziguezague,
nos ombros da fugidia, dos relâmpagos,
e das lamparinas serenas do meu sonhar,

alto – disse eu – não vou ficar sentado,
e levantei como um tronco,
                                       do florescer das nossas vidas,
alto – disse eu – não vou ficar sentado,
e vi a maresia,
                                       as marés não nos deixam sós,

assim na música dos ouvidos, naquela que ouvimos pela manhã,
sim, vão aparecer as escadas,
que nos livram dos ventos frios,
nas noites do nevoeiro.

Joaquim Armindo


Outono

O verão é já lembrança
Foi-se o tempo do estio
O outono com pujança
Pinta a paisagem com brio!

O astro-rei amornou
Beija a pele com carinho
O outono já chegou!
Lentamente de mansinho!

Evolam-se os odores
Dos campos e dos pomares
Numa amálgama de cores
E perfumes pelos ares!

Muda, aos poucos, a paisagem
Profusão em pigmento!
Nos tapetes da folhagem
Vai-se a vida no momento!…

Folha a folha vai caindo
Com mestria e singeleza
Cada árvore se despindo
Adormece a natureza!

Dulce Sousa


NESTE TEMPO

Neste tempo
que rouba o tempo
e leva de nós o convívio
os abraços e os beijos
e os pequenos prazeres
que à vida
e ao tempo
dão o seu real o valor;

Neste tempo
que rouba o tempo
é tempo de em casa ficar
há que arranjar estratégias
para ao tempo o tempo roubar
e ao tempo negar tempo
fazendo o tempo voar
sem que nos deixe tempo
para no tempo pensar;

Neste tempo
que rouba o tempo
é tempo para criar
envolveres teu pensamento
sem que ao tempo dês tempo
para no tempo pensares.
Este tempo vai passar!

Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal – 02/11/2020


Sonhei

Sonhei.
Sonhei um mundo d’Amor
em perpétuo crescimento
como se fora no vento
na asa do meu pensamento
corria os caminhos da Terra
dela erradicava a guerra
e o ódio que a fomenta.

Sonhei…
Meu sonho, uma bela quimera!
Meu sonho é pisado na terra.
O ódio acende mais guerra
A saltitar pela Terra.
Sem espaço definido.
A saltitar pela Terra
Mata, impõe sofrimento,
Em qualquer lugar e momento.

Sonhei
Sonhei um mundo d’Amor
A progredir sobre a Terra
Abraçar em seus braços
O sofrimento e a dor.
Meu sonho, uma bela quimera!
Meu sonho é pisado na terra.

Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 03/11/2020


O Cão de olhos-verdes

Laranja.
Um laranja acastanhado.
Aqui e acolá diluindo-se nas poças d’água salgada reflete-se em tons púrpura.
Assim se despedia um Sol, pressentido, por detrás das nuvens espessas, escuras de bronze, num fim de tarde de testemunho de Verão para Outono ...
A areia rangia, massajando os pés alvos, descalços, em grãos de cascalho, de conchas partidas e seixos rolados multicores, quebrados pelas últimas marés de equinócio-.
Dois pontos castanhos, bailavam junto à espuma em vaivém e cadência ritmada e uníssona.
Distinguiam-se no tamanho e, observando melhor, no ritmo mais nervoso de um dos vultos..
No aproximar, lento, um era alto e esguio em movimentos lentos; outro em espasmos nervosos, mais horizontal, tocando e encaixando-se, como em dança coreografada, nos movimentos do primeiro.
Já mais próximo e sob uma chuva miudinha molha-tolos, os pontos tomam forma - um Homem e um Cão!
Calças de bombazina, castanhas, compridas até umas botas de caminheiro, gastas, de talvez muitas areias; debaixo de um enorme casaco de cabedal castanho-curtido, de vez em quando um rasgão de camisola púrpura; movimentos soltos de cachecol branco afagando uma cabeleira camurça-grisalha ...
Sons fortes, curtos, entre sorriso e ordem mas suaves, entrecruzam-se com latidos soltos, felizes.
Pêlo curto-sedoso, castanho-camurça quase laranja, polvilhado de branco no peito e de luvas brancas ansiosas.
Na cadência de movimentos formam mancha laranja, sincopada, em harmonia silenciosa com a valsa lenta da maré vaza.
Na passagem, por um momento fugaz, senti a força de dois pares de olhos verdes sorrindo, cúmplices, em Paz! 

Bastos Vianna



Quadras de S. Martinho

S. Martinho quem te entregou
Essa conversa do vinho
Do frio aparece o calor
Teu manto é do pobrezinho

O gelo surge em fogueira
Desse manto cortado a meio
Do teu corpo raia o verão
Que bate no pobre em cheio

Venham castanhas e vinho
Alfaiate apruma o corte
Ao cavaleiro coragem
Ao pedinte melhor sorte

O curtidor assim o quer
E o restaurador também
A todos a tua proteção
Para que o mundo fique bem

Nascestes em Tours, Gália
E aí te recolhestes
Pela Europa espalhastes a fé
Foi Cristo que elegestes

Manuel José Martins



Outono junto à Janela do Quarto

Uma goteira anuncia fins de Verão. Uma duas três De madrugada, à terceira, corro a entreabrir a janela. O primeiro cheiro a terra molhada invade o espaço. Tia Teresa dizia, lá na minha infância, são os deuses a chorar … - Estão é a fazer xixi, brincava o tio João.
Adoro quando ela vem, De mansinho, Uma duas três …e depois Em crescendo, sussurrando, gritando, Rindo, chorando, contra os vidros, e Depois novamente suave, acalmando adormecendo.
Choram os olhos do menino verde da Amazónia No papel guache de madeiras sentidas Florestas verdes e castanhas.
E a chuva do duche no corpo dela, Imagino como será lavar-lhe o cabelo em espuma.
E beber a última gota a escorrer junto ao colo …
Cheiro de humidade em terra vermelha a caminho da Rodésia E a Matope no rio Chiveve Ou de areia molhada junto às águas azuis do Bilene Mergulhos sob chuva no Pacífico.
Chuva de lágrimas, nos olhos, Verde cobalto, da Mulher na explanada Doces serenas em cadência.
E o riso, O riso da minha filha Brincando com o Outono nas folhas caídas em enxurrada No reflexo do brilho dos olhos d`avó encantados.
Chuva que lava a alma Dos amores de verão Retempera o verdadeiro sentido Anuncia a vaidade dos fatos completos de Inverno.
A tempestade nos olhos do meu filho … - Tens medo Pai? (Tenho, tenho da Mulher Séria, um medo que me pele) -Não filho. Dá-me a mão e vamos lá …
Chuva que adivinha a saudade do futuro Junto à lareira, com o fogo Aquecendo o soalho de madeira, nos corpos nus deitados Conversando palavras soltas. O pardal no beiral do telhado encharcado As gaivotas recolhidas no lago A impala bebendo no sopé da Gorongosa E a leoa rondando …
E a Terra …porquê A terra? Se O planeta terra ?! Então porque não A Marte? Ou A Júpiter !? Porque não O Terra ou simplesmente Terra como Vénus? Talvez por ser o/a única que gere …como O feminino, Como A Mulher que chora, por si, pelos filhos e pelo Home dela.
Chuva Dourada no Lago Malawi De Prata na Lagoa da Vela. Fugaz viajando buscando Sempre atrás dela,
Abrigando-se, percorrendo o corredor Do hotel, número do quarto em memória, Um dois três Ao terceiro abrirá a porta (?) Hora mágica do virar do dia O coração a transbordar dele, Como chuva, regará o sorriso dela.

Bastos Vianna