domingo, 3 de dezembro de 2023

Sofia Pinto da Silva, autora de "Deliciosamente Mágicos" - 2º lugar no concurso de conto infanto/juvenil Tecto de Nuvens - em entrevista


Sofia Pinto da Silva, professora e mãe de quatro filhos, concebeu uma forma divertida, e deliciosa, de nos fazer pensar sobre a alimentação e hábitos saudáveis. Com a mesma facilidade, imaginação e arte com que ilustra, pintou um conto cheio de cores, de detalhes de sensações que levam o leitor numa viagem que mexe com todos os sentidos.
Nesta entrevista explica-nos como foi possível abordar uma temática séria, ensinar uns quantos conceitos básicos de saúde e nutrição, num conto que é um regalo de imaginação - daí o seu brilhante segundo lugar no nosso concurso. Sofia Pinto da Silva, 53 anos, de voz própria e na primeira pessoa:


  Conte-nos como e porquê começou a escrever, por paixão ou por necessidade?

Se existe paixão, existe necessidade, julgo que uma não vive sem a outra. Por isso, posso dizer que no meu caso as duas são válidas. A paixão provoca a necessidade e a necessidade alimenta a paixão.
Comecei a escrever há vários anos, sobretudo inspirada pelas experiências da maternidade. Sou uma mãe de quatro filhos que sempre gostou de inventar histórias para contar. Quando todos ainda eram pequenos fui submetida a uma cirurgia que me obrigou a ficar algum tempo parada. Foi nessa altura que comecei a passar para o papel algumas das histórias que há muito habitavam na minha imaginação. Muitas delas foram acompanhadas por ilustrações minhas, outras, surgiram em forma de ilustração que depois passou a escrita.

  Qual o papel que a escrita ocupa na sua vida?

A escrita é um lugar para o qual gosto sempre de voltar. Posso estar muito tempo sem escrever, mas quando recomeço é como se estivesse a voltar à casa de um velho amigo, que apesar de não me ver há muito tempo me recebe como se ainda ontem nos tivéssemos cruzado.
E assim vou escrevendo, sem horários nem tempo marcado. Posso dizer que a par da ilustração, a escrita é para mim um lugar onde tudo tem cor e onde todos somos felizes.

  Sempre sonhou publicar um livro?

De certa forma, sim. Quando criamos alguma coisa, seja ela em forma de música, escrita, pintura, o fim último é que essa criação possa ser partilhada com outros, de outro modo não faria sentido.
Este não é o primeiro livro que tenho publicado, nessa medida, este é um sonho que já começou a tomar forma há alguns anos.
A sensação que tenho, sempre que acabo de criar uma história, é a de que fui apenas o veículo que permitiu dar forma a uma ideia que me bateu à porta. Quando as histórias que escrevo passam para um livro, sinto que já não são minhas, mas de todos os que as quiserem ou puderem ler.
Gosto de pensar que deste modo posso partilhar os meus sonhos com os outos.

  Qual é a sensação que tem ao ver, agora, o seu livro nas mãos? E em relação à capa que tem ilustração e concepção suas?

Atualmente assistimos a muitas coisas de forma virtual, através dos nossos ecrãs. Eu gosto de pensar que há certas experiências, como a da leitura, que saem a ganhar quando são vividas num encontro muito pessoal entre o leitor e o toque do livro. Sobretudo se estivermos a falar de crianças e jovens onde o contacto físico com o objeto/livro é muito importante. Fico contente por pensar que a minha história passou para um livro e agradeço à editora Tecto de Nuvens por o ter tornado possível.
Quanto à capa, passou por várias fases até ficar terminada. Muitas vezes, enquanto observadores, não nos apercebemos do processo que levou, neste caso a capa de um livro, a ganhar esta ou aquela forma. Eu diria que é um processo quase tão complexo como o da escrita, tentar resumir numa imagem aquilo que queremos que passe para os leitores, que os faça ter vontade de pensar, «por que não pegar neste livro?».

  Tem algum projecto a ser desenvolvido, actualmente? Pensa publicar mais algum livro? Continua a sentir vontade de escrever?

Tenho sempre várias coisas entre mãos, ilustrações, textos, pinturas, que vou desenvolvendo a par da minha profissão de professora. Claro que desejava poder publicar todas as coisas que tenho feito, mas não é fácil. Portugal é um país muito pequeno e somos muitos a fazer as mesmas coisas. Normalmente, quem tem uma visibilidade mais mediática é quem sai a ganhar.

  Fale-nos um pouco sobre o seu livro.

Nas escolas, todos os anos, celebramos o Dia Mundial da Alimentação. Há uma grande preocupação com este assunto, já que temos vindo a assistir a um aumento de níveis de obesidade entre as nossas crianças e jovens. Pegando num tema que a todos nos preocupa, resolvi, de uma forma divertida, criar esta aventura onde a personagem principal, Zé Limão, embarca numa viagem até a um reino deliciosamente mágico, mas demasiadamente desregrado. 

  Existe alguma parte do livro, em particular, que goste mais. Porquê?

               Nenhuma em particular. Penso que a história vive como um todo.

 

  Indique as razões pelas quais aconselharia as pessoas a lerem o seu livro? O que acha mais apelativo no seu livro?

Talvez por ser uma história que fala de um tema sério de uma forma mais leve. É muito importante termos hábitos de alimentação saudáveis, mas não podemos cair no exagero. Como em tudo, o equilíbrio é muito importante.

Espero que através da aventura vivida pelo protagonista, pequenos e grandes leitores possam refletir sobre este tema de uma forma mais divertida.

  Qual é o seu estilo de escrita ou que tipo de mensagem gosta de passar no que escreve?

Não sei definir o meu estilo de escrita. Nunca se é bom advogado em causa própria. Posso talvez salientar uma característica que penso que está presente em quase tudo o que escrevo, que é o sentido de humor.
Eu não vejo a escrita como uma forma de passar mensagens, mas antes como uma forma de levantar questões que cada um responderá à sua maneira. Temos em nós a capacidade de mudança e a escrita, assim como todas as formas de arte, pode servir para nos questionar, para nos fazer olhar para as coisas de uma nova perspetiva. Tenho a certeza de que cada um retira mensagens diferentes de um mesmo livro.

  Qual o papel das redes sociais na vida e na divulgação da obra de um autor? E na sua?

Por opção, não tenho redes sociais, embora tenha a noção da sua importância para a divulgação de obras e de autores. É uma questão que ainda estou a equacionar.

  Gosta de ler? Que tipo de leitor é que é?

Gosto de ler, claro.
Não sei se me enquadro em algum tipo específico de leitor. Gosto muito de ler poesia, por exemplo. Neste momento confesso que prefiro ler livros menos longos para ter a certeza de que os vou acabar.  O trabalho de professor por vezes esgota as nossas forças, por isso, a disponibilidade para criar momentos de leitura nem sempre é a que desejaria.

 


Deliciosamente Mágicos; Sofia Pinto da Silva
PVP: 8,00€
58 páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2023

Zé Limão tinha sido habituado a uma alimentação saudável e regrada, mas, um dia, tudo mudou.
Quando descobre o imenso mundo dos paladares, até então desconhecido, embarca numa mirabolante aventura que o conduz até ao reino “Deliciosamente Mágico”.
Será que neste reino tudo é tão doce e saboroso como imaginou?



Livro disponível nas principais plataformas nacionais e internacionais e na nossa loja online.

Pode encomendar enviando email para loja@tecto-de-nuvens.pt

Calendário de Advento - Desafio de autores para autores - Dezembro

 


Calendário de Advento


Muito populares, em vários formatos, com diferentes ofertas, são daquelas tradições universais e intemporais.
O que propomos de 1 de Dezembro até ao dia 23 é ter prendinhas para os leitores do blogue. Em qualquer dia podem enviar-nos um texto (poesia ou prosa); um pensamento, um desenho, uma fotografia, etc., alusiva ao Natal. Os trabalhos serão colocados à medida que chegarem e as participações são ilimitadas. A vossa criatividade e espírito natalício serão o limite: se acabaram de decorar a casa e acham que esta merece uma foto, pode ser essa a vossa contribuição do dia. Também podem fotografar os vossos doces de Natal; partilhar um pensamento, uma ideia daquele dia...
Se conseguirem fazê-lo com qualidade para partilhar também podem fazer participações em vídeo e áudio.
Podem participar quantas vezes vos apetecer.
De um modo completamente aleatório, vamos escolher uma participação para receber uma prenda. Se houver comentários, usando o mesmo método que para as participações, escolheremos também um para uma prenda, desde que o autor do comentário nos forneça um endereço de email válido.

Colocaremos os trabalhos a partir do dia 1 de Dezembro, sempre que houver trabalhos novos.
Os trabalhos serão colocados por ordem de chegada, independentemente do dia, do autor ou do número de participações do mesmo.

Agora as prendas...


Os comentários vão estar abertos, nos termos habituais (são moderados, pelo que têm que ser aprovados antes de serem visíveis, o que pode demorar algum tempo, não vale a pena repetir o comentário, aguardem por um horário mais consentâneo com o expediente para verem se está publicado - por favor, alguma pena pelos humanos que vão ter de validar comentários entre compras, cozinhados e, esperemos, comer rabanadas e afins com a família...-), podem expressar a vossa predilecção por algum dos trabalhos ou fazer um comentário que vos pareça pertinente. De 10 em 10 dias: 10, 20 e 30 sortearemos um dos comentários para receber uma prenda (só entram no sorteio os comentários entrados nesse intervalo de tempo e devidamente identificados). Por esse motivo é pertinente deixarem ficar um endereço de email para poderem ser contactados (se não desejarem que ele seja visível, basta escreverem isso no vosso comentário, guardaremos o endereço para contactar em caso de prémio, mas apagaremos o endereço na postagem do comentário) - terão depois de estar atentos ao vosso email para nos fornecerem a morada para onde enviar a prenda.

Fechamos a recepção de trabalhos no dia 23, ao meio-dia, e os comentários no dia 31 de Dezembro, 2023. Tanto os trabalhos como os comentários serão numerados e vamos usar o número da sorte do totoloto do dia 6 de Janeiro de 2024 para atribuir o prémio entre todos os participantes e um outro prémio a sortear entre todos os comentários (ao sorteio, habitualmente, irão os números iguais ao sorteado e todos aqueles que tiverem a mesma terminação).

E as prendas são:


SURPRESA!!! - (na melhor tradição dos calendários de advento) para os sorteios aos comentários dos dias 10, 20 e 30 de Dezembro.

O prémio a sortear em Janeiro será igual tanto para o autor como para o votante: um exemplar de capa dura do livro "Um cheirinho a Natal".



(2) Natal

Natal
dia de
sol parado
dias a crescer
claridade por escuridão
Cósmica é a tua mensagem
o universal à mão de semear
assim cru
sem palavras
Alertar
chamar
surge espectativa
nasce novidade sem recusa
libertar a liberdade
anúncio
Curiosos vêm de longe
de perto chegam os excluídos
mistura
miscelânea
Criar, unir, divergir
tensão
remediar
consertar
excluir
serviço
sem proselitismo
alegria
atração
uns para todos
todos em um
palavra
a palavra
Natal denuncio-te
porque persistes em faltar
MANUEL JOSÉ

1) A minha árvore...

A minha arvore já está em pé como todos os anos  e aqui vai o acontecimento deste ano;) Claro que não falo do nosso almoço tradicional " lobster roll" e uma caminhada pela cidade cheia de tradições como o coros de rua,  e vitrinas natalinas maravilhosas.


O Natal é uma das festas mais bonitas e esperadas pela maioria das pessoas.
Logo  a seguir ao dia de Ação de Graças, nos Estados Unidos, que é sempre na última quinta feira do mês de novembro,  vamos sempre neste  fim-de-semana  à procura dessa árvore, que será mais uma a ficar registada na memória e na fotografia tradicional .  
É uma árvore natural, para outros não, que será decorada mais tarde. A árvore é apenas uma forma simbólica que  os cristãos usam para celebrarem o  nascimento, nada há na Bíblia que fale sobre esta prática. A tradição de escolher e cortar a nossa própria arvore de Natal é uma forma de dar início ao espirito natalício em companhia daqueles que estão bem junto a nós. Nem sempre as fotos captam o momento de satisfação que acontece ao cortar uma árvore, pois  dificilmente  é capturado  o sentir do riso, da gargalhada,  do correr, do puxar  o carrinho que a transporta, ou até mesmo quando o homem da casa a tem que carregar às costas até ao truk, isto para não falar do fantástico aroma a pinho que entra como brisa aromática olfativa que chega, limpa e dá novo pulsar aos pulmões. Os momentos captados pela fotografia tão pouco amostra a xícara de chocolate quente fumegante em mãos, nem dão uma boa aparência às gordas gotas de água que  se fazia cair do céu azulão cinzento neste dia.

 


Depois vem a decoração!
Decorar a árvore proporciona momentos de muita alegria para toda a família, quando os seus membros se reúnem para lhe dar brilho com diversos enfeites. Noutros casos, quando já a família vive separada, o enfeite da árvore traz lembranças e reflexão do tempo que passou. Mas a ação de decorar a árvore traz-me à mesma alegria, a alegria  pela espera da reunião familiar à mesa do dia vinte e quatro ou vinte cinco de dezembro.
Além disso, cada decoração usada para enfeitar a árvore de Natal, muitas vezes, tem um significado especial, nelas estão memórias de viagens, nascimentos,  momentos ou circunstâncias de como e porquê foram comprados ou oferecidos tais adornos.
Normalmente, usa-se uma estrela no cimo da árvore como enfeite de árvore de Natal porque acreditamos que a estrela guiou os reis magos até Jesus Menino em Belém. Há também quem use um anjo como cobertura de árvores porque foi o anjo quem anunciou o nascimento de Cristo. Claro que cada pessoa faz como mais gostar, porque as duas são apenas enfeites simbólicos.
A minha árvore este ano está vestida de cores tradicionais e, dá um perfume exuberante a pinho a toda a casa.
Que os 25 dias da estação mais bonita do ano que celebra o nascimento do Salvador, seja repleta de momentos de paz.


Ilda Pinto Almeida


 

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Desafios de autores para autores: Calendário de Advento

E a finalizar Novembro reciclamos um clássico...



Calendário de Advento


Muito populares, em vários formatos, com diferentes ofertas, são daquelas tradições universais e intemporais.
O que propomos de 1 de Dezembro até ao dia 23 é ter prendinhas para os leitores do blogue. Em qualquer dia podem enviar-nos um texto (poesia ou prosa); um pensamento, um desenho, uma fotografia, etc., alusiva ao Natal. Os trabalhos serão colocados à medida que chegarem e as participações são ilimitadas. A vossa criatividade e espírito natalício serão o limite: se acabaram de decorar a casa e acham que esta merece uma foto, pode ser essa a vossa contribuição do dia. Também podem fotografar os vossos doces de Natal; partilhar um pensamento, uma ideia daquele dia...
Se conseguirem fazê-lo com qualidade para partilhar também podem fazer participações em vídeo e áudio.
Podem participar quantas vezes vos apetecer.
De um modo completamente aleatório, vamos escolher uma participação para receber uma prenda. Se houver comentários, usando o mesmo método que para as participações, escolheremos também um para uma prenda, desde que o autor do comentário nos forneça um endereço de email válido.

Colocaremos os trabalhos a partir do dia 1 de Dezembro, sempre que houver trabalhos novos.
Os trabalhos serão colocados por ordem de chegada, independentemente do dia, do autor ou do número de participações do mesmo.

Agora as prendas...


Os comentários vão estar abertos, nos termos habituais (são moderados, pelo que têm que ser aprovados antes de serem visíveis, o que pode demorar algum tempo, não vale a pena repetir o comentário, aguardem por um horário mais consentâneo com o expediente para verem se está publicado - por favor, alguma pena pelos humanos que vão ter de validar comentários entre compras, cozinhados e, esperemos, comer rabanadas e afins com a família...-), podem expressar a vossa predilecção por algum dos trabalhos ou fazer um comentário que vos pareça pertinente. De 10 em 10 dias: 10, 20 e 30 sortearemos um dos comentários para receber uma prenda (só entram no sorteio os comentários entrados nesse intervalo de tempo e devidamente identificados). Por esse motivo é pertinente deixarem ficar um endereço de email para poderem ser contactados (se não desejarem que ele seja visível, basta escreverem isso no vosso comentário, guardaremos o endereço para contactar em caso de prémio, mas apagaremos o endereço na postagem do comentário) - terão depois de estar atentos ao vosso email para nos fornecerem a morada para onde enviar a prenda.
Fechamos a recepção de trabalhos no dia 23, ao meio-dia, e os comentários no dia 31 de Dezembro, 2023. Tanto os trabalhos como os comentários serão numerados e vamos usar o número da sorte do totoloto do dia 6 de Janeiro de 2024 para atribuir o prémio entre todos os participantes e um outro prémio a sortear entre todos os comentários (ao sorteio, habitualmente, irão os números iguais ao sorteado e todos aqueles que tiverem a mesma terminação).

E as prendas são:

SURPRESA!!! - (na melhor tradição dos calendários de advento) para os sorteios aos comentários dos dias 10, 20 e 30 de Dezembro.

O prémio a sortear em Janeiro será igual tanto para o autor como para o votante e também será anunciado quando começarmos a ter participações.

A participação, com trabalhos e/ou comentários, está aberta a todos. Participe, divulgue, divirta-se e tenha um muito feliz Natal!

Em caso de dúvida pode enviar email para o endereço de onde recebeu este email ou, caso esteja a ver no blogue, pode contactar-nos pelo email informacoes@tecto-de-nuvens.pt

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Novo livro: O Anjo Mala'k, de Jorge Barroso

 


O Anjo Mala’k; Jorge Barroso

PVP: 8,00€
50 páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2023

“Há muito, muito tempo…”. É com esta típica expressão de literatura infanto/juvenil que o autor inicia este conto fantástico, criando uma Idade Média de fantasia (…) a presença de maldições, ganância, luta pelo poder, milagres e um príncipe virtuoso em busca de amor e de felicidade. Um livro que carrega mensagens profundas a respeito da vida, da dignidade e relacionamento humano.


Livro disponível nas principais plataformas nacionais e internacionais e na nossa loja online.

Pode encomendar enviando email para loja@tecto-de-nuvens.pt

Pode ler ou reler a entrevista do autor aqui.

domingo, 26 de novembro de 2023

Jorge Barroso, autor de "O Anjo Mala'k", em entrevista

Mais um Natal e mais um livro de Jorge Barroso, uma vez mais virado para os mais novos, embora desta vez para um segmento ligeiramente mais velho. Dito isto, na verdade, ambos os livros encantam miúdos e graúdos... 
A viagem, desta vez, é absolutamente fantástica, em todos os sentidos de fantástica... o autor criou uma Idade Média de fantasia cuja época, tão longínqua no tempo, admite a presença de maldições, ganância, luta pelo poder, milagres e um príncipe virtuoso em busca de amor e de felicidade.
E não bastando criar o cenário escrito criou uma capa cheia de cor e acção que arrebata, de imediato, o leitor.
Um livro que carrega mensagens profundas a respeito da vida, da dignidade e relacionamento humano.
Mas deixemos que seja Jorge Barroso, autor e artista plástico, de 58 anos, a contar a génese desta história, na primeira pessoa, e por voz própria: 

  Conte-nos como e porquê resolveu escrever este livro. Desta vez leva-nos para uma época diferente e distante…

 “O Anjo Mala’k” é uma história passada num período medieval que escrevi há já alguns anos. A Idade Média, chamada também “A Idade das Trevas” é uma época muito longa (10 séculos) que sempre me fascinou ao ponto de ter escrito e editado dois romances históricos que remontam ao período de origem medieval, assim como tenho também em gaveta diversas obras infanto/juvenis e também contos para adulto baseados em histórias reais ou fantásticas. Este conto infanto/juvenil foi escrito a pensar num passado medieval cercado de muita fantasia, espelhando a realidade de uma pequena população a viver nesse período.

  Para os leitores que leram e/ou deram a ler o “A Caixinha dos Milagres” que semelhanças e diferenças poderão encontrar no estilo e no conteúdo?

 O conto infanto/juvenil “A Caixinha dos Milagres”, escrito numa época passado recente, tem, sem dúvida, semelhanças com o conto “O Anjo Mala’k”, pois que ambos possuem a capacidade de gerar uma moral, um ensinamento puro e simples na certeza de que com coragem e perseverança a felicidade é possível. As duas narrativas além de diferentes são verdadeiramente interessantes. Um (A Caixinha dos Milagres) toca profundamente a criança no seu desenvolvimento. O outro (O Anjo Mala’k), o jovem leitor é desafiado a procurar o valor cultural nesta descoberta e neste passado medieval cheio de magia e mistério.

  Qual é a sensação que tem ao ver, agora, o seu livro nas mãos? E em relação à capa que tem uma ilustração sua?

Tal como qualquer obra literária que tenho vindo a publicar desde o ano de 2004, com o 1º. romance histórico “O Último Lusitano”, é sempre uma sensação inexplicável. Sentir o livro nas mãos, a textura da capa, o cheiro das páginas, é sempre uma verdadeira alegria; um orgulho! Quanto à capa que ilustrei é um trabalho feito a acrílico sobre papel baseado num estilo Impressionista. A bem dizer, são duas* pinturas já emolduradas que fazem agora parte da minha vasta colecção artística que vou sempre criando para futuras exposições a realizar em galerias e/ou espaços culturais.

*Nota da Editora: No miolo do livro, dividida em duas partes, na guarda inicial e na final, está a segunda ilustração.

  Fale-nos um pouco sobre este seu livro.

 “O Anjo Mala’k” é um conto fantástico passado num período medieval que remonta ao ano de 1100 d/C. Um velho e debilitado sacerdote cuja bondade e honestidade causam alegria ao povo de uma pequena aldeia, descobre numa velha ermida abandonada e em ruínas, uma tosca estatueta já muito danificada, representando a figura de um anjo de asa quebrada, apoiado numa base de madeira onde se lê a palavra “Mala’k”, que significa “O Mensageiro”. É com esta enigmática imagem que o desenrolar dos acontecimentos vão dando lugar a uma fantástica e interessante narrativa

  Existe alguma parte do livro, em particular, que goste mais. Porquê?

 Modéstia à parte, mas vejo neste pequeno livro uma obra surpreendente com comportamentos, passagens e bons exemplos o que ajuda a assimilar todo o seu conteúdo. Por sua vez creio que o leitor vai ficar feliz por o velho pároco reencontrar o seu “amigo” anjo Mala’k numa feira medieval realizada na pequena aldeia onde habita. Pois que para seu espanto reparou numa bancada repleta de artigos diversos e muitas peças de antiguidade que aquela tosca estatueta se encontrava em poder de um vendedor ambulante. Agora, tudo fará para reaver a qualquer custo aquela sinistra figura de madeira que lhe trouxe a felicidade de volta.

  Indique as razões pelas quais aconselharia as pessoas a ler o seu livro? O que acha mais apelativo no seu livro?

Aventurar-se nas páginas deste livro é sem dúvida entrar num mundo mágico. Uma história cativante que nos envolve de tal forma que no final nos deixa satisfeitos, mais leves e também com um sentimento de felicidade.

  Há uma questão que se impõe – mesmo que os leitores só a venham a perceber depois – o seu livro é inspirado em alguma coisa real ou é completamente ficcionado?

  “O Anjo Mala’k” é uma história ficcionada, embora a capela de São Gens, há muitos anos em ruínas e abandonada, ainda exista. E tal como é dito na obra, este é um lugar cheio de (… ninhadas de ratos… ervas daninhas e totalmente destruído e vandalizado), localizado no alto da serra d’Ossa, uma elevação de Portugal Continental com 653 metros de altura situado no Alto Alentejo entre Estremoz e Redondo. Outrora, foi altar de deuses, depois lugar de culto cristão com romaria a 25 de Agosto. O panorama que do seu cume se desfruta não encontra rival na região, pela sua vastidão, beleza e tranquilidade.

Um lugar mágico e de serenidade que por vezes visito para fazer escolhas que me levem a uma vida mais suave e visionária. 

  Tem mais projectos em mãos? Podemos contar com mais livros seus num futuro próximo? E se sim, de que género ou para que tipo de público?

Obviamente. Aliás tenho uma enorme quantidade de obras em gaveta quer nos géneros: romance histórico, ficção infantil, infanto/juvenil e também poesia que desejo poder vir a editar serenamente. Trabalhar com a Editora Tecto de Nuvens, é simplesmente uma verdadeira paixão*. Como tal, creio vir novamente a apresentar num futuro próximo uma nova obra literária à editora, talvez para leitores mais maduros. Quem sabe?! 

 *Resposta da Editora: 😳




O Anjo Mala’k; Jorge Barroso

PVP: 8,00€
50 páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2023

Pode ler ou reler a outra entrevista do autor aqui.

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Novo Livro: "Gustavo e a Oficina Mágica", de Marta Coruche, 3º lugar no Prémio Conto Infanto/Juvenil 2023

 


Era uma vez um menino cheio de problemas; e era uma vez um professor que se preocupa e salva esse aluno, levando-o para a sua oficina mágica…
Gustavo estava hipnotizado, admirando cada detalhe único como se os vivesse na pele. Não queria sair dali. Queria viver este sonho de vida.
E o menino, Gustavo, começa a sonhar a vida que sempre quis… E a magia aconteceu…
“- A magia só existe aos olhos de quem a quer ver. Foste tu que tornaste tudo possível, Gustavo. És um rapaz muito especial. Nunca percas essa tua força de vontade e magia.”

E se para se ter tudo o que se quer na vida bastasse imaginá-lo e esculpi-lo? E será que a vida não é isso mesmo? 

O talento para nos fazer sonhar de Marta Coruche (que lhe valeu o 3º lugar no nosso Prémio) aliados ao talento da Melissa de Aveiro para lhes dar forma, tornam este livro na prenda perfeita para este Natal.

Gustavo e a Oficina Mágica; Marta Coruche

PVP: 9,50€

56 páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2023



Livro disponível nas principais plataformas nacionais e internacionais e na nossa loja online.

Pode encomendar enviando email para loja@tecto-de-nuvens.pt


Leia ou releia a entrevista com a autora aqui

Leia ou releia a entrevista com a ilustradora aqui

Marta Coruche, autora de "Gustavo e a Oficina mágica", em entrevista

 Marta Coruche, 49 anos, copywriter e tradutora, mãe de 3 filhos, acredita em finais felizes e tem todo o gosto em os proporcionar aos seus leitores. Pode-se dizer que é uma fada-madrinha de situações bem complicadas, que acaba por resolver.

Mas mais do que isso, acredita no poder das crianças que sonham e acreditam. Talvez por esse motivo tenha escolhido o Dia de Acção de Graças para lançar o seu livro, nesta que é a contagem decrescente para o Natal, que é também tema deste "Gustavo e a Oficina Mágica", brilhante 3º classificado do Prémio de Conto Infanto/Juvenil, 2023.

Mas deixemos que seja ela a fazer-nos a visita guiada a esta oficina mágica que é a criatividade dela, Marta Coruche, na primeira pessoa e pela sua própria voz...


  Conte-nos como e porquê começou a escrever, por paixão ou por necessidade?

Comecei a escrever por paixão, em criança, com o sonho de me tornar escritora, mas a vida empurrou a escrita para segundo plano. Porém, raramente deixei de escrever, tendo oscilado, ao longo da vida, entre a paixão e a necessidade.

  Qual o papel que a escrita ocupa na sua vida?

A escrita é um espaço só meu. Tanto é uma libertação como uma prisão. Há histórias que preciso de contar, que são as mais difíceis de escrever, e outras, como esta, que me surgem de um mundo de fantasia, um escape, que me dão prazer escrever.

  Sempre sonhou publicar um livro?

Sem dúvida. Sempre sonhei partilhar parte de mim com outros. Um livro é uma janela para outro mundo e há mundos meus que eu tenho gosto em partilhar.

  Qual é a sensação que tem ao ver, agora, o seu livro nas mãos?

Por um lado, é uma conquista pessoal, um orgulho. Por outro, é uma alegria poder partilhar esta história com as crianças.

  Tem algum projecto a ser desenvolvido, actualmente? Pensa publicar mais algum livro? Continua a sentir vontade de escrever?

Tenho vários livros “escritos” na cabeça, de vários géneros diferentes. O meu próximo desafio é um romance que “precisa” de ser escrito. Sim, conto continuar a escrever – sempre!

  Fale-nos um pouco sobre o seu livro.

É uma história de esperança, de superação e da fé de uma criança em conseguir mudar o que está mal no seu mundo.

  Existe alguma parte do livro, em particular, que goste mais. Porquê?

O final. Gosto de finais felizes. Procuro proporcionar às crianças a fé em como podem mudar o mundo. Quero que continuem sempre a acreditar e a sonhar, que é das características mais admiráveis nas crianças.

  Indique as razões pelas quais aconselharia as pessoas a ler o seu livro? O que acha mais apelativo no seu livro?

É uma história comovente: sentimos a dor do Gustavo e a sua vontade de ajudar a família num momento difícil, e através do sonho e da fé o Gustavo acaba por conseguir resolver a situação.

  Qual é o seu estilo de escrita ou que tipo de mensagem gosta de passar no que escreve?

As minhas histórias envolvem invariavelmente uma dificuldade que precisa de ser superada. Costumo dar sempre finais felizes. Sou na escrita aquilo que sou na vida.

  Qual o papel das redes sociais na vida e na divulgação da obra de um autor? E na sua?

As redes sociais desempenham um papel fundamental na divulgação dos livros, pois aproximam a obra de um público que, sem elas, não conseguiríamos alcançar. Em termos pessoais, são um veículo de partilha de pequenas histórias da minha vida que acho interessantes divulgar.

  Gosta de ler? Que tipo de leitor é que é?

Gosto de ler, mas confesso que sou uma leitora preguiçosa. Por isso, criei um Book Club há 2 anos, que me obriga a ler quase um livro por mês. Os livros não são escolhidos por mim, o que me obriga a sair da zona de conforto. Regra geral, gosto de todas as histórias de vida.


 



Gustavo e a Oficina Mágica; Marta Coruche

Ilustrações de Melissa de Aveiro

PVP: 9,50€

56 páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2023

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Novo livro: "Contos, Contados e Encantados - Contos infantis"

 



Contos Contados e Encantados – Contos Infantis -; Vários autores

PVP: 12,00€
178 páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2023

Jovem leitor, esta prenda é para ti, 6 bonitas histórias para leres e releres ao longo da tua vida.(…) E que sonhes, sempre! Sonha um mundo bom, com gente que se ama, se respeita e se ajuda e estarás mais perto de o tornar realidade.
E que estes Contos sejam muitas vezes Contados e sejam sempre Encantados.


Livro disponível nas principais plataformas nacionais e internacionais e na nossa loja online.

Pode encomendar enviando email para loja@tecto-de-nuvens.pt

E não deixe de rever a nossa lista de livros de Natal aqui

domingo, 19 de novembro de 2023

Melissa de Aveiro, sobre as mais recentes ilustrações, em entrevista

 

 Presença habitual por estes lados pela sua produção literária, Melissa de Aveiro visita-nos, desta vez, na qualidade de ilustradora, com vários dos livros que ilustrou a serem dados à estampa em Outubro e em Novembro deste ano.
Porque o ilustrador acaba, também, a ser um coautor, pedimos-lhe que fosse uma espécie de guia turística na viagem pelas ilustrações dos livros: "A Florzinha Vaidosa"; "O Pássaro da Asa de Ferro"; "Contos Contados e Encantados" (4 separadores); "Gustavo e a Oficina Mágica".
Então aqui fica a jornada da Melissa, ilustradora, em voz própria, na primeira pessoa:

  Conte-nos quando é que começou a desenhar e quando é que começou a usar o desenho para ilustrar algo?

Desde o 3º ano de escolaridade que sempre me interessei por desenho. Canetas, lápis de cor… tudo o que fosse colorido chamava à minha atenção para utilizar na “arte”. No início dos anos letivos adorava comprar material novo para utilizar nos desenhos… Por vezes isso trazia-me alguns problemas pois os colegas pediam emprestado e eu, com medo que pudessem gastar ou estragar, não emprestava… causando certos constrangimentos, confesso! É que o material para além de caro, era muito precioso e por mim estimado.

   Qual o papel do desenho (e da arte em geral) na sua vida?

Gosto muito de criar! Mesmo quando não o faço, na realidade, há sempre alguma coisa que me inspira a criar posteriormente um desenho ou uma pintura! É assim que me entretenho nas poucas horas vagas: a ler, a escrever ou a pintar/desenhar e a criar coisas.

  Como é que faz a ilustração de um livro? É um processo “técnico” (no sentido de regras, equilíbrios…) ou mais intuitivo/emocional (do género “consigo visualizar esta cena”)?

É um processo mais visual. Leio o texto e tento recriar o que imagino, perante a leitura.

  Falando especificamente dos livros “A Florzinha Vaidosa”; “O Pássaro da Asa de Ferro”; “Gustavo e a Oficina Mágica” e “Contos Contados e Encantados”, qual é a sensação que tem ao ver, agora, os livros, já prontos, nas mãos?

É bastante engraçado. Ver as imagens conjugadas com o texto e saber que foram colocadas naquele exato lugar escolhido para elas.

  Fale-nos um pouco sobre o ilustrar de cada um destes livros. Foi fácil, intuitivo?

Ilustrar um livro escrito por nós é diferente de ilustrar um livro de outro autor. Existe, obviamente, uma responsabilidade diferente… na medida em que é necessário perceber bem o que o autor pertente, de maneira que as ideias se conjuguem para se chegar a algum lado. Por vezes foi fácil, outras vezes mais desafiante.

   Existe alguma parte de cada um destes livros, em particular, que a toque mais. Porquê? Influenciou o estilo/escolha do traço?

Gustavo e a Oficina Mágica de Marta Coruche remeteu-me para um tempo mais antigo e nostálgico, culminando com uma ceia de Natal familiar. Tentei que isso se transmitisse nas ilustrações desenhadas à mão e na escolha das cores utilizadas.– Este livro vem com um marcador recortável de árvore de Natal

A florzinha vaidosa, de Ana Ferreira da Silva, é um livro dedicado a um público mais novinho, tem um traço mais infantil, colorido e ternurento. Aborda a questão das relações entre irmãos, por vezes conflituosas pelas diferentes personalidades e interesses, mas também de entreajuda.

O Pássaro da Asa de Ferro foi o mais desafiante. Denisa Sousa escreveu um conto mais adulto, dedicado a todas as idades, onde aborda temas como resiliência, bullying e superação. Tem como personagens uma família de pássaros! Sendo que os desenhos são dentro do ornitológico, um pouco realistas, também coloridos em algumas ilustrações, predominando os tons azuis pela personagem principal de nome “Azulinho”.

Sobre a coletânea de contos infantis, onde ilustrei 4 dos 6 contos, cada história teve o traço que mais se adequou à narrativa que cada um dos autores criou.

   Indique as razões pelas quais aconselharia as pessoas a ler estes livros? O que acha mais apelativo nos livros?

Cada história é uma aventura diferente. Cada conto tem uma lição a aprender. As ilustrações tornam os livros mais apelativos.

   Dada a sua experiência como autora, ilustradora e enfermeira, qual a importância da arte na vida das pessoas, em particular naqueles mais debilitados, temporária ou permanentemente, pela doença?

A imaginação, a arte e a literatura têm a capacidade de nos transportar para outros lugares, mesmo que não se saia da cadeira de onde se está sentado. É para isso que a arte serve, para nos fazer sonhar acordados… fugir da realidade para lugares (possivelmente) melhores.

 

  Considera a arte, neste caso não apenas na perspectiva de um apreciador, mas de alguém que “produz” algo, seja um bordado, uma colagem, pintura, desenho, tocar um instrumento, etc., como sendo sempre uma actividade (até na perspectiva de “escape”) recomendável e positiva? Ou é apenas se a pessoa for boa na sua realização? Ou pode ser benéfico mesmo que o resultado final não seja digno de ir para o Museu? Acha que há mérito no processo por si só?

Na minha perspectiva, o importante é criar! Por vezes costumo realizar workshops de pintura e há sempre alguém que descobre que “afinal até sou bom nisto”. Em contrapartida, é sempre uma maneira de desanuviar o stress, como uma terapia! Nunca me apercebi de alguma desvantagem em criar alguma coisa artística sem ser, por vezes, o custo de alguns materiais! Mas até com reciclagem se consegue fazer alguma coisa.



   



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