domingo, 23 de abril de 2023

Desafios de autores para autores: Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor - TEXTO VENCEDOR -

 

Cartaz oficial da DGLAB que presta homenagem a alguns autores portugueses, cujos centenários de nascimento se assinalam: Eduardo Lourenço (1923-2020); Eugénio de Andrade (1923-2005); Mário Cesariny (1923-2006); Mário-Henrique Leiria (1923-1980); Natália Correia (1923-1993); Urbano Tavares Rodrigues (1923-2013).

Findas as muitas votações e alguns comentários, que muito agradecemos, já temos um vencedor, o texto "Palavras que se escrevem" de Ilda Pinto Almeida.  Para ela, os nossos muitos parabéns!
Usando o número da sorte do sorteio do Totoloto do próximo sábado, dia 3, vamos ainda premiar um dos votos/comentários. Por esse motivo vamos dar até ao final do dia de sexta-feira, dia 2, para os votantes que ainda não o fizeram, se identifiquem usem os contactos fornecidos na validação dos votos.
A partir do dia 5 de Junho faremos os envios deste passatempo e do relativo ao livro "Memórias da Escola", pelo que se houver pessoas duplamente premiadas os prémios seguirão juntos.
Parabéns a todos e continuem a defender esta causa.

Sorteio do votante: o sorteio de 3/06/2023 do número da sorte do Totoloto deu 1, dado não termos nenhum votante identificado para o nº 1, foram a sorteio o 11 e o 31 (votantes identificados), no nosso sorteio o número vencedor foi o 31. Parabéns, então, para o António Jorge Menezes! Na próxima semana receberá os seus dois exemplares do livro.
Obrigada a todos pelos vossos votos e comentários.

Dia Mundial do Livro

O desafio para este mês é livre, um pequeno texto, com menos de 20 linhas (a referência que demos aos autores foi uma folha A5, e mais tarde demos uma tolerância de 5 linhas, mas dependendo das fontes que cada autor escolheu originalmente para os seus textos, alguns poderão parecer maiores do que outros) sobre o que cada autor quisesse, fosse um livro que o tivesse marcado, um pequeno conto da sua autoria, um pensamento; o início de um livro que planeiam escrever (ou já escreveram, mas ainda não publicaram)...
Neste dia, em prosa, celebraremos a palavra escrita como forma de comunicação, de expressão de sentimentos, de companhia, de forma de viajar (pela memória, por exemplo), etc.
Devido à actual leva de censura e purga dos livros de vários autores, foi-nos perguntado se poderiam falar sobre isso num mês em que também se celebra o 25 de Abril, foi autorizado.
Assim os textos andam pelo pressuposto do efeito da palavra escrita como veículo de comunicação e de viagem pela memória e pelos direitos do autor, começando pelo da liberdade de expressão, que também são celebrados neste dia.
Até ao final do mês de Maio vamos ter votações e comentários abertos ao público (podem votar e comentar em simultâneo ou podem fazê-lo em separado ou fazer apenas uma das coisas). Devem deixar-nos uma forma de contacto (podemos apagá-la antes de publicar ou aguardar que vos seja atribuído um número e depois seguem as indicações para se identificarem e poderem receber o prémio se forem os premiados). Queremos realmente saber o que pensam e qual o texto que mais vos tocou. Podem votar quantas vezes quiserem, mas, por favor, moderação e bom senso, queremos saber qual o texto que vos agradou mais e não assinaturas de cruz a pedido do amigo (não dignifica nenhum dos autores participantes, em particular o que parece favorecido...). Como habitualmente, os comentários/votos são monitorizados pelo que não aparecerão de imediato, em particular fora do expediente.
Tanto o texto mais votado como o comentário/voto cujo número for sorteado receberão dois exemplares do livro: Em tons de Valsa aguarela-fogo - São dois exemplares porque queremos estimular a leitura e a partilha. Farão o favor de oferecer o segundo exemplar a alguém que o aprecie.



Em tons de Valsa aguarela-fogo – Colectânea de ContosVários autores
128 páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2017 PVP 10,00€ 

Dez autores, quinze contos para todos os gostos e para todos gostarem… Estórias baseadas em factos reais, contos fantásticos, contos infantis e tudo aquilo que possa estar entre estas classificações… Contos para entreter, contos para aprender, contos para meditar e (porque não?) contos para contar… Leia e divirta-se! –

 A propósito do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, num momento em que bibliotecários e editores estão a ser pressionados para um uso de censura em relação a autores, temáticas e conteúdos dos livros; numa ocasião em que se reescrevem livros para satisfazerem/não ofenderem certas sensibilidades, lembramos que estas iniciativas não só desvirtuam os textos originais e, como tal, os seus autores, também a liberdade dos leitores está posta em causa, não estão a ter acesso à voz do autor, mas sim de um qualquer censor a decidir pelo leitor o que este pode ou não ler, que ideias consegue perceber e, mais importante, tirando-lhe o direito de discutir o livro tal e qual como o autor o concebeu. 
É também uma grave violação dos direitos do autor...
Se o autor não é livre para mostrar a sua visão única do livro, se o autor não é livre para registar a sua vivência, se o autor não é livre para ser criativo com conteúdos e com a linguagem, é a Cultura e a História que se ressentirão, serão gerações que irão receber versões da História que serão corrigidas consoante a tendência da época...
Teresa Cunha, editora


(5) Liberdade /a/o/Agatha Christie/as/ Onde foste ter?



Ser inclusivo/a diz-se da liberdade. Uma liberdade de restrições infinitas, geradas pela liberdade que as gerou. Dou por mim, muitas vezes, a ler e a reler textos aos solavancos, como se fosse desnorteada numa rua cheia de lombas e supressões. Abolimos o lápis azul para, anos mais tarde, riscá-lo do mapa, riscá-lo da história… riscar a história, riscar o mapa, riscar a liberdade do mapa e da história. Podemos ousar ser livres, desconsiderando todo o percurso que fizemos até então? Tudo se encaminha na direção de uma perfeição ilusória que procura anular fronteiras, colocando barras infinitas entre homens e mulheres, entre palavras antigas e palavras modernas, entre o ontem e o hoje.
A minha liberdade não tem (a) barra (o)… mas tem história! Tem canhões e tem um hino que choro a cantar. Não se trata de uma liberdade barra barra. Trata-se de uma liberdade que não limita a minha existência aos vocábulos que uso para me expressar. Trata-se de uma liberdade que me permite expressar-me. Ponto final, sem barra barra. Trata-se de estar como aluna, numa frase sobre um grupo de alunos, sem me sentir menorizada. Porque não somos as palavras físicas, somos o conteúdo das palavras e não temos dúvidas sobre o conteúdo destas! Porque não somos o passado, somos o presente com um passado que nos trouxe até aqui. Porque não somos os livros de ontem revistos para o amanhã. Somos os livros de hoje porque lemos os livros de ontem. E os livros de hoje serão os de ontem, amanhã também. Vamos reconstruir, suprimir, para que, no futuro, não saibamos de onde viemos, como aqui chegamos? Sabemos, pelo menos, para onde vamos?
Liberdade/a/o/Agatha Christie/as/onde foste ter? Será legítimo reescrever o que outro alguém pensou, tendo por base a sua época, a sua cultura, as suas aprendizagens, sem conhecer o futuro? Será o hoje o carrasco de ontem, que pretende cegar o amanhã, em nome de uma liberdade de exclusões que se pretende inclusiva?
A liberdade faz-se de causas, de lutas, de conteúdo e de história… de história também.

Ana Pão Trigo

(4) Censura literária - Geral


A liberdade de expressão é um direito fundamental, reconhecido universalmente, que permite que as pessoas possam expressar suas opiniões, pensamentos e ideias sem restrições ou censura. Para um escritor, essa liberdade é ainda mais importante, pois é através da escrita que ele pode transmitir a sua visão de mundo, as suas críticas, as suas análises e as suas histórias e a sua individualidade ou mesmo tom de escrita.
No entanto, a liberdade de expressão do escritor muitas vezes é limitada por diversos fatores. Um deles é a censura, que pode vir tanto do Estado como de indivíduos ou grupos que se sentem ofendidos ou ameaçados pelas ideias do escritor. Isso pode levar à pudor, perseguição do escritor e a sua difamação e injúria, padronizando e limitando a literatura e a criatividade do escritor.
Por outro lado, a liberdade de expressão do escritor também pode ser benéfica. Ela permite que ele possa abordar temas polêmicos e controversos, provocar reflexões e debates, e trazer à tona questões sociais, políticas e culturais que muitas vezes são invisibilizadas pelos Mídias tradicionais.
Além disso, a liberdade de expressão permite que o escritor possa explorar diferentes estilos e formas de escrita, experimentar novas técnicas literárias e criar obras mais inovadoras e criativas.
Em resumo, a liberdade de expressão é fundamental para que o escritor possa exercer plenamente sua arte e transmitir suas ideias e visões de mundo. No entanto, é importante que essa liberdade seja exercida com responsabilidade e ética, de forma a respeitar os direitos e a dignidade de todos os indivíduos.

Bastos Vianna

(3) Censura literária - O meu caso


Hoje apetece-me falar num assunto que pontualmente toca a quem escreve...A Liberdade de Expressão. Felizmente fui criado num país sem censura e nunca me senti privado de tal, nem mais tarde, já noutro país e como escritor de artigos profissionais senti alguma pressão - agradeço aos RH e revisores de todas a revistas e Jornais que me têm acompanhado nessa jornada. Enquanto autor, também nenhuma editora alguma vez me censurou qualquer texto, frase, palavra - agradeço a todas. Todos os meus livros resultam de mundividência e em sequência mesclam factos vividos, reais e ficção resultante da criatividade e contexto.
Uma única vez fui censurado e logo por um familiar que ou desconhecia ou pretendia esconder, fechando os olhos, factos que entendeu como falta de pudor, mas que refletem., exclusivamente um modo de estar e de vida em determinada época e justificam a minha própria existência. Outros que relata, tratam-se de meras ficções na linha da estrutura da crónica.
No caso em que fui censurado, eu próprio, a minha existência nesta vida é a prova factual relevante o resto é puro "nonsense" e "esconder a cabeça na areia".

Bastos Vianna


(2) TEMPO 

(Baseado na Bíblia, em Eclesiastes 3:1-8)

Para que a luz brilhasse no céu: Deus fez o dia em oposição à escuridão da noite, e vice-versa, ou seja: a noite em oposição ao dia. E, debaixo do sol: há tempo de afastar, e há tempo de chegar perto, e ainda há tempo de chegar longe.

Debaixo do sol há tempo para tudo, assim como há tempo para tudo debaixo da lua.
Há tempo de chuva e há tempo de sol; há tempo de fechando os olhos: estar deitado e dormir, e há tempo de abrindo os olhos: estar acordado, e levantado: estar de pé; há tempo de trabalho e há tempo de folga: distração, de ócio e de lazer; há tempo de vestir e há tempo de despir; há tempo de início, princípio e de começo e, há tempo de fim, de terminar e de acabar; há tempo de aprender e há tempo de ensinar; debaixo do sol: há tempo de trevas e há tempo de luz: há tempo de ler e há tempo de escrever.
Debaixo do sol há tempo para toda a Obra, e para descansar dela debaixo da lua: há tempo real e há tempo de sonhar; há tempo de dizer olá e há tempo de dizer adeus; há tempo de brincar e há tempo de levar a sério; há tempo de perguntar e há tempo de responder; há tempo de dizer que sim e há tempo de dizer que não… 
Timóteo Pernas

(1) PALAVRAS QUE SE ESCREVEM

[Neste dia, em prosa, celebraremos a palavra escrita como forma de comunicação, de expressão de sentimentos, de companhia, de forma de viajar pela memória.]

A palavra falada tem a tendência a ser esquecida porque é imediata, local e genérica. Já a palavra escrita requer formalidade, há um cuidado acrescido ao escrever aquilo que se ouviu para que não venha a esquecer, e com isso, o significado de cada palavra é mais pensado, tem mais conotação…

É janeiro e a D. Chiquinha encontra-se na cabeleireira e conta como o seu cabelo continua em queda drástica. Ela explica como resolveu pedir uma consulta, telefonando para o consultório do médico, conceituado no assunto, que a cabeleireira lhe recomendou. Ela liga e atende a recepcionista.
- Boa tarde! Quero marcar uma consulta.
- O que é que a senhora sente?
- Tenho bastante comichão e o meu cabelo está a cair como se não houvesse amanhã.
- Um momento! Só há disponibilidade para Julho, está interessada?
- Julho?!
- Sim! Cancelo?
-- Poça, ainda não marquei e já quer cancelar? Com tanta espera quando chegar ao dia da consulta já vou de pescoço erguido como uma águia careca. Se a consulta fosse assim tão rápida como a menina, com certeza que ainda ficava com estes raros pelos no sítio.

Ilda Pinto Almeida

terça-feira, 18 de abril de 2023

Promoção especial "O Marquês Barão de Alvito" - De 17 a 23 de Abril 2023 -


Apresentação do livro de Alexandra Forjaz "O Marquês Barão de Alvito" dia 22 de Abril de 2023, pelas 15 horas, na Biblioteca de Alvito, no âmbito da feira do livro, a realizar de 20 a 23 de Abril de 2023, e com a apresentação a cargo da também autora Maria Saraiva de Menezes.
Se é um das muitas pessoas que já adquiriu este livro pode aproveitar para o autografar e para trocar impressões com a autora. Se ainda não tem o livro é uma boa ocasião para o adquirir ao especialíssimo preço de 13€ (o PVP é de 18€).
No entanto, se não tem a oportunidade de viajar até Alvito, não fique desapontado. Vamos também, na Tecto de Nuvens, celebrar a tão ansiada apresentação do livro (que teve lançamento em Abril de 2020, ocasião em que o mundo, quase literalmente, parou...) mantendo de 17 a 23 de Abril (Dia Mundial do Livro) o mesmo preço que o livro terá na Feira (o livro também estará à venda na Biblioteca no dia da Apresentação).

O Marquês Barão de Alvito - Apontamentos sobre a vida da última geração de encartados. -; Alexandra Forjaz

252 páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2020 (Abril)
PVP: 18 €  5€ de desconto: 13,00€ + oferta de portes na compra de 2 ou mais exemplares (podem ser enviados para até 2 moradas diferentes) * ou com a compra de um outro artigo.

Monografia, sob a forma de ensaio, resultante da análise e estudo documental sobre os Barões de Alvito, nomeadamente, o último Marquês Barão de Alvito, D. José; antepassados da autora. Este trabalho de investigação da história familiar permitiu responder a algumas dúvidas sobre o destino deste património familiar, e levantou mais umas quantas questões para investigações futuras.

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