E temos, finalmente um texto vencedor: "Folhas de Outono" de Dulce Sousa, o número 9 da nossa lista.
Muitos parabéns à autora, que em breve receberá o seu prémio.
Ainda esta semana sortearemos uma lembrança por entre os votantes que se identificaram. Boa sorte!
E sorteamos, de entre os votantes que forneceram o contacto, um número para atribuir uma lembrança. O número sorteado foi o 5 e, muito em breve, o votante vai receber um exemplar do livro "Desafios" que inclui as participações nos desafios de 2020. (na lateral esquerda deste blogue está uma forma de adquirir o livro). Parabéns!
Por, favor, se chegou até aqui e se prepara para ler os poemas, quando terminar vote no seu poema favorito. Necessitamos de desempatar as votações. As votações serão prolongadas até ao dia 8 de Novembro. Muito obrigada!
Atenção que todos os poemas se mantém elegíveis, só validaremos votos que especifiquem o poema, não aceitamos votos em autores.
Muito obrigada.
E estão abertas as votações! Use o número colocado à esquerda do poema para o identificar, e vote usando os comentários. Os votos são ilimitados, mas terá de aguardar para os poder visualizar, dados os comentários deste blogue serem monitorizados.
Haverá um prémio para o autor do poema mais votado e uma lembrança a sortear por entre um dos votantes (terá que deixar uma forma de contacto com o seu voto que, se desejar, será retirada do comentário antes da publicação, só tem que o indicar).
Estão de regresso os desafios e este é o da estação que começou recentemente. Tal como no ano passado "Caem as folhas" continua a ser o nome do desafio que andará à volta destas folhas, sejam as das árvores ou outras, que caem e se renovam. Os autores podem trabalhar o Outono, a inspiração, os ciclos da vida, etc. "Folhas" deve fazer parte do título. Desta vez, o desafio será apenas para verso. Podem participar com mais do que um trabalho.
Do dia 1 a dia 15 de Outubro colocaremos online todos os poemas que nos chegarem até às 19 horas do dia 15/10/2021. Do dia 16 até ao dia 31 de Outubro estarão abertas as votações para o poema favorito. O vencedor receberá um exemplar de capa dura da colectânea "Na areia de uma praia qualquer", para poder continuar a sonhar com férias e viagens.
Os votantes que se identificarem entrarão num sorteio para receberem uma lembrança. (Instruções no final da postagem).
[10] Folhas soltas
A paisagem ficou triste
A natureza mudou!
Meu olhar quedou-se nela
E penoso ele ficou!
O sol, cansado, adormece
Alivia o seu queimar
Aromas! Como apetece…
No seu sabor mergulhar!
Partiram as andorinhas
O sol perdeu seu vigor
Recordações… só minhas!
Deram mais espaço à dor
As folhas na cor…encanto!
Verdes, vermelhos, amarelos
O castanho já é tanto!
Nos matizes tão singelos!
É tamanha a beleza
Que me está a absorver
Sublime é a natureza!
Difícil de descrever!
Dulce Sousa
[9] Folhas de Outono (2)
Outono surpreendente
Vestido de mui beleza
Beijas os olhos da gente
Encantas tão docemente
Pincelas a natureza!
Outono! Em euforia!
Rendo-te assim meu preito
Trazes às árvores a magia
Das folhas que com mestria!
Vão colorindo a preceito!
É tal a supremacia!...
Nem um génio de pintor
Com toda a sabedoria
Jamais ele conseguiria
Um tal quadro compor!
Dulce Sousa
[8] Folhas de Outono II
Que segredos a Natureza guarda
No ciclo anual de suas variadas folhas
Os frutos que velaram com a sua cara
Perderam a luz, em lojas de sombras.
Dos carpos têm saudade as folhas
Agora a navegar ao sabor do vento
Lembram os frutos e suas glórias
Agora, folhas viúvas, choro e lamento…
E folhas das árvores caem sem emprego
Adornos inúteis destinados à lixeira
Folhas que ornaram paisagem e relevo
Hoje, folhas secas que a gente pontapeia…
Folhas inertes; plenas de vida, dias há
Telas d’oiro que a sociedade despreza
Folhas, que atenuam dores como o chá
Tonalidade de folhas lindas da Natureza…
Inúmera gente é Outono, secas folhas
Delas se valeram enquanto foram úteis;
Quando anciãs, até as chamamos tolas
E alojamos folhas, em casa, folhas inúteis…
Riqueza da Natura, desprezo de tantos
Folhas lindas e vivas, expostas a frias neve
Sensíveis ao desprezo de rebentos insanos
São folhas sábias, de coração vivo, perene…
Florentino Mendes Pereira
[7] Folhas de Outono
O verão é já lembrança
Foi-se o tempo do estio!
O outono com pujança
Pinta a paisagem com brio!
O astro-rei amornou
Beija a pele com carinho
O outono já chegou!
Lentamente de mansinho!
Evolam-se os odores
Dos campos e dos pomares
Numa amálgama de cores
E perfumes pelos ares!
Muda, aos poucos, a paisagem
Profusão em pigmento!
Nos tapetes da folhagem
Vai-se a vida no momento!…
Folha a folha vai caindo
Com mestria e singeleza
Cada árvore se despindo
Adormece a natureza!
Dulce Sousa
[6] (as folhas) num só apelo
apelo contra o só,
apelo contra um só,
apelo contra as madeiras dos madeireiros,
e faço de conta,
contavas as minhas vidas,
em três instantes,
num só apelo de ser só,
um instante a vida a aparecer,
quando de madrugada foges,
e deixas o peixe,
sem salgadeira,
o outro instante,
o quereres ser grande,
como o posto de energia elétrica,
mas não tens mãos, nem gritas,
o outro instante o da alegria,
de estares no estio e no inverno,
afadigado nos cavalos,
que passam a correr pelos vales,
mas há um outro,
que é o de ficares só, como na madrugada,
do nascimento das flores coloridas,
ou no passear pelas ruas despovoadas,
ou como estás só,
só,
palavra estranha para um caminho,
de prados verdejantes,
e caminheiros sem lapelas,
que não tiram os chapéus.
Joaquim Armindo
[5] caem as folhas
se soubesses o que é caem as folhas,
se tu sentisses o mar a navegar,
se as tuas pernas,
fossem marinheiros,
à procura das algas,
mas se os pinheiros fossem ocos
de vaidade,
e os choupos quisessem beber
água,
os ribeiros haveriam de verter lágrimas,
porque as árvores,
não seriam poiso para os passaritos,
mas se adivinhasses o portanto
de ser uma andorinha,
levarias o trigo,
á ceifa,
sabes o que é ficar só,
sem flores,
sem pétalas,
ou coloridas de estanho,
encontrarias o descanso das marés vivas,
…olha do outono,
ninguém é outono,
nem ninguém é inverno,
o sol raia na vida das estrelas retumbantes,
só que só, é a marinhesca do deserto,
árido de ser de ti.
Joaquim Armindo
[4] FOLHAS OUTONAIS
No campo e na cidade
Chegaram as cores outonais
Árvores bem novas ou de idade
Amarelam folhas por demais…
Folhas que caem com a aura de Outono
Feridas pelo frio e vento indiferente
Folhas de rastos, de um lado para outro
Lindas há meses, hoje, desprezo da gente…
Árvores e folhas de jardim
Com folhas de tom vermelho
Tempo de Outono é afim
De folhas a cor, poeta e talento…
Folhas caídas ou levadas do vento
Parecem trapos de vida humana
Tarefas loucas, plurais, sem tento
Secam, como folhas de via insana…
Têm o seu tempo as folhas e utilidade
Até o fruto na árvore amadurecer
Apoiado pela folha, conforme a idade
Solicitam reforma para outra renascer…
O ciclo da folha protectora
É bem igual ao ciclo do homem
Pais, esperam nova aurora
Brotos, novas folhas promovem…
Florentino Mendes Pereira
02-10-2021
[3] FOLHAS DE OUTONO
Primavera e Verão
Inverno e Outono
Acontecem no corpo…
E na pele do ancião
As lindas folhas do rosto
Vão caindo no chão…
Aparecem meio amarelas
Novas folhas a sorrir
De amor e graça, repletas
Jardim belo, sempre a florir
Caem folhas; sons e esperas,
Emergem mais sem sucumbir…
No Outono, aqui e ali,
Montes de folhas caídas
Se aliam ao ângulo do jardim
Como avós e netinhas
Se unem em lar afim
Caules de novas folhinhas…
Outono de folhas caídas
Espera de rebentos novos:
Visão das nossas vidas
Repleta de certeza e arrojos
Que aguardam de folhas caídas
A certeza de outros renovos…
Florentino Mendes Pereira
01-10-2021
[2] Caem as folhas
O Outono artesão
pega em folhas de todas as cores
e hábil, mas com tremores,
faz tapetes para o chão.
Sopra e agita,
e com toda a velocidade,
estende a nova manta catita
que forra o chão da cidade.
Sacode e mistura
até a mescla de cores lhe agradar,
mas sendo perfeccionista por natura,
é frequente, soprar e voltar a misturar.
E até o cidadão apressado
ouvindo as folhas a estalar
observa, maravilhado,
o chão onde vai a passar.
Mas o Outono é também hortelão atento,
e se com folhas coloridas deixa bonito o chão,
dá-lhe também saboroso, e precioso, alimento
ao fazer-lhes a decomposição.
E se como não bastasse ser decorador reputado:
Implacável nas mudanças, mas ainda assim terno.
No fundo, tudo o que faz, em forma de postal ilustrado,
é vir-nos alertar para prepararmos o Inverno!
Caem as folhas por necessidade
do Outono, artesão e hortelão,
decorar e preparar a cidade
começando pelo chão...
Teresa Cunha
[1] FOLHAS DO OUTONO
O orvalho frio da noite,
Tisna, de cor roxa e amarela,
O roupeiro desadornado
Das folhas da Primavera
E tom de horto desfolhado…
A seiva, o Outono já não anima;
Do vestido sem folhas, só tronco,
O pomar esguio, oculta a vida.
E sem a armela de ouro
Até as folhas tombaram de sono…
As árvores sem folhas do Outono
Despertam o estro do pintor…
A natura austera mudou de dono
A musa suscita tom inspirador
Folhas novas de poesia e aguarela…
Copiosa, a justeza de Outono
Tal qual a Primavera e o Verão
A Natura mesmo caindo de sono
Oxigena, sem folhas, o pulmão
Inicia novo ciclo de inovação…
Outonos há na vida
Que a gente não decifra
Quem anela só a Primavera
O ritmo sadio arruína…
Outono sem folhas, muito ensina…
Florentino Mendes Pereira
21.09.2021
NOTA: A pedido do autor, esta nova versão do poema substitui a anterior
Esperamos que as leituras tenham sido do seu agrado. Não se esqueça de votar e de divulgar esta iniciativa a partir do dia 16/10/2021, data em que deixaremos de colocar novos textos.
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