Fechadas as votações, o poema que reuniu maior número de votos foi "MULHER, sê autêntica", de Ana Pão Trigo. À vencedora, os nossos parabéns!
A autora vai receber, por email, a lista dos livros de Poesia dos quais poderá escolher um para prémio.
Aproveitamos para pedir aos votantes, dos quais um terá oportunidade de ganhar um livro nos mesmos termos da autora vencedora, que nos enviem até às 16 horas do dia 2 de Abril os seus dados pessoais. Só podemos sortear o prémio por votantes identificados. Para isso devem usar um dos endereços de email colocados nos comentários em resposta ao vosso voto. Muito obrigada.
Como nenhum dos votantes se identificou e um deles ainda apagou o voto (um desrespeito para com o autor do texto votado, aceitamos votos duplicados, não há necessidade de apagar nada), o prémio vai para o votante que se identificou ao votar: Maria Dulce Pereira de Sousa. Parabéns e muito obrigada pela sua participação.
Na próxima semana vamos enviar às duas vencedoras a lista dos livros de Poesia de onde podem escolher o prémio.
No ano em que festejamos o nosso 15º aniversário vamos também celebrar os géneros literários... Assim, em Março celebramos a Poesia (que tem o seu dia a 21 de Março).
Tanto o poema mais votado como o votante sorteado para receber um prémio, receberão uma lista de livros de Poesia da qual poderão escolher o título que mais lhes agradar.
Dia Mundial da Poesia
Os poemas são de tema e estilo livre.
Até 31 de Março de 2022, quem visitar o blogue (Notícias das Nuvens) poderá votar no poema favorito. – Não há limites para as votações, que serão feitas no próprio blogue, nos comentários. (Lembramos que nos nossos blogues os comentários são monitorizados – para evitar spam, vírus e pessoas desocupadas… - pelo que só depois de aprovados os comentários é que eles ficam visíveis no blogue). Os autores podem fornecer links para o blogue aos seus contactos e nas suas redes sociais.
(8) um rio sem água
onde corre um rio sem água,
não há paz na terra,
e os salgueiros não cantam
as canções de embalar,
porque os meninos e as meninas,
são atingidos pelos morteiros
das bocas de fogo,
que vomitam a morte.
ai! ai! vemos os pais e a mães,
e os namorados sem flor,
correndo pelo leito dos rios,
e fugindo,
das balas que recortam o sol e a lua,
as lágrimas fogem das caras,
empalecidas,
a vida já não pátria para os musculados,
aviões e satélites, balões de fogo,
numa hora nua.
foge daqui, foge para ali, assim andam
aqueles que podem ser cadáveres,
dali a momentos.
quando os socalcos das botas da guerra,
salpicam de sangue,
a vida dos homens e das mulheres e das crianças também,
ergue a tua voz Ucrânia dos meus amores,
constrói a paz, a liberdade,
a justiça.
Joaquim Armindo
(7) O Sonho!
Tenho o sonho vigoroso
Um sonho mui especial
Que no mundo a amizade
Seja Bem Universal!
Em cada canto da terra
O homem ponha energia!
Solte todo o egoísmo
Haja partilha, alegria!
Numa corrida veloz
Unidos neste ideal
Todos terão vez e voz
Neste espaço sideral!
Ah! Como seria então
Ver no “outro” um igual!
Amar, amar cada “irmão”
Dar-lhe a nossa atenção
De modo intemporal!
Dulce Sousa
Mimosas
Luxuosamente floridas
Repletas de ostentação!
Esperanças renascidas
De uma nova estação!
Com enorme esplendor
Fico presa a observar
O aveludado da cor
Como o do sol a raiar!
Em algum dos seus matizes
Nem a beleza da rosa
Faz os olhos mais felizes
Consegue ser mais formosa!
Não há uma razão plena
A beleza é relativa!
Entre a loira ou a morena
Uma ou outra é a escolhida!
Dulce Sousa
(5) O sabor das palavras
Há palavras que beijam
A nossa emoção!
Palavras que enlaçam,
Tocam o coração!
Palavras que abraçam
Elevam com motivação!
Palavras perfumadas
Que afastam a perturbação!
Palavras que edificam
Reconstroem, elevam
Um “Ser “desiludido,
Magoado, ferido!
Palavras mágicas
Preenchem o espaço
Dão alento e esperança
Diluem o cansaço!
E são as palavras
Esse doce encanto
Que têm a magia
De limpar o pranto!
Uma só palavra
Com grande poder!
Se transporta o Amor…
Vida a acontecer!
Dulce Sousa
(4) O beijo
O beijo com que me enlaças
Aquece o meu coração!
Se com o beijo me abraças
Aí perco a razão!
É bálsamo na inquietude
É luz quando esmoreço!
Dá alento, dá saúde
Ternura em que me aqueço!
Tem poder demolidor
Jorra laivos do teu ser!
É lenitivo na dor
É também mar de prazer!
Esse beijo amoroso
Como fonte refrescante
Ele é tão poderoso!
Às vezes miraculoso!
Às vezes inquietante!
Dulce Sousa
(3) Arco-íris
Rasga-se o azul do céu
Em festim de cor!
O sol espreita a favor
Como num véu!
Bailam nuvens apressadas
De um cinza mescladas
Sumptuosas! Pesadas!
Soltam pingos de louvor!
De repente …
Um espetáculo multicor!
Do anil ao encarnado
Belo arco facetado!
Beleza estonteante!
Nem o maior diamante
Se iguala em sedução!
Fascínio no firmamento!
Arco-íris! Um encanto!
Dulce Sousa
(2) Manhã de Abril
Fresca com sabor a rosas
Chegava a doce manhã
Novo sonho prometia
A inspiração seduzia
Alegre, bela, louçã!
Mais um dia de abril…
Um tapete matinal!
Do céu gotas mil
Davam vida ao roseiral!
De repente algo mudou...
O brilho tornou-se quente!
Entre nuvens acordou
O astro-rei refulgente!
E nos salpicos brilhantes
Formou ondas multicores!
Mais pareciam diamantes
Soltando-se reluzentes
Das árvores e das flores!
Essa bola incandescente
Com graça e com poder
Fez a paisagem diferente
Um Génio a surpreender!
Dulce Sousa
(1) MULHER, sê autêntica
Mulher, se te queres amar,
Sê autêntica.
Se és autêntica,
Ama-te, assim mesmo,
Com o bom e o mau de ti.
Porque o mau é, em si mesmo,
Parte da tua existência.
É teu. O melhor mau de todos.
O bom é o teu suor
E carrega o sabor de cada vitória.
O mau é cada lágrima
Que te escorreu pela face
E carrega o sal necessário
Para te manter de pé.
Mulher, sê autêntica.
Ama-te, assim mesmo.
Sente-te, respira-te, saboreia-te!
Olha-te! Vê como cresceste.
Vê como te sentes poderosa,
Invencível, linda e forte.
Tal como sempre quiseste ser!
Por onde passares deixa a tua marca.
Deixa o teu cheiro, o teu sabor,
O teu rosto, o teu calor,
Em tudo quanto abraçares.
Ainda que tudo tenha fim,
Que a tua imagem resista,
Na memória de todos os fins.
Que nunca se apague sem dar luta!
Mulher, sê autêntica.
Ama-te, assim mesmo,
LIVRE. De uma garra imensa,
Uma inteligência indiscreta
E uma criatividade nua,
Sem limites.
Que os limites sejam apenas
Aqueles que te colocas.
Se caíres levanta-te,
Mais bonita do que nunca!
Guerreira não pisa,
Ganha marcas de guerra.
Guerreira não perde, aprende
E enriquece.
Guerreira persevera, não desiste.
Muda de rota e segue.
Mulher, sê autêntica,
Sê tua, apenas tua
E de mais ninguém.
Amanhã, se não falarem de ti,
Pelo menos as ruas...
As ruas terão a tua alma
Tatuada, no chão por onde passaram,
Outrora, os teus pés descalços.
Ana Pão Trigo