Findas as votações, o público, cuja votação, mais uma vez, agradecemos, escolheu os seguintes contos como os seus favoritos:
1º Uma pluma no Natal - Vencedor
2º Quando eu era o Pai Natal
2º Quando eu era o Pai Natal
3º O Menino que salvou o Natal e O Guizo
Os nossos parabéns ao autor Pedro Forte por esta vitória.
Fica aqui um excerto do conto vencedor
Uma Pluma no Natal
I
Leonor, uma princesa,
vivia num reino encantado e era profundamente bela, mas simultaneamente triste.
Tão triste quanto triste se pode ser…
Leonor contava os dias que
passavam sempre na companhia da sua velha tristeza. O que ela não imaginava é
que o destino lhe faria uma grande surpresa e que a sua vida, um dia, se iria
alterar profundamente!...
O reino onde os pais de
Leonor, D. Aurélio e D. Eduarda, governavam altivamente, parecia uma tela viva
de cores com umas quantas pinceladas de magia.
As casas do povo,
pequeninas, de pedras amareladas e madeiras envelhecidas, contrastavam com o
enorme palácio onde se destacavam as paredes em carmim onde vivia Leonor.
Os meninos da idade da
princesa corriam alegres e descalços pelas ruas do reino. Pareciam plumas
acariciadas pelo vento a gritar alegremente pelas vielas. Leonor observava-os
da enorme janela do seu quarto.
Enquanto o povo das
aldeias se agitava na azáfama do dia-a-dia, Leonor passava o tempo percorrendo
pesarosamente os longos corredores do sumptuoso palácio onde vivia, acompanhada
da ama, cuja incumbência era garantir que à princesa nada faltava, nem o mais
belo vestido, o mais requintado par de sapatos, ou a mais doce guloseima…
A cada dia que passava a
esbelta princesa, com os seus longos cabelos negros a contrastar com a sua tez
muito branca, ia sentindo-se cada vez mais pesada e sem forças. Os seus
sapatinhos de cetim pareciam enterrar-se cada vez mais na rica tapeçaria que
ornamentava o chão do interior do palácio.
À noite, com a cabeça
encostada no vidro da janela do seu quarto, Leonor via, lá
ao longe,
os meninos da aldeia junto dos
seus pais, cercando uma mesa, iluminados pela luz trémula
de uma vela. Pareciam muito levezinhos, animados…enquanto ela, permanecia ali,
pesarosamente no seu enfado, sem oportunidade para uma conversa com os seus
pais, que tal como era habitual se encontravam no salão principal do palácio a
receber os nobres nos habituais serões faustosos que aí se realizavam.
Na aldeia mais próxima do
palácio, as crianças acordavam todos os dias muito cedo para ajudar os pais com
as lides do campo antes de seguirem em grupos animados, para a velhinha escola,
edifício branco, com uma porta e duas janelas pintadas de verde. Ao lado da
escola, a igreja da aldeia fazia-lhes companhia.
Nem o facto de terem que madrugar para conduzir
os animais para os pastos cobertos de orvalho, ou ajudar os pais com as pesadas
vasilhas cheias do leite que conseguiam com a ordenha, faziam sentir as
crianças felizes menos leves que o dia anterior. Corriam sempre alegremente,
mal tocando no chão agreste, que aos olhos de Leonor, pareciam campos de
algodão…
(...)
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