Calendário de Advento
(8) Natal
Canta a brisa, sopra leve
Traz belas recordações!
Tempo que se fez breve
Na doçura das canções!
Da calorosa lareira
Dos aromas, a magia!
Pulsava a casa inteira
Num misto de alegria!
Circundavam as histórias
As conversas animadas
Fazem parte das memórias
Na constante, gargalhadas!
A vida num só sentir
Num coração a pulsar!
Partilhando o existir
Irmanados no amar!
Noutras eras o natal
Era terna devoção!
Um período sem igual
Guardo-o no coração!
(7) Natal
(6) numa noite de brilho
esta noite é de brilho, e as estrelas
sorriem para os pinheiros e acenam
aos presépios.
com o brilho das águas marinhas,
quando o sol se põe,
no horizonte,
das sinfonias dos anjos,
cantando a paz e a justiça.
e se as luzes da estrela, de cinco pontas,
se coloca, dourada,
então os animais das serras longínquas,
soluçam rios de alegria, mais o bafo,
quente e solstício,
das redondezas, onde as luzes parecem de neve,
e riem como as crianças a jogarem futebol
de meias, sem sapatos,
e a bola de farrapos.
o menino e os pais,
esses estão interessados em esfumar
o frio,
e apresentam as bolas coloridas,
das árvores
que o natal impõe, dando o bafejo,
às intermináveis correntes que hão de
ser quebradas.
Joaquim Armindo
(5) Faça-se Natal!
Para que seja natal
Precisamos acordar
Nas nossas imperfeições!
Somos o rei dos desejos
A quem importa atender!
Gira o mundo à nossa volta
Se não gira é frustração!
O outro é um detalhe
Ganhará nossa atenção?
Fácil é apontar o erro
Sem olhar prós seus botões!
Pois nas esquinas da vida
Temos voz! Opiniões!
Esquecemos o nosso igual
Que como nós afinal,
É um “Ser” em construção!
Trava as suas batalhas
Tem também sua razão!
E com certa insensatez
Sem o devido respeito
Falamos, vociferamos,
Agredimos com despeito!
Sentimos as nossas dores,
As tristezas, desamores,
O “outro” também os tem!
Cada qual tem sua história
Suas mágoas, seu pesar!
Haja, assim, compreensão!
É natal, tempo de amor
E de mútuo perdão!
Dulce Sousa
(4) Natal!
Natal é celebração
É um doce acontecer!
Paz, amor no coração
Carinho, alegria, união
É um novo renascer!
Natal! Novo acordar!
Valores em tempos idos!
Doçura em cada olhar
Momentos a recordar
Sonhos adormecidos!
Para que seja natal
Silenciemos a razão!
E que o amor afinal
Ingrediente principal
Inunde o coração!
Como queria regressar
Ao natal da minha infância!
À simplicidade do lar
Ao carinho em abundância!
Dulce Sousa
(3) NATAL DE 2021
No azul do mar imenso
A cintilar estrelas ao anoitecer
Prendem nosso olhar atento
Delicados silêncios a perceber…
Para lá da opulência do dia
Em que a mente é lume e luzeiro
Nova melodia cresce mais ainda
Se o escutar, se afirma pioneiro…
Patente semeada de estrelas
E sem artificio de engenharia…
O Natal, é sol único de certezas
Mar eterno de luz e melodia…
Natal é profecia, voz e Menino
Que emerge aqui, vindo do Além
É segredo de Deus, rico e íntimo
A linguagem silenciosa de Belém
Data feliz, em que, pequeninos,
Como Jesus, em curral, nascido
Até os pais se sentem filhos
Embalam o Natal de olhar menino…
(2) Uma certa árvore de Natal de enfeite natural
(1) Natal oculto
Não estou certa do que se trata!
Falam de uma época festiva,
na qual somos invadidos
por ímpetos de altruísmo,
alegrias crescentes, inflamáveis,
uma bondade assolapada,
por tantos ocultada,
por trezentos e picos dias.
Formam-se filas e romarias
para nos deslumbrarmos com luzinhas,
contarmos os trocados
e trocarmos economias
por presentes pouco presentes,
por vezes, sem significado.
Consumismo, chamo-lhe eu!
Para muitos, qualquer coisa serve!
Importa assinalar a data.
Seguem-se jantares atrás de jantares,
sentamo-nos ao lado daquele ou daquela
que nos mete cá um fastio,
ao longo do ano...
Mas, é natal!
Enchem-se as redes sociais de gratidão,
de famílias felizes, sessões fotográficas,
mãos apertadas e beijos iluminados
que escondem corações apagados,
fechados, sem vida própria.
E as crianças podem-se portar mal
à vontadinha, todo o ano!
São ameaças constantes
de que o barbudo da coca-cola não virá!
Mas lá fundo, todas elas sabem
De que isso não passa de blá, blá, blá
dos pais atarefados, todos os dias,
sem tempo para serem pais!
E o barrigudo lá aparece,
com ou sem castigos,
compensam-se, assim, dias perdidos
e laços mal amanhados.
Para quê perder tempo com vínculos,
se os podemos ter agarrados
aos videojogos e ao youtub,
quedos, mudos, ocupados,
a adquirir um palavreado abrasileirado
que insulta o pobre do Camões!
Ai que rico Natal!
O Natal do fingimento.
Pelo menos, foi antecipado,
Começa em novembro, agora.
Temos mais dias de glória,
de comportamentos estereotipados,
Histriónicos, maníacos.
Os prazos foram alargados,
não percamos a esperança na humanidade!
Enquanto houver vaidade
E amor sem sabor,
haverá sempre deste "natal"...
Oculto, nas palhinhas deitado.
Pensando bem...
Seria bom se houvesse natal, de facto.
E, passo a passo, eu caminho sem cessar
Com os meus donos, neste frio em tremura?
Aonde é, que apressados, vão chegar?
O cansaço não me invade. Quem diria?
Nem mesmo a fome, frio, sede ou calor.
Algo me diz que em meu dorso, com Maria,
Transporto o Eterno, o Divino, o Senhor.
É como um Ó seu ventre enorme, redondinho.
Se bem que burro, essa letra, eu conheço:
Com ela falo, grito e canto em tom baixinho;
Louvo o Senhor, nesse sacrário, áureo berço.
Em cada pedra já tropeça o seu esposo;
Mal o ampara forte cajado em sua mão.
Agarradinho, desfalecido, ao meu pescoço,
Sinto o bater do seu nobre coração.
À cidade de David, eis-nos chegados,
O rei famoso, cepa antiga de onde vem.
Não se encontra onde ficarem abrigados.
Está tudo cheio! Não há lugar para ninguém.
Na escuridão, a Luz Eterna está pra brilhar.
Chegou a hora, aquela hora que só Ele sabe!
Envolto em panos, na manjedoira O vão deitar.
Vejo esse Sol, esse Menino, Deus de verdade.
Sou o burrito mais ditoso de entre os povos.
Estou vaidoso, feliz, contente, mais que os meus!
Em zurros altos, sem me cansar, eu conto a todos:
Esta notícia há-de ecoar em terra e céus!
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