Nina Pianini (pseudónimo), 63 anos, tem um novo livro!
Nina Pianini, de voz própria e na primeira pessoa:
Este seu novo livro aborda uma questão interessante,
seja no sentido literário seja no literal: o dinheiro (a moeda) e sua
importância (muita ou pouca) no desenrolar da vida das pessoas. Conte-nos como
e porquê resolveu escrever este livro, que é um conjunto de contos, e qual o
impacto que pretende que tenha nos mais novos, e também, já agora, nos menos
novos que também entrem em contacto com ele?
O livro “Como uma moeda muda a vida” foi
escrito há alguns anos atrás e ficou guardado junto com os outros milhares de
rascunhos escritos à mão durante um longo período de cama. Mais tarde, após
AVC, vi-me forçada a ter de reiniciar de novo e a fazer cópias, contribuindo
imenso esse simples treino diário para a minha recuperação. Peguei nas diversas
folhas soltas dos contos já escritos e passei-os um a um para o computador. À
medida que fui melhorando, senti que este livro era determinante para a conjuntura
atual de uma sociedade em que o dinheiro prevalece e que, vive muitas vezes, em
função do poder do dinheiro. Por tal, era essencial que estes contos fossem
lidos. Quando surgiu a iniciativa lançada pela Tecto de Nuvens da Campanha
promocional de Natal, não tive dúvidas que tinha chegado a hora de dar vida
àquelas palavras. Numa época em que publicar um livro exige um investimento
elevado, não se pode perder a oportunidade quando uma editora nos abre as
portas e nos facilita condições invejáveis de publicação. Por isso, agradeço à
Tecto de Nuvens todo o seu apoio e orientação sempre constante em todas as
fases deste livro desde a edição à publicação. Sem esse acompanhamento e
colaboração, poderia pôr em risco a sua qualidade. Daí que, acarreta igualmente
da nossa parte uma maior responsabilidade na seleção de: qual o livro a
publicar? qual o tema mais interessante para o leitor? Qual o texto que terá a
melhor qualidade literária exigida?...etc. São imensas as questões que se
colocam ao autor porque não queremos falhar nem muito menos desiludir o leitor
com um livro que não satisfaça os seus interesses ou os requisitos literários.
Assim, quando já temos muitos livros prontos a publicar, torna-se muito mais
fácil decidir qual deles. Foi o que aconteceu, e, imediatamente, soube logo que
era este o livro que tinha de publicar, quer pela atualidade do tema como pelo
estilo narrativo.
Este conjunto de contos apresentados no livro
“Como uma moeda muda a vida” refletem como as diferentes personagens se
posicionam perante o valor ou o tipo de simbologia que o dinheiro assume na sua
vida. Não constituindo um livro de julgamentos ou de opinar sobre “como deve”
ou “não deve ser”, despoleta, no entanto,
forte impacto ao induzir ao que está subentendido atrás das palavras.
Assim este livro, poderá ter um impacto muito significativo no leitor ao
fomentar a introspeção podendo contribuir para a formação do seu próprio
desenvolvimento global individual e, consequentemente, coletivo ao implicar na
sua participação ativa.
O livro, sem querer revelar demasiado, não
é um tratado de economia e finanças, mas é um livro sobre valores, nem todos
quantificáveis em somas de dinheiro. Passando do literal, em que cada vez mais
se fala da necessidade de uma literacia financeira e de poupança; para o
literário, valores e momentos marcantes na vida de uma pessoa, qual a mensagem
(ou mensagens) que pretende passar?
O livro “Como uma moeda muda a vida” abre
asas para o desconhecido sobre a problemática do dinheiro na vida das pessoas.
Não pretendendo apresentar ou sublinhar mensagens construídas, nem pretendendo
formatar pensamentos a uma única forma de pensar ou voz, no livro opta-se por
levar o leitor a decidir por si, apresentando um leque de posturas que induz à
reflexão do leitor e, dá-lhe liberdade para ponderar por si próprio sobre o que
leu.
É rico em expor situações que revelam
diversidade de posturas, desmascarando-as numa paleta de vivências que,
implicitamente, levam o leitor a refletir e a se interrogar sobre a sua própria
postura e a dos outros.
Existe alguma história, em particular, que
goste mais, mais inspiradora ou mais baseada em experiências próprias? Qual e porquê?
Ao escrever dá-se luz às ideias desencadeadas
pela nossa criatividade. E este conjunto de contos refletem precisamente, a
borbulhante imaginação que surgiu à volta da temática que aborda o livro. Mas,
por vezes, inconscientemente ocorre algum tipo de sublimação em processos
psicológicos nem sempre diretamente visíveis. Foi o caso do “Conto XXVII – A
Despedida” com que termino o livro. Este conto retrata uma situação vivida
muito pessoal. Sempre que leio este conto, desato sempre a chorar pela carga
emocional que tem e confesso que me foi difícil fazer a sua correta correção
linguística, pois cada vez que o relia, as lágrimas escorriam-me pela cara sem
conseguir conter. Decidi posicioná-lo de forma premeditada como o último conto
do livro, sendo a homenagem dedicada aos meus falecidos avós a quem devo o amor
pelos livros.
Indique as razões pelas quais aconselharia
as pessoas a ler/comprar o seu livro? O que acha mais apelativo nele?
Assumindo-se a relevância da temática do
dinheiro como uma problemática que exige reflexão nos dias de hoje, salienta-se
aqui que, a estratégia adoptada pela Tecto de Nuvens foi fundamental ao
permitir-me total liberdade na seleção desta temática. Agradeço-lhes imenso
terem-me oferecido essa possibilidade, pois a maioria das outras editoras limitam-se
a exigir temas de acordo com tendências de mercado como de “moda” se tratasse.
Inclusive, alguns agentes literários até forçam autores a escreverem sobre
temas polémicos bastante controversos para venderem mais e assumindo o poder do
dinheiro como preponderante no mercado editorial. Por isso, ter a liberdade de
escolher o tema, deu-me a possibilidade de publicar o livro “ Como uma moeda
muda a vida” que, para mim, permite uma intervenção ativa e formadora na
participação social pela importância na atualidade da problemática tratada nos
contos. O recurso a um escrita que induz o leitor a seguir pistas que vão sendo
semeadas ao longo da narrativa e o uso de uma linguagem bastante visual
facilita a leitura, mesmo do pequeno leitor, despertando a curiosidade em saber
como termina cada conto. Para além disto, a magnífica capa produzida pela Tecto
de Nuvens que, embora não seja capa
dura, é de um material bastante aliciante e resistente tornando o livro muito
apelativo. Em relação ao conteúdo temático: Cada conto permite ao leitor
visualizar diferentes questões e posturas perante o dinheiro. Leva o leitor a
questionar-se qual a sua postura em relação ao dinheiro e a refletir sobre a
sobrevalorização do dinheiro. A problemática de saber lidar com o dinheiro
constitui nos dias que correm uma prioridade de relevância crescente à medida
que o dinheiro assume na sociedade um papel preponderante. Qual o
educador/professor ou pai/mãe que pode desperdiçar não orientar o seu filho(a)
para que perceba o valor do dinheiro e o
risco(s) que corre no uso mal gerido do dinheiro? Levantar questões, promover o
debate e fazer crescer é o que se propõe
neste livro de contos. Assim, este livro assume um carater educativo essencial
para todas as crianças e um papel provocador para o adulto confrontando-o na
forma como lida com o dinheiro, pondo em questão o valor e tipo de postura no
uso do dinheiro.
Podia-se perguntar à Rede de Bibliotecas
Escolares: Quantos livros dedicados a esta temática têm integrado nas suas
listas de livros recomendados do Plano nacional de leitura?; Questionar os
Coordenadores de Português: “Quantas obras desta temática são usados em
situação de debate inter -turmas?; E, até se poderia perguntar aos diretores de
turma: “As problemáticas deste tema são tratados com os seus alunos?”...Se a
escola pretende dar resposta às necessidades atuais terá que abrir horizontes e
integrar obras como o livro “ Como uma moeda muda a vida”, permitindo que os
valores inerentes ao perfil do aluno sejam promovidos.
Esta pergunta foge um pouco ao habitual,
mas como é que sugeriria a um educador, a um professor, pais, avós, a abordagem
a este livro? Como é que o abordaria se fosse ao encontro do seu público-alvo
para uma sessão de leitura e discussão?
Não resisto a perguntar (tipo não há dois
sem três…): há potencial para mais livros dentro deste género? Que novos
projectos tem em mãos?
Como deve acontecer a muitos outros autores,
não me contive a escrever apenas os contos presentes no Livro “ Como uma moeda
muda a vida”. Na fase em que escrevi estes contos, tornou-se difícil para mim
conter a avalanche de ideias que, todos os dias surgiam. Por tal, escrevi
muitos mais contos desta temática que não integrei neste livro para evitar de
tornar o livro bastante extenso para quem o lê.
Quem escreve, tem sempre dificuldade em
conter a veia criativa, por isso muitos outros contos foram escritos desta e de
outras temáticas. O treino da escrita constitui uma terapia essencial para o
desenvolvimento global e bem-estar. Espero que, no futuro, os médicos
compreendam o quanto se deve valorizar a terapêutica de ler/escrever. Aliás, o
conceito da biblioteca como “farmácia da alma”, vem do tempo dos faraós,
infelizmente, perdeu-se no tempo. Independentemente de tudo, tenho sempre
projetos a decorrer. O que importa é escrever, por isso escrevam. Não tenham
receio do julgamento dos outros. Usem a escrita como ferramenta de comunicação
para se exprimirem, assim garantem um bom funcionamento mental sempre ativo.
Não deixem morrer o vosso cérebro. Leiam, escrevam!
Como deve acontecer a muitos outros autores,
não me contive a escrever apenas os contos presentes no Livro “ Como uma moeda
muda a vida”. Na fase em que escrevi estes contos, tornou-se difícil para mim
conter a avalanche de ideias que, todos os dias surgiam. Por tal, escrevi
muitos mais contos desta temática que não integrei neste livro para evitar de
tornar o livro bastante extenso para quem o lê.
Quem escreve, tem sempre dificuldade em
conter a veia criativa, por isso muitos outros contos foram escritos desta e de
outras temáticas. O treino da escrita constitui uma terapia essencial para o
desenvolvimento global e bem-estar. Espero que, no futuro, os médicos
compreendam o quanto se deve valorizar a terapêutica de ler/escrever. Aliás, o
conceito da biblioteca como “farmácia da alma”, vem do tempo dos faraós,
infelizmente, perdeu-se no tempo. Independentemente de tudo, tenho sempre
projetos a decorrer. O que importa é escrever, por isso escrevam. Não tenham
receio do julgamento dos outros. Usem a escrita como ferramenta de comunicação
para se exprimirem, assim garantem um bom funcionamento mental sempre ativo.
Não deixem morrer o vosso cérebro. Leiam, escrevam!
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Mais informações sobre o livro aqui |