E já nos últimos dias de Novembro reciclamos um clássico...
Muito populares, em vários formatos, com diferentes ofertas, são daquelas tradições universais e intemporais.
O que propomos de 1 de Dezembro até ao dia 23 é ter prendinhas para os leitores do blogue. Em qualquer dia podem enviar-nos um texto (poesia ou prosa); um pensamento, um desenho, uma fotografia, etc., alusiva ao Natal. Os trabalhos serão colocados à medida que chegarem e as participações são ilimitadas. A vossa criatividade e espírito natalício serão o limite: se acabaram de decorar a casa e acham que esta merece uma foto, pode ser essa a vossa contribuição do dia. Também podem fotografar os vossos doces de Natal; partilhar um pensamento, uma ideia daquele dia...
Se conseguirem fazê-lo com qualidade para partilhar também podem fazer participações em vídeo e áudio.
Podem participar quantas vezes vos apetecer.
De um modo completamente aleatório, vamos escolher uma participação para receber uma prenda. Se houver comentários, usando o mesmo método que para as participações, escolheremos também um para uma prenda, desde que o autor do comentário nos forneça um endereço de email válido.
Os comentários vão estar abertos, nos termos habituais (são moderados, pelo que têm que ser aprovados antes de serem visíveis, o que pode demorar algum tempo, não vale a pena repetir o comentário, aguardem por um horário mais consentâneo com o expediente para verem se está publicado - por favor, alguma pena pelos humanos que vão ter de validar comentários entre compras, cozinhados e, esperemos, comer rabanadas e afins com a família...-), podem expressar a vossa predilecção por algum dos trabalhos ou fazer um comentário que vos pareça pertinente. De 10 em 10 dias: 10, 20 e 30 sortearemos um dos comentários para receber uma prenda (só entram no sorteio os comentários entrados nesse intervalo de tempo e devidamente identificados). Por esse motivo é pertinente deixarem ficar um endereço de email para poderem ser contactados (se não desejarem que ele seja visível, basta escreverem isso no vosso comentário, guardaremos o endereço para contactar em caso de prémio, mas apagaremos o endereço na postagem do comentário) - terão depois de estar atentos ao vosso email para nos fornecerem a morada para onde enviar a prenda.
Fechamos a recepção de trabalhos no dia 23, ao meio-dia, e os comentários no dia 31 de Dezembro, 2025. Tanto os trabalhos como os comentários serão numerados e vamos usar o número da sorte do totoloto do dia 10 de Janeiro de 2026 para atribuir o prémio entre todos os participantes e um outro prémio a sortear entre todos os comentários (ao sorteio, habitualmente, irão os números iguais ao sorteado e todos aqueles que tiverem a mesma terminação).
E as prendas são:O prémio a sortear em Janeiro será igual tanto para o autor como para o votante e também será anunciado quando começarmos a ter participações.
A participação, com trabalhos e/ou comentários, está aberta a todos. Participe, divulgue, divirta-se e tenha um muito feliz Natal!
E foi dia da primeira prenda! Após sorteio a prenda surpresa vai para o votante nº 2. Parabéns!
Os votos/comentários entrados de hoje até ao dia 20 serão elegíveis para o sorteio do dia 20.
Os votos deste primeiro segmento voltarão a ser elegíveis para o sorteio de Janeiro 2026.
(7) CASA NATALINA
De laço vermelho, o verde pinheiro
Símbolo de esperança e renovação,
Adorna-o a espinhosa gilbardeira
De brilhantes bagas de inverno,
Salpicadas pela falsa branca neve
A estação e a razão,
A razão da estação, Cristo
Que o Natal ilumine a tua vida
Com amor e paz,
E que a magia desta época
O teu coração agradeça
A porta natalina
Um mundo magico revela,
Luzes brancas e outras coloridas,
Num espetáculo, que encanta.
Bonecos de neve,
Com roupas festivas,
Abrilhantam-lhe a entrada,
Convidando à alegria que a época traz
E a porta rosada,
De janelas de vidro rodeada
E de coroas coroadas…
Apenas um convite à celebração,
À família e à amorosa natalina madrugada
Ilda Pinto Almeida
(texto e fotos)
(6) O Anjo do Pólo Norte
Há muitos anos atrás, a Humanidade estava a passar por um período de trevas.
Doenças fabricadas por laboratórios assolavam os Seres Humanos que viviam do medo e tentavam curar-se com ervas.
Esse receio fez desmoronar o espírito de entreajuda entre os povos e gerou muitas guerras.
Ao ver tudo o que se passava na sua bola de cristal, o Anjo do Pólo Norte esperou que a paz voltasse a reinar uma vez que se aproximava o Natal.
Quanto chegou a altura do Advento, o pesadelo que assolava a Humanidade continuava a vivenciar esse maldito momento.
Então, Noa, o Anjo do Pólo Norte, resolveu evocar aos Deuses do Universo que fizessem soprar ventos de mudança acompanhados de Auroras Boreais, para outras latitudes, a ver se os humanos que provocavam essas más atitudes vissem essas cores fenomenais.
Assim foi feito! Os ditadores e outros agressores viram o bailado belo das cores verde, rosa, vermelho, azul, violeta e amarelo.
Como se sentissem hipnotizados, interpretaram o verde como símbolo da natureza e
esperança, que os induziu à renovação e equilíbrio.
Ao visualizarem a cor rosa, ficaram imbuídos no espírito do amor, doçura e carinho,
propagando afetos e harmonia no dia-a-dia.
Já ao sentirem o que o vermelho lhes transmitia, vivenciaram o ferro e fogo provocado a quem eles consideravam como inimigo, mas que afinal eram pessoas iguais a eles, pois corria dessa cor o sangue nas veias de ambos.
Depois veio a cor do céu, o azul, que lhes trouxe a serenidade e paz após terem revisitado o passado com momentos de guerra tão atroz.
Finalmente a cor violeta fez-lhes ver o poder da espiritualidade e na introspecção a que foram induzidos sentiram que é possível viver na Terra sob o desígnio espiritual, em que os bens materiais passam para um segundo plano.
Por trás deste milagre todo, estava Noa, hipnoticamente a fazer o seu milagre durante o Advento e antes de chegar finalmente à Paz e ao verdadeiro espírito natalício. E conforme dita a Lei do cristianismo, a cor violeta durante o Advento está associada à penitência e à conversão, tal como espiritualmente é a cor da cura, neste caso a cura da Humanidade!
Mas o Universo é perfeito e como tal as Auroras Boreais também têm o amarelo.
Associado ao Astro Rei, o Sol, simboliza alegria e otimismo, mas também tem uma
mensagem para a Humanidade: O alerta do perigo de que tudo volte às trevas e ao que se vivia até esse miraculoso Advento.
Mas, Noa continua muito atento! A zelar por nós a todo o momento!
Aníbal Seraphim (texto e foto)
(5) VELA DE NATAL
Naquele Natal, enquanto imaginava como seria o tricotar à luz de uma
pequena vela, idealizava as suas sombras dançantes numa parede, e pensei na
verdadeira luz que nasceu em Belém há mais de dois mil anos.
Sussurrei: Ele é como uma fábrica de velas, iluminando corações e almas com
esperança e alegria inimaginável, fá-lo sem distinções, velhos e novos, ricos
ou pobres, a torto e a direito, desde que as almas o desejem, é claro. Faz o
interior das pessoas brilhar como o topo do edifício Chrysler em Manhattan, sem
importar, quem é ou de onde vem. Apenas exige que abramos o coração e aceitemos
a sua luz.
Mas neste Advento, quando a escuridão parece prevalecer, Ele continua a ser
a Luz que brilha mais forte. E pensei:
“Mas porquê Belém da Judeia, uma pequena e humilde aldeia agrícola?
Talvez porque José e Maria tiveram que ir para lá para fazer o
recenseamento decretado pelo imperador Augusto, ou talvez porque era um lugar
simples e fértil….”
Enquanto trabalhava no meu projeto de tricô, pensei na simplicidade das
coisas de Deus:
Um bebé numa manjedoura, não por falta de lugar, mas para simbolizar a
humildade. E, eu ali, criando algo com as minhas próprias mãos, sentindo-me
realizada, o Natal a aproximar-se, o inverno está a todo o vapor, e cada vez
mais mergulhada no meu passatempo noturno, balbuciava querendo entender mais:
Porquê um bebé numa manjedoura? -A grandeza das pessoas está na sua humildade
- tagarelei só.
Devo confessar que não sou especialista em pontos diferentes;) - Envolve
lã, tricô e criações peculiares. Mas é uma ótima maneira de relaxar, e até
divertir, mantendo os olhos abertos, pelo menos, até às 23 horas.
Depois de tanta azáfama mental, voltei a pensar o porquê das amizades e a
reunião familiar.
“Talvez porque Jesus nasceu no seio de uma família. Jesus, Maria e José e
todos os amigos que depois os foram
visitar!”
Voltei ao tricô, e já depois da minha engenharia terminada, coloquei um pequeno detalhe, um botão em madeira, gravado
com with love -IPintoA –
De repente, ouço o som de motores ao fundo, num ruído muito especial. Corri
à porta e vi que vinha o Pai Natal a passar de trenó atracado a uma Harley
Davidson, acompanhado da academia da polícia da Cidade! Nisto faz um pit stop mesmo
em frente da casa, cheio de luzes cintilantes acompanhado por aquele ruido
distinto de muitíssimos motores Harley. Foi a visita anual da City Hall, que
todos os anos faz uma vénia aos residentes.
A cada dia que passa a magia do Advento cresce, cheio de alegria, esperança
e meditações.
E eu aqui, com a minha imaginação. - Uma vela de Natal – absorvida com o meu tricô, ao mesmo tempo fazendo-me parte dessa época mágica.
Ilda Pinto Almeida
(4) JOANINHA E O MENINO JESUS
Em casa de Joaninha, o espírito natalício começava a insinuar-se antes ainda do fim
de Novembro. A mãe dava a volta aos roupeiros à procura de peças quentinhas que já não servissem, e Joaninha e o irmão juntavam brinquedos de tempos idos, para encher a caixa que haveriam de entregar na igreja. Entretanto, empoleirado no escadote, o pai ia pendurando grinaldas de pequenas estrelas cintilantes nas janelas e fitas doiradas e prateadas por cima da lareira e dos quadros, sem esquecer a grande coroa de ramos de azevinho e pinhas salpicada de sininhos vermelhos à porta de casa. Os enfeites de Natal, coloridos e radiosos, brotavam do caixote de cartão como cogumelos a seguir às primeiras chuvas do Outono; e sobre o aparador da sala amontoava-se, numa confusão à-toa, o presépio.
Montar o presépio cabia a Joaninha, estando o pai e o irmão ocupados a vestir de
festa o pinheiro artificial, e a mãe entretida na cozinha a experimentar receitas de
doces de Natal da avó, enquanto a casa se enchia das notas alegres das canções que
todos conheciam de tempos imemoriais. Montar o presépio era uma grande responsabilidade, porque tinha de ficar bem organizado: os pastores deviam conduzir as ovelhas, os patos estariam a nadar no lago, os reis magos viriam em fila montados nos camelos, e no estábulo, o berço do Menino ficaria ao centro, o burro e a vaca em segundo plano, e S. José e a Virgem logo à entrada para receber as visitas; além disso, era preciso empoleirar o anjo num sítio de onde não caísse...
Era tarefa para uma tarde inteira de domingo! E quando a família se reunia para jantar, a sala tinha um encanto diferente, como se a própria casa respirasse o espírito do Natal. Faltavam ainda duas ou três semanas para as férias do Natal.
De manhã, antes de sair para a escola, Joaninha vinha despedir-se do seu Menino
Jesus, e recomendar à Virgem que o agasalhasse muito bem, porque os dias estavam a arrefecer muito. S. José teria de ir buscar muita lenha para fazer uma boa fogueira! E à noite, Joaninha não se deitava sem se certificar de que o Menino não tinha frio... Talvez tivesse, sem um lençol, sem uma mantinha...
Joaninha teve uma ideia! Dobrando muito bem dobrado um lenço de papel macio,
improvisou um cobertor para o bonequinho de barro, que lhe parecia estar a tremer, e que lhe sorriu assim que se sentiu tão bem aconchegado. Joaninha lançou-lhe de longe um beijinho, e ela própria dormiu como um anjo.
E chegaram as férias, e chegaram os avós para passar o Natal. Não traziam prendas,
porque essas, o Pai Natal haveria de trazer, lá para a meia-noite; mas a avó trazia duas grandes meias de lã que ela própria tricotara – uma vermelha para Joaninha, a outra verde, para o irmão - para pendurar na lareira e a seu tempo encher de guloseimas. E como era macia e quentinha a lã das meias!...
Joaninha teve uma ideia ainda melhor: aproveitando a distracção da família, foi buscar a tesourinha dos trabalhos manuais, e zás!, cortou a ponta da meia vermelha!
Agora sim, o Menino Jesus podia dormir dentro de uma manta verdadeiramente quentinha! Mas à noite, a seguir à consoada e antes da missa do galo, quando o avô
começou a encher de docinhos as meias dos netos, a família soltou uma exclamação
de espanto ao ver espalhar-se pelo chão a parte de Joaninha!
- A meia está rota?! – a avó ajustou os óculos. – Não pode ser! Rematei-a tão bem...
Desculpa, Joaninha, não sei como pôde isto acontecer!
- Eu sei... – embaraçada, Joaninha relatou a sua “proeza”, receando um raspanete
dos pais por ter estragado a prenda da avó; em vez disso, a avó pegou-lhe ao colo e
aconchegou-a a si, sorrindo com a ternura com que só as avós sabem sorrir.
- Fizeste muito bem, Joaninha! Tenho a certeza de que o Menino Jesus gostou muito da prenda que lhe deste! Agora vai juntar os doces, que eu vou coser o pé à meia!
Foi o Natal mais quentinho daquele Menino Jesus de barro.
Ana Ferreira da Silva
(3) SOU NÁUFRAGO
Sou náufrago — e vejo a luz salvadora
Junto ao mar, espelho vivo da lua.
Sempre sonhei um dia ser só tua,
Mas veio a mão severa, castradora.
O meu destino já vinha traçado:
Casar com quem amava outra mulher;
Nunca poderia, enfim, ser feliz, bem-querer —
E o teu caminho tinha-o perdido, cansado.
Fui até ao mar buscar a minha paz;
A areia, confidente eterna e paciente,
E a água fresca a puxar-me às ondas.
E foi no mar que a alma sossegou,
Pois algo dentro de mim murmurou:
Não posso partir agora — é Natal.
Maria Teresa Portal Oliveira
(2) Natal 2025
O Dragão Rebolão e todos os amigos da floresta mágica desejam a todos os amigos
da Tecto de Nuvens (e aos amigos dos amigos dos amigos e a todo o Mundo) um
Natal Feliz, e que a Paz brilhe no vosso caminho ao longo do Novo Ano.
E não se esqueçam do conselho da grande filósofa Raposélia:
“A Paz começa dentro de cada um de vós; tratem de contagiar as pessoas que vos
rodeiam, e em breve teremos a mais bela das pandemias a circular pelo Mundo
inteiro!”
FELIZ NATAL!
Ana Ferreira da Silva
(ilustração e texto)
(1) SEMENTE DE NATAL
I
Natal, és semente de luz feliz e serena,
flor que encanta o tempo ao desfolhar,
Natal, palavra mansa que a noite mantém plena,
livro onde adormeço e volto a sonhar,
odor que embala o peito quando a alma acena.
II
Natal, és pauta viva onde o meu canto se cria,
Um vento doce e alegre que afaga cada emoção,
És brilho que nasce da mais melodia natalícia
És tudo o que brota do teu coração patrício
minha sementinha, fonte eterna de poesia.
Maria Teresa Portal Oliveira