Hoje celebramos o nosso 17º aniversário. Parabéns a todos os que têm feito parte da família Tecto de Nuvens.
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sábado, 13 de julho de 2024
Hoje é o nosso aniversário!
Postal de férias - desafio de Julho
6) Boas férias! (Na Alemanha) de copo na mão!
Destino Rio Mosel!
5) Boas férias! "cheias de livros."
4) Boas Férias! De Petra, Jordânia
Petra, uma das sete maravilhas do mundo, o grande tesouro- Al-Khazna, impressionante! Um templo de 40 metros de altura por 30 de largura esculpido num único bloco de pedra (areia). Uma cidade onde as palavras são escassas para descrever esse passado. As fotos não dão para ter a verdadeira noção. Um lugar fotogénico, cenográfico e todos os nomes que lhe queiramos dar. Sabe-se ainda que o reino se tornou muito rico, pois ficava num ponto estratégico do Oriente Médio onde cruzavam as rotas das caravanas que transportavam incenso, especiarias e mirra, entre a antiga Mesopotâmia e o Egito. Incenso, ouro e mirra que foram levados de presente pelos Três Reis Magos quando nasceu Jesus.
3) Boas Férias! De Aswan, Egipto (III)
Se já ia nervosa, pior fiquei. Se não tivesse o meu corpo tão rígido pelo medo, com os tendões mais tensos que cordas de viola, aposto que me debruçava e lhe dava uma de Tadinha naquela pele mais rija que casca de Carvalho. Ai dava, dava, só para se lembrar que eu ia em cima dela.
Foi então que comecei a gritar. Já não era possível continuar a suportar tanta desfaçatez de um animal regido por tal indiferença. Virei-me então para o rapaz: “Pára esta coisa! Eu quero descer! Este bicho é maluco e vai dar cabo de mim! Manda-o ajoelhar para eu descer.” Mas ele, nada! Era como se estivesse a escutar a música que mais lhe agradava.Tal camelo, tal guia! Mas eu não parei de gritar! É que linda figura que eu fiz:“-Não ouves? Quero descer! Este bicho vai atirar-me ao chão! Eu quero ir para o chão! Eu quero ir a pé!”Talvez porque já não aguentava o meu disparate, o rapaz resolveu falar:“Não medo, Madame! Não medo!”“Tenho medo, sim! Abaixa o camelo! Se eu cair, a culpa é tua! Tenho medo, tenho! Deixa-me sair!”“Não medo, Madame! Não medo!” - ia repetindo calmamente como se me cantasse uma doce canção de embalar. Eu é que não conseguia resignar-me.No seu ritmo sempre certo, a viagem prosseguiu e eu só me imaginava toda em pedaços numa cama de hospital onde só se falava árabe. Só me imaginava toda partida numa terra estranha e tão distante do meu país para onde os meus companheiros regressariam deixando-me entregue a desconhecidos. O que iria ser de mim?De repente, quando parecia ter acalmado um pouco, entra-se numa estreita descida ladeada por altos muros e umas tantas curvas pela frente. Não havia santo que conseguisse dar-me segurança interior e exterior em tal situação.Já quase me sentia em agonia! O bicho aumentou mesmo a velocidade. Não conseguia segurar-me e só pensava: “é agora! Ai, meu Deus, que vai ser agora! O que vai ser de mim? É agora! É agora!"E foi!Naquele preciso momento, apareceu uma recta com menos declive. Foi no fim dessa recta que o rapaz deu ordem ao animal para ajoelhar, o que ele fez prontamente e com a mesma indiferença que sempre tinha manifestado. Dentro de mim, gritei aliviada: "estou salva! Estou salva! Salva é inteirinha!".Finalmente tinha-se acabado o pesadelo.Para tentar ser simpática com o rapaz, pedi-lhe para tirar uma fotografia com a suposta camela que se mantinha de joelhos, talvez arrependida pela pouca gentileza com que me tratou. E não é que a maluca continuou de cara virada para o lado?Pobre animal! Onde estará escrito que tenham de passar a vida a carregar pessoas? Porque não lhes será concedida uma vida mais feliz?Dessa viagem trouxe comigo uma pontinha da planta que agonizava junto ao museu das múmias. Não ficou múmia: ela reverdeceu e multiplicou-se em mimosas pequenas flores branquinhas que continuam a apresentar-se aos pares. Já lhes ouvi chamar "bem cansadinhos".Ambas sobrevivemos. Mas, camelo, nunca mais!
Foi então que comecei a gritar. Já não era possível continuar a suportar tanta desfaçatez de um animal regido por tal indiferença. Virei-me então para o rapaz: “Pára esta coisa! Eu quero descer! Este bicho é maluco e vai dar cabo de mim! Manda-o ajoelhar para eu descer.” Mas ele, nada! Era como se estivesse a escutar a música que mais lhe agradava.
2) Boas Férias! De Aswan, Egipto (II)
A um certo ponto, gritei-lhe:
1) Boas Férias! De Aswan, Egipto (I)
Percebi, então, que esses animais seriam o meio de transporte que nos levaria a uma pequena aldeia muito antiga e muito típica da região de Aswan.
Um grande camelo ajoelhou a meu lado, vestido de indiferença nos gestos e no olhar. Nem para mim olhou. Pelos vistos, eu era mais um ser de outra raça que ele teria de carregar, quer quisesse, quer não.
Subi, sim! E senti-me uma grande dama! Quase achei ser uma das raras mulheres Faraó, talvez a Hatshepsut ou outra das suas comadres...
quarta-feira, 10 de julho de 2024
Novo livro de Joaquim Armindo em pré-lançamento: "a florzita amarela"
PROMOÇÃO PRÉ-LANÇAMENTO
Válida até às 23h59m do dia 21/07/2024
PVP 16,00€; 294 páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2024
Recolha de textos e de poesias dispersos, escritos ao longo de mais de 5 décadas; uns já publicados, outros inéditos. Um percurso biográfico, reflexivo e de reflexo da vida e da personalidade do autor.
“Por outro lado, estes textos que enchem este livro são também um sinal: a da necessidade de espalhar uma boa nova. (…)
O que são estes textos deste livro se não uma forma de fixar discursos, de falar para os outros?” (Do Prefácio)
– Desconto promocional sobre o PVP. (Não inclui portes). = 16€ 12,00€
Para encomendar e/ou pedir informações envie email para: loja@tecto-de-nuvens.pt
Novo livro em pré-lançamento: "Uma viagem de férias"
Uma viagem de férias – Colectânea de férias – Vários autores
96 páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2024 (Julho), PVP 10,00€
Os nossos autores prepararam-nos um guia de viagens diversificado e para todos os orçamentos. Com eles viajamos ao passado tanto em caminhadas, como em meios de transporte míticos, sem esquecer os típicos acampamentos de férias. Vemos a praia, vemos a montanha, o mar, o rio…
E pronto, apresentados os nossos itinerários é caso para dizer: “Srs. Leitores, todos aos seu lugar, a nossa viagem de férias começa em três, dois, um…"
Boas férias e melhores leituras!
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Aproveite ainda o desconto de 25% nas outras colectâneas dedicadas a viagens e a férias + oferta dos portes para Portugal Continental.
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domingo, 30 de junho de 2024
Desafios de autores para autores: Julho - Postal de Férias -
Depois de nos termos divertido tanto o ano passado, reciclamos este Desafio, bem apropriado para as férias.
![]() |
Livro: Na areia de uma praia qualquer |
sábado, 1 de junho de 2024
Infância - Desafio de Junho
Como habitualmente, as votações serão feitas usando a caixa de comentários (já sabem que tem moderação pelo que os comentários/votos não ficam visíveis de imediato), não há limite para o número de vezes que podem votar ou em quem votar, apenas se espera algum bom senso (e apesar de aceitarmos que no blogue as votações ficam anónimas, só validaremos os votos após recebermos por email a identificação do votante e forma de contacto, assim que lhe atribuirmos um número).
11) Ser criança é...
A criança é um botão
Donde brota a imaginação
Do faz de conta num delírio
De felicidade e magia
É mergulhar nas expectativas
E navegar no transbordar
De ilusões de um mundo
Disposto a sonhar
10) Ser criança é...
Ser criança é poder ser sem medo de perder.
É chorar, receber um abraço carinhoso e seguir caminho.
É receber amor incondicional.
É imaginar um mundo mágico e poder partilhá-lo sem medo do ridículo.
É abraçar o absurdo.
É poder ser tudo a qualquer momento.
É querer muito alguma coisa e a seguir mudar de ideias.
É poder dizer o que se pensa.
É saber que haverá sempre apoio no caminho.
É estar confiante de que se cair haverá ajuda para se levantar.
É ser-se curiosa e experimentar.
É ficar fascinada.
É poder gritar quando se fica frustrada.
É amar para a seguir odiar.
É odiar para a seguir amar.
Quantos de nós já fomos crianças?
9) Ser criança é...
Ser criança é andar no mundo da lua
Jogar à bola toda a noite na rua
Ver muitos desenhos animados
E ver os adultos a correr para todos os lados
Que saudades de ser criança
Ter sempre presente muita esperança
Em vez de ser um adulto cansado
Viver como se estivesse num triste fado
Ai ai,,,
Como é bom sonhar
Que seria criança outra vez
Desejar o sol alcançar
E ter o mar a meus pés
8) Ser criança é...
"Ser criança é ter um lápis de grafite e acreditar que, se lhe pedirmos com muito jeitinho, ele poderá colorir os nossos desenhos!"
7) Ser criança é não ter bombas
6) Ser criança é criança ser
5) Ser criança é...
Ser criança é ter uma namoradita
como eu tive, pequenita
a minha chamava-se Luar
Certa vez, levei-a a passear
e dei-lhe um perfume de jasmim
com um laço encantador
para se lembrar sempre de mim
e desse nosso amor
também, lhe escrevi um papelito
com uma frase bem pateta
ela riu-se de tanta ânimo
que me fez sentir o maior poeta
4) Ser criança é...
Ser criança é
brincar na terra
remexer a lama
correr descalço
trepar como hera
baloiçar a cortina
dormir na cama
contrariar o percalço
de nossa disciplina
bulir a vida
saltar o tempo
sorrir amanhã
desfazer brida
possuir mundo
em advento
da alegria a campeã
nossa atenção de cada segundo
amar em frenesim
sem preconceito
um instante em desassossego
neste outro sim
já acolá
único é o jeito
feito aconchego
no colo que há
torna sem fim
corpo nu
amanhece cedo
é mesmo assim
parte de abalada
nosso olhar és tu
frenético quedo
boxer de nossa balada
partir a taça
virar a mesa
gargalhar companheiro
e o mais que faça
chega travão
de gente tesa
isto é guerreiro
a desfiar chavão
lágrima airosa
a peregrinar
ter confiança
nisto da rosa
feito é ardor
mãe, pai, andar
vês, sou criança
sou o teu amor
Ser criança é
crescer
apontar
construir
amanhecer
disrupção
sonhar
bulir
erupção
2) Ser criança é...
ser criança é ser feliz.em fadas acreditar,
querem histórias contadas,
são o mais belo tesouro,
que Deus na terra plantou
como Jesus as abraçou
não podemos abandonar
são um coração de ouro.
Ser criança é ser flor,
quer aconchego e amor
fascinadas por histórias,
sempre pedem para contar
são as mais belas flores,
no jardim a desabrochar
são promessa são vitórias
são sonhos para abraçar.
Ser criança é ser traquina
nas palavras a dizer
e desde bem pequenina,
tantas vezes inspirada
correndo aqui além,
anda sempre descalçada
ser criança é o melhor
o melhor que o mundo tem
1) Ser criança é...
sábado, 25 de maio de 2024
Alexandra Carneiro, autora de "Melinda", em entrevista
Conte-nos como e porquê começou a escrever,
por paixão ou por necessidade?
Comecei
a escrever por necessidade. Nasci e cresci numa aldeia minhota. Vivia numa casa
cheia de muitas conversas e de histórias cruzadas e amadurecidas entre gerações,
com muitas gargalhadas, muita azáfama à boa maneira do Norte: numa dinâmica
muito própria, de muita partilha, de muita interação com os vizinhos, uma vida
muito vivida uns com os outros, sem monotonia ou falta de companhia e muito
menos de conversas. No momento em que me caso, sigo outro caminho e vou viver
para outra cidade, onde não conheço ninguém, sobram palavras, mas faltam
pessoas. Percebo, assim, no meio deste silêncio e desta solidão que eu sou a
minha melhor companhia. Embora não tenha com quem conversar, descubro muitas
histórias dentro de mim a brotarem, a quererem ganhar vida. Estiveram lá desde
sempre, desde a infância e eu só precisei deste encontro comigo e com este
lugar despovoado das minhas pessoas para as ouvir. Por isso, a escrita começa
com esta necessidade de encontrar uma companhia para mim e com a precisão de me
ouvir e de me redescobrir, ao permitir ter acesso a este acervo interior e a
esta viagem ao que sou e tenho. E a partir daí, inicio esse registo e começo a dar-lhes
vida através das minhas palavras.
Qual o papel que a escrita ocupa na sua
vida?
A
escrita tem sido uma forma tão profunda quanto honesta de estar comigo. Escrevo aquilo que eu sou e que tenho dentro
de mim. A palavra escrita é uma companheira, testemunha, confidente e terapia
em vários momentos da minha vida, seja em celebrações, em fases menos bonitas
ou até trágicas, mas que encontro no registo escrito esta cumplicidade e esta
profundidade. É, da mesma forma, legado e eternidade, pois tenho na palavra
escrita a mais bela herança que deixarei ao meu filho.
Não. Sempre gostei muito de ler. A
leitura foi a minha primeira paixão e uma companhia insubstituível em diversos
momentos da minha vida. Nunca ambicionei escrever um livro, pois achava que esse
dom estava destinado a seres superiores, entidades quase divinas; alguém que já
tinha vivido muitas vidas e que, por isso, teria muito para contar, para dizer
aos outros. Eu estaria noutra categoria: a dos leitores, aqueles que se
deslumbravam, sonhavam e deleitavam com as palavras e histórias que tinham sido
escritas, até ao dia em que escrevi também eu uma história e alguém a leu. Muitos
leitores a ouviram e tantos outros sentiram exatamente o mesmo que eu tinha
sentido em relação a outros autores, deixando-se levar e sonhar através das
minhas palavras. Aí, sim, percebi que havia público para a minha história e que
ela merecia um livro.
Qual é a sensação que tem ao ver, agora, o
livro nas mãos?
Ao
ter um livro meu nas mãos, sinto que posso partilhar com os outros o melhor que
tenho e sou, o que mais gosto de fazer, como se fosse um tributo à vida e a
tudo o que tenho vivido, aprendido, sonhado e que passa a estar ao dispor de
outras pessoas, através desse objeto tão vivo, belo, sério, requintado e
eterno: um livro. Um livro será sempre a materialização de um sonho.
Continuo a sentir vontade e necessidade de
escrever. Tenho muitas palavras guardadas no coração, no computador e em
cadernos avulsos de muitas páginas manuscritas. Gostaria, naturalmente, que
essas palavras dessem origem a histórias que chegassem ao coração de muitas
pessoas, embora não tenha, por agora nenhum projeto definido.
Fale-nos um pouco sobre o(s) seu(s) texto(s)
ü «Melinda»: Trata-se de um conto
infantojuvenil que aborda a persistência, o sonho e a imaginação como as
grandes alavancas da infância. Nele ecoa aquele querer desmedido, sem limites
nem fronteiras e a luta e perseverança para a sua concretização. «Melinda» é uma
voz infantil que nos fala ao coração e que nos vem confirmar o que dizia Walt
Disney: «se é possível sonhar, é possível realizar». Melinda, a personagem que
dá nome ao livro, é essa voz firme. Esta personagem é também o símbolo da
infância no seu estado mais puro e primitivo, no contacto próximo e genuíno com
a natureza e com a sua aldeia, a comunidade envolvente que participa e
enriquece esta história vivamente.
ü «Encanto
de Natal»: Este conto de Natal é um texto profundamente marcante e comovente
para mim. Escrevê-lo significou regressar à escrita e ao conforto de um tempo
muito feliz, inocente e pueril (o passado), durante um período de dor
implacável causada pela perda da minha mãe e pela vivência desse luto
(presente). Mais uma vez aqui, a escrita a firmar-se como um momento
terapêutico, catártico e um pretexto precioso e necessário para fazer essa
viagem de regresso à felicidade e à magia da infância e do Natal em todo o seu
esplendor. Esta narrativa nasce de um lugar de conforto pela presença doce e
sublime da minha mãe durante todo este processo criativo. Além disso, é uma
história que nos transporta para a década de oitenta, em que o mundo era um
lugar bem diferente do de hoje: a felicidade nascia de tanta espontaneidade e
simplicidade, que quando aparecia sob a forma de uma construção era o resultado
de muito esforço, trabalho e abnegação. O pouco transformava-se em muito; em
tudo, até. A valorização desse esforço, o espírito de união, de conquista, o
encantamento que se aconchega num lar em época natalícia são valores que
iluminam este texto. É pelos olhos graciosos (e também algo cobiçosos!) de uma
criança que somos convidados a eternizar estas memórias simples de um Natal verdadeiramente
feliz.
Existe alguma parte do texto, em
particular, que goste mais. Porquê?
Gosto muito de cada história minha como um
todo. Olho para elas com uma visão integrada e integradora daquilo em que eu
acredito, até porque reconheço esta coesão e coerência entre os vários momentos
que as constituem e que se alinham com a forma como eu olho para a vida, penso
e escrevo as histórias. Esta harmonia
baseia-se, sobretudo, na verdade que existe entre Melinda e aquilo que eu sou:
a menina que continua a tentar, a tentar, a lutar; a menina que sonha e parte
em busca de alcançar o seu objetivo, de dar verdade ao seu sonho, fruto da
determinação, otimismo e persistência. Posso, ainda, destacar a referência/ a analogia
que encontramos com a mitologia grega e com a lenda de Ícaro. Finalmente, este
texto tem a capacidade de realçar este desejo antigo de o ser humano almejar a
proeza de voar, de se elevar nos céus. Melinda é a metáfora da força
empreendedora que quero continuar a ter para elevar os meus sonhos ao
digníssimo estatuto de realidade. No caso do texto «Encanto de Natal», aprecio
a envolvência tão doce e tão pura que atravessa esta narrativa. Não posso
deixar escapar, porém, um conjunto de tradições natalícias que aqui são
recuperadas e, portanto, revividas através de um retrato fiel do Natal da minha
infância. E havia Natal mais bonito…? Seguramente que não.
Indique as razões pelas quais aconselharia
as pessoas a ler o seu texto? O que acha mais apelativo no seu texto?
Esta é uma resposta muito difícil e de grande
responsabilidade…
Aconselharia as pessoas a lerem os meus
textos porque apelam sempre à descoberta de um caminho feliz, tendo como fonte
de inspiração a minha infância, as minhas emoções, o meu olhar sobre o mundo,
sobretudo, o mundo interior. Ler os meus textos é simplesmente fazerem este
caminho comigo, ouvirem a minha voz, mesmo que não me conheçam. É relembrarem o
poder do sonho, abrindo o seu coração e deixando-se abraçar por este
encantamento que vive em nós e que tantas vezes é esquecido porque somos um
lugar de histórias bonitas e os meus textos levam-nos até lá.
Gosto
de escrever para a infância e quero acreditar que o faço, independentemente da
idade de quem lê os meus textos. Gosto de convocar os meus leitores para a sua
infância. Por isso, o meu objetivo será sempre despertar nos corações que me
leem ou que me ouvem essa vontade consciente ou inconsciente de regressarem a
um lugar que os provoca, que os incita, interpelá-los a algo, seja através do
resgate de memórias, de um sorriso no rosto, da reprodução de um momento... Não
tenho a pretensão de passar uma mensagem, mas antes apelar à reflexão, à evasão
e talvez (se possível) à alienação dos problemas perturbadores do momento
presente. Gosto de escrever histórias felizes, bem-humoradas, por vezes,
descabidas e inesperadas, de ser autora de mundos possíveis, de experiências de
contentamento, de dar passos silenciosos com as palavras, mas que ecoem de
forma profunda no ser humano, seja criança ou adulto. E penso tê-lo conseguido
nos livros e textos da minha autoria já publicados «Lucas no mundo da lua»
(2020); «Amor a meias» (2023); «Melinda» (2023) e «Encanto de Natal» (2023).
Considero
inegável o papel das redes sociais na divulgação e promoção da obra de um
autor. Além disso, as redes sociais proporcionam o contacto e uma conexão muito
positiva entre interesses comuns, seja autores e leitores, seja entre autores,
apenas, ou editoras e autores, por exemplo. É um mundo de informação e partilha
que está à nossa disposição e do qual poderemos tirar proveito.
Alguns
leitores contactam-me através das redes sociais, dando-me conta de que exploraram
uma obra minha em determinado contexto, o que me deixa muito muito feliz e
prestigia o meu trabalho, sem dúvida. Também enquanto leitora, gosto de o fazer
e, por diversas vezes, já usei as redes sociais para parabenizar um autor pela
sua obra. A última vez que estabeleci contacto foi com a autora da obra
«Gustavo e a oficina mágica», de Marta Coruche, um conto infantil da Editora
Tecto de Nuvens que muito apreciei. Esta interação e aproximação entre autor e
leitores e vice-versa é evidentemente muito positiva e enriquecedora. Também
aproveito as redes sociais para publicar e divulgar atividades que eu vou dinamizando
à volta dos livros (literalmente). Sendo assim, é na conta de instagram m.alexandracarneiro que me poderão encontrar.
Sim,
gosto muito de ler e privilégio literatura infantil ou os autores clássicos.
Não leio tanto como gostaria nem com uma continuidade regular, até porque não
olho para a leitura como uma obrigação ou como uma lista que tenha de seguir
para cumprir metas ou objetivos. Nada disso, para mim ler é entregar-me a
outras vidas, a outros enredos. Gosto de terminar um livro e ficar a morar na
história, a desfrutar do deleite que aquela experiência provocou em mim.
Contos Contados e Encantados – Contos Infantis -; Vários autores
Livro disponível nas principais plataformas nacionais e internacionais e na nossa loja online.
Pode encomendar enviando email para loja@tecto-de-nuvens.pt