terça-feira, 26 de outubro de 2021

Entrevista a António Santos, autor do livro "Em missão"


António Santos, 47 anos, empresário da área da serralharia, voluntário de várias causas, resolveu passar ao papel o diário da sua missão humanitário no Uganda, em 2017. O dinheiro que está a obter pelas vendas, também ele vai para uma causa humanitária. Tem o contacto do autor na entrevista, não hesite em usá-lo para saber como também poder ser útil à causa da Ariel. 
Ficam aqui as impressões do autor, na primeira pessoa, sobre este seu primeiro livro.



Conte-nos como e porquê começou a escrever, por paixão ou por necessidade?
Desde que me recordo, sou pessoa de escrever rascunhos, pensamentos e registos quer sejam eles de atividades ou de acontecimentos relevantes.
Não escrevo por necessidade, mas sim pelo prazer de rever mais tarde a escrita. Gosto de passar para o papel aquilo que me vai pela cabeça, e por vezes na alma.

Qual o papel que a escrita ocupa na sua vida?
Já escrevi mensalmente para um jornal. De momento escrevo alguns textos de relatos e alguns de opinião.

Sempre sonhou publicar um livro?
Publicar um livro seria com alguma finalidade. Sempre encarei como uma possibilidade. A pandemia veio impedir o desenvolvimento de muitas ações de voluntariado solidário. No entanto abriu outros espaços. Se não posso sair para ir ao encontro, arranjo forma de virem até mim, pensei! Escrevo o livro para que, através das receitas do mesmo, possa ajudar o meu próximo, neste caso a Ariel, a poder receber o maior número de tratamentos no combate à sua doença, a Encefalopatia epilética.

Qual é a sensação que tem ao ver, agora, o seu livro nas mãos?
Agora que o livro é físico sinto uma grande felicidade por conseguir partilhar com a sociedade algo muito meu. Desde a minha missão diária no Uganda, ao apoio no hospital, juntos dos mais desfavorecidos, e até mesmo a vivência com o meu irmão deficiente mental quando ele mais precisou de mim.

Tem algum projecto a ser desenvolvido, actualmente? Pensa publicar mais algum livro? Continua a sentir vontade de escrever?
Atualmente quero que o livro chegue ao maior número de pessoas possível e que possa sensibilizar outras tantas para missões idênticas.
Vou continuar a rascunhar sem planos, mas com a possibilidade em aberto. Estou a desenvolver um plano com a ajuda de algumas pessoas amigas, para abertura de uma associação de cariz humanitário. Paralelamente, estou com o grupo de voluntários da Consolata a formar e preparar leigos para a missão. Assim que a Covid-19 nos permitir não hesitaremos em partir de novo.

Fale-nos um pouco sobre o seu livro:
O livro relata uma missão humanitária que desenvolvi no Uganda.
Um projeto desafiante, exigente: quer pela componente humana, quer em termos financeiros.
Um grupo de 14 voluntários conseguiu em seis meses angariar 30.000€ para o projeto.
As irmãs da Diocese de Kampala, Uganda, que têm um orfanato exclusivamente para crianças deficientes, tinham pedido à Consolata para dar uma ajuda na reabilitação das estruturas do orfanato.
Este pedido necessitava de gente devidamente preparada para lidar com a diversidade das crianças, com atenção, carinho e amor para dar. Foi uma experiência marcante pelas emoções fortes, pois as crianças eram paralíticas, surdas, mudas, com atrasos cognitivos, algo até então nunca vivenciado pelos voluntários.
Por casualidade do destino, tinha um irmão deficiente em casa e fazia parte de um projeto de ajuda a outros cinquenta e quatro.

Existe alguma parte do livro, em particular, que goste mais. Porquê?
O livro todo ele é um recordar de uma experiência única, é um relembrar de sentimentos proporcionados e vividos.

Indique as razões pelas quais aconselharia as pessoas a ler o seu livro? O que acha mais apelativo no seu livro?
Aconselho os leitores a ler o livro para os ajudar a perceber que, independentemente da idade ou local, não há missões impossíveis! Há sempre um lugar no mundo á nossa espera.

Qual é o seu estilo de escrita ou que tipo de mensagem gosta de passar no que escreve?
Não tenho estilo de escrita, apenas tento passar uma mensagem de fé, e de amor ao próximo.

Qual o papel das redes sociais na vida e na divulgação da obra de um autor? E na sua?
As redes sociais hoje tem uma responsabilidade muito grande na sociedade. Conseguem num piscar de olhos chegar a quem menos esperamos. Para divulgar uma obra são fundamentais.
Se houver leitores interessados em partilhas, ou em alguma troca de experiências podem sempre contactar-nos através da página que criei no Facebook.
Em missão https://www.facebook.com/Em-Miss%C3%A3o-108826874885272
Ou através do meu e-mail ambsantos74@gmail.com

Gosta de ler? Que tipo de leitor é que é?
Sou um leitor regular. Não leio todos os dias ou com a frequência que gostava, mas, trago sempre livros na mochila. Na mesinha de cabeceira tenho a Bíblia.
Gosto de ler fábulas, contos e crónicas.
Leio regularmente Augusto Cury e Dalai Lama.
Uma inspiração: Angelina Jolie - Diário das minhas viagens.





Em missão - Diário de um voluntário -; António Santos; 84 páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2021. PVP 9,50€

"No fundo, este livro é a memória das memórias de um cristão. Um cristão tem sempre o seu coração livre e desimpedido para ajudar o próximo. Um cristão sabe sempre que Jesus não se encontra apenas no Sacrário da Igreja, mas nos Sacrários ambulantes que é a Igreja de mulheres e homens, que vão ao encontro de quem mais precisa."
Relato, na primeira pessoa, da missão humanitária ao Uganda em 2017.

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Novo livro com lançamento a 16 de Outubro: "Em Missão" de António Santos

 





Em missão - Diário de um voluntário -; António Santos; 84 páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2021. PVP 9,50€

"No fundo, este livro é a memória das memórias de um cristão. Um cristão tem sempre o seu coração livre e desimpedido para ajudar o próximo. Um cristão sabe sempre que Jesus não se encontra apenas no Sacrário da Igreja, mas nos Sacrários ambulantes que é a Igreja de mulheres e homens, que vão ao encontro de quem mais precisa."
Relato, na primeira pessoa, da missão humanitária ao Uganda em 2017.


https://www.facebook.com/Em-Miss%C3%A3o-108826874885272



sábado, 2 de outubro de 2021

Vencedor de entre os votantes para o texto favorito do livro "Na areia de uma praia qualquer"

Feito o sorteio do Totoloto de 2/10/2021, que teve como número da sorte o 1, sorteou-se de entre todos os votantes com o número 1 ou terminado em 1 e a feliz contemplada foi Elvira Gomes, que com o seu voto em "Festa da Senhora das Neves" (texto vencedor) ganhou os prémios abaixo ilustrados.
Muito brevemente vai recebê-los, muitos parabéns!





Frente e verso da caneca

  Postal A6







sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Vencedor do texto favorito do livro "Na areia de uma praia qualquer"

Terminada mais uma muito renhida votação, muito obrigada a todos os que votaram, o texto vencedor é "Festa da Senhora das Neves".
À autora, Maria Lucília Teixeira Mendes, os nossos parabéns, muito em breve receberá o seu prémio.
As nossas felicitações também às autoras que se classificaram a seguir.

Resultados:

1º  Festa da Senhora das Neves  VENCEDOR (Maria Lucília Teixeira Mendes)
2º  Férias da Páscoa (Maria do Rosário Cunha)
  Momento Mágico (Dulce Sousa)

Leia (ou releia) o poema vencedor

Festa da Senhora das Neves


Dia cinco de Agosto consagrado
À Senhora sempre jovem, sempre mãe
À menina nazarena tão humilde
A mais bela e importante que ninguém.

Escolhida desde sempre pelo Pai
Fê-la Santa e Imaculada em seu nascer
Muito antes e para sempre a serpente
Se zangou por não tê-la em seu poder.

Mãe do Verbo gerado em seu seio
O gerou antes de mais no coração
Foi fiel no cumprimento da Palavra
Que, Menino, conduziu por sua mão.

És encanto ó Puríssima Senhora
Daqueles que Cristo a si quis consagrar
És modelo de quem se quis tornar família
E em amor mútuo toda a vida partilhar.

És, ó Virgem toda bela, toda pura
A beleza que ninguém sabe cantar
P’ra Ti olham o jovem e a criança
No desejo feliz de Te imitar.

Olha esta Terra que Te louva e engrandece
Desde tempos remotos ancestrais
Protege o jovem, o velho, a criança
Nossos campos, nossas casas e animais.

Ó Senhora das Neves, branca e pura
Doce, terna padroeira tão amada
Sê saúde p’ra quem sofre enfermidade
Sê caminho para a ovelha tresmalhada.

Olha os jovens vagueando pela vida
Sem projeto, sem amor, compreensão
Presa de lobos disfarçados de cordeiros
E sem Amigos que lhes dêem sua mão.

És o lírio mais puro e mais branco
A beleza mais bela da beleza
Desperta hoje quem aos novos encoraje
A voltar aos caminhos da pureza.


Novo livro de Florentino Mendes Pereira: "Homens Livres... Limitados"

O autor vai avançando pelos noventa anos adentro, mas o talento e a inspiração não abrandam. Prova disso é este novo título, o segundo dos três previstos para este ano (o próximo, de poesia de Natal, será anunciado brevemente).




Homens Livres…Limitados; Florentino Mendes Pereira
132 páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2021. PVP 10,00€

“Este livro olha, a grandeza do homem, a sua liberdade imensa – por um lado; enquanto, por outro, o alerta para a consciencialização dos seus limites. O homem é precisamente isto: Poder e debilidade, sabedoria e ignorância, força e fraqueza, imortalidade e mortalidade, plenitude de ser e vazio, vida e morte temporal.
Os poemas do presente livro, (…), exprimem um pouco de quanto acontece com a liberdade, com o desporto, com a arte, com a natureza, com as expressões imensas do ser humano. (…) Oxalá ajudem, (…) a equilibrar a nossa paixão humana de querer ser o que não se é, nem pode ser.”



Já disponível nas principais lojas online, nacionais e internacionais.

Desafios de autores para autores: "Caem as folhas" - Outono - TEXTO VENCEDOR


E temos, finalmente um texto vencedor: "Folhas de Outono" de Dulce Sousa, o número 9 da nossa lista.
Muitos parabéns à autora, que em breve receberá o seu prémio.
Ainda esta semana sortearemos uma lembrança por entre os votantes que se identificaram. Boa sorte!

E sorteamos, de entre os votantes que forneceram o contacto, um número para atribuir uma lembrança. O número sorteado foi o 5 e, muito em breve, o votante vai receber um exemplar do livro "Desafios" que inclui as participações nos desafios de 2020. (na lateral esquerda deste blogue está uma forma de adquirir o livro). Parabéns!

Por, favor, se chegou até aqui e se prepara para ler os poemas, quando terminar vote no seu poema favorito. Necessitamos de desempatar as votações. As votações serão prolongadas até ao dia 8 de Novembro. Muito obrigada!
Atenção que todos os poemas se mantém elegíveis, só validaremos votos que especifiquem o poema, não aceitamos votos em autores.
Muito obrigada.


E estão abertas as votações! Use o número colocado à esquerda do poema para o identificar, e vote usando os comentários. Os votos são ilimitados, mas terá de aguardar para os poder visualizar, dados os comentários deste blogue serem monitorizados.
Haverá um prémio para o autor do poema mais votado e uma lembrança a sortear por entre um dos votantes (terá que deixar uma forma de contacto com o seu voto que, se desejar, será retirada do comentário antes da publicação, só tem que o indicar).


Estão de regresso os desafios e este é o da estação que começou recentemente. Tal como no ano passado "Caem as folhas" continua a ser o nome do desafio que andará à volta destas folhas, sejam as das árvores ou outras, que caem e se renovam. Os autores podem trabalhar o Outono, a inspiração, os ciclos da vida, etc. "Folhas" deve fazer parte do título. Desta vez, o desafio será apenas para verso. Podem participar com mais do que um trabalho.

Do dia 1 a dia 15 de Outubro colocaremos online todos os poemas que nos chegarem até às 19 horas do dia 15/10/2021. Do dia 16 até ao dia 31 de Outubro estarão abertas as votações para o poema favorito. O vencedor receberá um exemplar de capa dura da colectânea "Na areia de uma praia qualquer", para poder continuar a sonhar com férias e viagens.



Os votantes que se identificarem entrarão num sorteio para receberem uma lembrança. (Instruções no final da postagem).

[10] Folhas soltas


A paisagem ficou triste
A natureza mudou!
Meu olhar quedou-se nela
E penoso ele ficou!

O sol, cansado, adormece
Alivia o seu queimar
Aromas! Como apetece…
No seu sabor mergulhar!

Partiram as andorinhas
O sol perdeu seu vigor
Recordações… só minhas!
Deram mais espaço à dor

As folhas na cor…encanto!
Verdes, vermelhos, amarelos
O castanho já é tanto!
Nos matizes tão singelos!

É tamanha a beleza
Que me está a absorver
Sublime é a natureza!
Difícil de descrever!

Dulce Sousa

[9] Folhas de Outono (2)


Outono surpreendente
Vestido de mui beleza
Beijas os olhos da gente
Encantas tão docemente
Pincelas a natureza!

Outono! Em euforia!
Rendo-te assim meu preito
Trazes às árvores a magia
Das folhas que com mestria!
Vão colorindo a preceito!

É tal a supremacia!...
Nem um génio de pintor
Com toda a sabedoria
Jamais ele conseguiria
Um tal quadro compor!

Dulce Sousa

[8] Folhas de Outono II


Que segredos a Natureza guarda
No ciclo anual de suas variadas folhas
Os frutos que velaram com a sua cara
Perderam a luz, em lojas de sombras.

Dos carpos têm saudade as folhas
Agora a navegar ao sabor do vento
Lembram os frutos e suas glórias
Agora, folhas viúvas, choro e lamento…

E folhas das árvores caem sem emprego
Adornos inúteis destinados à lixeira
Folhas que ornaram paisagem e relevo
Hoje, folhas secas que a gente pontapeia…

Folhas inertes; plenas de vida, dias há
Telas d’oiro que a sociedade despreza
Folhas, que atenuam dores como o chá
Tonalidade de folhas lindas da Natureza…

Inúmera gente é Outono, secas folhas
Delas se valeram enquanto foram úteis;
Quando anciãs, até as chamamos tolas
E alojamos folhas, em casa, folhas inúteis…

Riqueza da Natura, desprezo de tantos
Folhas lindas e vivas, expostas a frias neve
Sensíveis ao desprezo de rebentos insanos
São folhas sábias, de coração vivo, perene…

Florentino Mendes Pereira

[7] Folhas de Outono 


O verão é já lembrança
Foi-se o tempo do estio!
O outono com pujança
Pinta a paisagem com brio!

O astro-rei amornou
Beija a pele com carinho
O outono já chegou!
Lentamente de mansinho!

Evolam-se os odores
Dos campos e dos pomares
Numa amálgama de cores
E perfumes pelos ares!

Muda, aos poucos, a paisagem
Profusão em pigmento!
Nos tapetes da folhagem
Vai-se a vida no momento!…

Folha a folha vai caindo
Com mestria e singeleza
Cada árvore se despindo
Adormece a natureza!

Dulce Sousa


[6] (as folhas) num só apelo


apelo contra o só,

apelo contra um só,

apelo contra as madeiras dos madeireiros,


e faço de conta,

contavas as minhas vidas,

em três instantes,

num só apelo de ser só,


um instante a vida a aparecer,

quando de madrugada foges,

e deixas o peixe,

sem salgadeira,


o outro instante,

o quereres ser grande,

como o posto de energia elétrica,

mas não tens mãos, nem gritas,


o outro instante o da alegria,

de estares no estio e no inverno,

afadigado nos cavalos,

que passam a correr pelos vales,


mas há um outro,

que é o de ficares só, como na madrugada,

do nascimento das flores coloridas, 

ou no passear pelas ruas despovoadas,

ou como estás só,


só,

palavra estranha para um caminho,

de prados verdejantes,

e caminheiros sem lapelas,

que não tiram os chapéus.


Joaquim Armindo

[5] caem as folhas


se soubesses o que é caem as folhas,

se tu sentisses o mar a navegar,

se as tuas pernas,

fossem marinheiros,

à procura das algas,


mas se os pinheiros fossem ocos

de vaidade,

e os choupos quisessem beber

água,


os ribeiros haveriam de verter lágrimas,

porque as árvores,

não seriam poiso para os passaritos,


mas se adivinhasses o portanto 

de ser uma andorinha,

levarias o trigo,

á ceifa,


sabes o que é ficar só,

sem flores,

sem pétalas,

ou coloridas de estanho,

encontrarias o descanso das marés vivas,

…olha do outono,


ninguém é outono,

nem ninguém é inverno,

o sol raia na vida das estrelas retumbantes,


só que só, é a marinhesca do deserto,

árido de ser de ti.


Joaquim Armindo


[4] FOLHAS OUTONAIS


No campo e na cidade
Chegaram as cores outonais
Árvores bem novas ou de idade
Amarelam folhas por demais…

Folhas que caem com a aura de Outono
Feridas pelo frio e vento indiferente
Folhas de rastos, de um lado para outro
Lindas há meses, hoje, desprezo da gente…

Árvores e folhas de jardim
Com folhas de tom vermelho
Tempo de Outono é afim
De folhas a cor, poeta e talento…

Folhas caídas ou levadas do vento
Parecem trapos de vida humana
Tarefas loucas, plurais, sem tento
Secam, como folhas de via insana…

Têm o seu tempo as folhas e utilidade
Até o fruto na árvore amadurecer
Apoiado pela folha, conforme a idade
Solicitam reforma para outra renascer…

O ciclo da folha protectora
É bem igual ao ciclo do homem
Pais, esperam nova aurora
Brotos, novas folhas promovem…

Florentino Mendes Pereira
02-10-2021

[3] FOLHAS DE OUTONO 


Primavera e Verão
Inverno e Outono
Acontecem no corpo…
E na pele do ancião
As lindas folhas do rosto
Vão caindo no chão…

Aparecem meio amarelas
Novas folhas a sorrir
De amor e graça, repletas
Jardim belo, sempre a florir
Caem folhas; sons e esperas,
Emergem mais sem sucumbir…

No Outono, aqui e ali,
Montes de folhas caídas
Se aliam ao ângulo do jardim
Como avós e netinhas
Se unem em lar afim
Caules de novas folhinhas…

Outono de folhas caídas
Espera de rebentos novos:
Visão das nossas vidas
Repleta de certeza e arrojos
Que aguardam de folhas caídas
A certeza de outros renovos…

Florentino Mendes Pereira
01-10-2021

[2] Caem as folhas


O Outono artesão
pega em folhas de todas as cores
e hábil, mas com tremores,
faz tapetes para o chão.

Sopra e agita,
e com toda a velocidade,
estende a nova manta catita
que forra o chão da cidade.

Sacode e mistura
até a mescla de cores lhe agradar,
mas sendo perfeccionista por natura,
é frequente, soprar e voltar a misturar.

E até o cidadão apressado
ouvindo as folhas a estalar
observa, maravilhado,
o chão onde vai a passar.

Mas o Outono é também hortelão atento,
e se com folhas coloridas deixa bonito o chão,
dá-lhe também saboroso, e precioso, alimento
ao fazer-lhes a decomposição.

E se como não bastasse ser decorador reputado:
Implacável nas mudanças, mas ainda assim terno.
No fundo, tudo o que faz, em forma de postal ilustrado,
é vir-nos alertar para prepararmos o Inverno!

Caem as folhas por necessidade
do Outono, artesão e hortelão,
decorar e preparar a cidade
começando pelo chão...

Teresa Cunha

[1]  FOLHAS DO OUTONO


O orvalho frio da noite,
Tisna, de cor roxa e amarela,
O roupeiro desadornado
Das folhas da Primavera
E tom de horto desfolhado…

A seiva, o Outono já não anima;
Do vestido sem folhas, só tronco,
O pomar esguio, oculta a vida.
E sem a armela de ouro
Até as folhas tombaram de sono…

As árvores sem folhas do Outono
Despertam o estro do pintor…
A natura austera mudou de dono
A musa suscita tom inspirador
Folhas novas de poesia e aguarela…

Copiosa, a justeza de Outono
Tal qual a Primavera e o Verão
A Natura mesmo caindo de sono
Oxigena, sem folhas, o pulmão
Inicia novo ciclo de inovação…

Outonos há na vida
Que a gente não decifra
Quem anela só a Primavera
O ritmo sadio arruína…
Outono sem folhas, muito ensina…



Florentino Mendes Pereira
21.09.2021
NOTA: A pedido do autor, esta nova versão do poema substitui a anterior



Esperamos que as leituras tenham sido do seu agrado. Não se esqueça de votar e de divulgar esta iniciativa a partir do dia 16/10/2021, data em que deixaremos de colocar novos textos.
Como é normal em iniciativas subordinadas a uma temática, há vários textos com títulos iguais ou muito parecidos. A melhor maneira de votar será usando o número que aparece entre parênteses rectos (pode acrescentar, para maior segurança, o nome do autor).
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