quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Calendário de Advento (Desafios de autores para autores - Dezembro)

Tendo em conta que os leitores que passaram pelo blogue (e foram muitos!) não quiserem sequer deixar um "Feliz Natal!", que os habilitaria ao sorteio de prendas, decidimos não sortear um número de entre as participações dos autores - que teria sido feita com o número da sorte do Totoloto de hoje- . Em vez disso, todos eles serão premiados, independentemente do número de participações, com uma das nossas colectâneas de Natal (adequaremos a cada autor, de modo a não receberem livros que já tenham).
Parabéns a todos e muito obrigada por, mais uma, participação inspirada.
As prendas seguirão pelo correio muito em breve.
Feliz 2022!

E está fechada a colocação de textos para este Calendário. Muito obrigada a todos os participantes.
Agora esperamos pela participação dos leitores com os seu comentários, opiniões, votos de "Boas Festas!", a falta de participação fez com que se acumulassem os prémios a sortear a 10 e a 20, pelo que a 30 há 3 prémios para oferecer. Digam qualquer coisa!...
Feliz Natal!

Calendário de Advento

Muito populares, em vários formatos, com diferentes ofertas, são daquelas tradições universais e intemporais.
O que propomos de 1 de Dezembro até ao dia 23 é ter prendinhas para os leitores do blogue. Em qualquer dia podem enviar-nos um texto (poesia ou prosa); um pensamento, um desenho, uma fotografia, etc., alusiva ao Natal. Os trabalhos serão colocados à medida que chegarem e as participações são ilimitadas. A vossa criatividade e espírito natalício serão o limite: se acabaram de decorar a casa e acham que esta merece uma foto, pode ser essa a vossa contribuição do dia. Também podem fotografar os vossos doces de Natal; partilhar um pensamento, uma ideia daquele dia...
Se conseguirem fazê-lo com qualidade para partilhar também podem fazer participações em vídeo e áudio.
Podem participar quantas vezes vos apetecer.
De um modo completamente aleatório, vamos escolher uma participação para receber uma prenda. Se houver comentários, usando o mesmo método que para as participações, escolheremos também um para uma prenda, desde que o autor do comentário nos forneça um endereço de email válido.

Podem enviar os trabalhos desde já e em grupo mas, a menos que instruídos em sentido contrário, só colocaremos os trabalhos a partir do dia 1 de Dezembro.
Agora a novidade:
Os trabalhos serão colocados por ordem de chegada, independentemente do dia, do autor ou do número de participações do mesmo; ou seja, este ano não teremos a preocupação de estar a colocar algo de novo todos os dias, serão os leitores a criar essa ideia de uma prenda por dia, visitando o blogue todos os dias.

Saiba mais detalhes em: 



(8) Natal


Canta a brisa, sopra leve
Traz belas recordações!
Tempo que se fez breve
Na doçura das canções!

Da calorosa lareira
Dos aromas, a magia!
Pulsava a casa inteira
Num misto de alegria!

Circundavam as histórias
As conversas animadas
Fazem parte das memórias
Na constante, gargalhadas!

A vida num só sentir
Num coração a pulsar!
Partilhando o existir
Irmanados no amar!

Noutras eras o natal
Era terna devoção!
Um período sem igual
Guardo-o no coração!

Dulce Sousa


(7) Natal


Dezembro! Noite fria!
Mas de brilho divinal
Para o mundo neste dia
Exultação! É Natal! 

No coração a esperança 
Num sonho de si maior
Brilha a paz, a confiança
Em Jesus Nosso Senhor!

Une-se a alma da gente
Ao amor universal 
Há um palpitar diferente
Na quadra do Natal!

Dulce Sousa


(6) numa noite de brilho


esta noite é de brilho, e as estrelas

sorriem para os pinheiros e acenam

aos presépios.

com o brilho das águas marinhas,

quando o sol se põe,

no horizonte,

das sinfonias dos anjos,

cantando a paz e a justiça.

e se as luzes da estrela, de cinco pontas,

se coloca, dourada,

então os animais das serras longínquas,

soluçam rios de alegria, mais o bafo,

quente e solstício,

das redondezas, onde as luzes parecem de neve,

e riem como as crianças a jogarem futebol

de meias, sem sapatos,

e a bola de farrapos.

o menino e os pais,

esses estão interessados em esfumar 

o frio,

e apresentam as bolas coloridas,

das árvores

que o natal impõe, dando o bafejo,

às intermináveis correntes que hão de

ser quebradas.


Joaquim Armindo

 


  (5) Faça-se Natal!


Para que seja natal

Precisamos acordar

Nas nossas imperfeições!

Somos o rei dos desejos

A quem importa atender!

Gira o mundo à nossa volta

Se não gira é frustração!

O outro é um detalhe

Ganhará nossa atenção?

Fácil é apontar o erro

Sem olhar prós seus botões!

Pois nas esquinas da vida

Temos voz! Opiniões!

Esquecemos o nosso igual

Que como nós afinal,

É um “Ser” em construção!

Trava as suas batalhas

Tem também sua razão!

E com certa insensatez

Sem o devido respeito

Falamos, vociferamos,

Agredimos com despeito!

Sentimos as nossas dores,

As tristezas, desamores,

O “outro” também os tem!

Cada qual tem sua história

Suas mágoas, seu pesar!

Haja, assim, compreensão!

É natal, tempo de amor

E de mútuo perdão!


Dulce Sousa



(4) Natal!


Natal é celebração

É um doce acontecer!

Paz, amor no coração

Carinho, alegria, união

É um novo renascer!


Natal! Novo acordar!

Valores em tempos idos!

Doçura em cada olhar

Momentos a recordar

Sonhos adormecidos!


Para que seja natal

Silenciemos a razão!

E que o amor afinal

Ingrediente principal

Inunde o coração!


Como queria regressar

Ao natal da minha infância!

À simplicidade do lar

Ao carinho em abundância!


Dulce Sousa




"Apenas" porque faz todo o sentido... Do livro "Os Poemas de Natal" (Tecto de Nuvens, 2021)


(3) NATAL DE 2021


No azul do mar imenso
A cintilar estrelas ao anoitecer
Prendem nosso olhar atento
Delicados silêncios a perceber…

Para lá da opulência do dia
Em que a mente é lume e luzeiro
Nova melodia cresce mais ainda
Se o escutar, se afirma pioneiro…

Patente semeada de estrelas
E sem artificio de engenharia…
O Natal, é sol único de certezas
Mar eterno de luz e melodia…

Natal é profecia, voz e Menino
Que emerge aqui, vindo do Além
É segredo de Deus, rico e íntimo
A linguagem silenciosa de Belém

Data feliz, em que, pequeninos,
Como Jesus, em curral, nascido
Até os pais se sentem filhos
Embalam o Natal de olhar menino…

19-07-2021
Florentino Mendes Pereira


(2) Uma certa árvore de Natal de enfeite natural


Da janela olhei o céu e, ele sorriu-me solarengo. Pensei que era hoje!
Aquela árvore estava lindérrima, adornada de persimmons, sim é esse nome mesmo que estás a tentar prenunciar! Foi o primeiro que me saltou à mente, é que eu às vezes dou por mim numa encruzilhada de línguas, a pensar em português e falar inglês o que equivale a portaganhês.
Coloquei o nariz de fora da porta e senti o frio que se fazia naquele tímido sol que desde a vidraça fui traiçoeiramente atraída. Em um instante fiquei de nariz à Rudolf red nose.
O meu gato Nino ao sentir a porta entreaberta, correu, porta fora como se fora o Seeped Gonzalez*, é que ele levava o seu belo casaco preto de veludo encapuzado, por isso sem hesitação, fugiu como um foguetão. Eu até pensei que a NASA estava em movimentos experimentais na minha porta!...
Eu, sem sobretudo, nem nada peludo... somente tinha os meus olhos fisgados naquela árvore decorada no quintal… também corri.
Corri, com uma enorme vontade de comer aquele fruto da árvore de natal, de enfeite natural, plantada no jardim. De nariz vermelho, e dentes a tilintar, ala que se faz tarde, quase que igual a esse gato atiçado em direção aos caquis, persimmons ou dióspiros maçã, cheia de espirros. Estiquei o braço e como que num certo enlaço fiquei a puxar a redonda bola vermelho-laranjada de dez cm de diâmetro por mais de cinco minutos.

Ilda Pinto Almeida

*Outra brincadeira de portaganhês com Speedy Gonzalez, da autora que vive nos Estados Unidos.


(1) Natal oculto


Não estou certa do que se trata!
Falam de uma época festiva,
na qual somos invadidos
por ímpetos de altruísmo,
alegrias crescentes, inflamáveis,
uma bondade assolapada,
por tantos ocultada,
por trezentos e picos dias.
Formam-se filas e romarias
para nos deslumbrarmos com luzinhas,
contarmos os trocados
e trocarmos economias
por presentes pouco presentes,
por vezes, sem significado.
Consumismo, chamo-lhe eu!
Para muitos, qualquer coisa serve!
Importa assinalar a data.
Seguem-se jantares atrás de jantares,
sentamo-nos ao lado daquele ou daquela
que nos mete cá um fastio,
ao longo do ano...
Mas, é natal!
Enchem-se as redes sociais de gratidão,
de famílias felizes, sessões fotográficas,
mãos apertadas e beijos iluminados
que escondem corações apagados,
fechados, sem vida própria.
E as crianças podem-se portar mal
à vontadinha, todo o ano!
São ameaças constantes
de que o barbudo da coca-cola não virá!
Mas lá fundo, todas elas sabem
De que isso não passa de blá, blá, blá
dos pais atarefados, todos os dias,
sem tempo para serem pais!
E o barrigudo lá aparece,
com ou sem castigos,
compensam-se, assim, dias perdidos
e laços mal amanhados.
Para quê perder tempo com vínculos,
se os podemos ter agarrados
aos videojogos e ao youtub,
quedos, mudos, ocupados,
a adquirir um palavreado abrasileirado
que insulta o pobre do Camões!
Ai que rico Natal!
O Natal do fingimento.
Pelo menos, foi antecipado,
Começa em novembro, agora.
Temos mais dias de glória,
de comportamentos estereotipados,
Histriónicos, maníacos.
Os prazos foram alargados,
não percamos a esperança na humanidade!
Enquanto houver vaidade
E amor sem sabor,
haverá sempre deste "natal"...
Oculto, nas palhinhas deitado.
Pensando bem...
Seria bom se houvesse natal, de facto.

Ana Pão Trigo



Começamos este calendário de advento com poema que ganhou a votação do público na nossa colectânea do Natal passado, "Um cheirinho a Natal".
Esta foi a nossa prenda, agora aguardamos pelas vossas...


 Burrinho do Natal

Porque acordei hoje tão cedo, noite escura
E, passo a passo, eu caminho sem cessar
Com os meus donos, neste frio em tremura?
Aonde é, que apressados, vão chegar?

O cansaço não me invade. Quem diria?
Nem mesmo a fome, frio, sede ou calor.
Algo me diz que em meu dorso, com Maria,
Transporto o Eterno, o Divino, o Senhor.

É como um Ó seu ventre enorme, redondinho.
Se bem que burro, essa letra, eu conheço:
Com ela falo, grito e canto em tom baixinho;
Louvo o Senhor, nesse sacrário, áureo berço.

Em cada pedra já tropeça o seu esposo;
Mal o ampara forte cajado em sua mão.
Agarradinho, desfalecido, ao meu pescoço,
Sinto o bater do seu nobre coração.

À cidade de David, eis-nos chegados,
O rei famoso, cepa antiga de onde vem.
Não se encontra onde ficarem abrigados.
Está tudo cheio! Não há lugar para ninguém.

Na escuridão, a Luz Eterna está pra brilhar.
Chegou a hora, aquela hora que só Ele sabe!
Envolto em panos, na manjedoira O vão deitar.
Vejo esse Sol, esse Menino, Deus de verdade.

Sou o burrito mais ditoso de entre os povos.
Estou vaidoso, feliz, contente, mais que os meus!
Em zurros altos, sem me cansar, eu conto a todos:
Esta notícia há-de ecoar em terra e céus!

Maria Lucília Teixeira Mendes



A participação, com trabalhos e/ou comentários, está aberta a todos. Participe, divulgue, divirta-se e tenha um muito feliz Natal!

Em caso de dúvida pode enviar email para o endereço de onde recebeu este email ou, caso esteja a ver no blogue, pode contactar-nos pelo email informacoes@tecto-de-nuvens.pt