quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

António Jesus Cunha em entrevista


Continuam as entrevistas e fecha-se mais um ciclo de 3, agora com António Jesus Cunha, 73 anos, jornalista e escritor.
Conhecido pelos seus artigos e pelas suas crónicas, muitas delas a originarem alguns dos seus livros, também publicou ensaio e poesia.
Participou em todas as nossas colectâneas, conto e prosa, e foi o mais recente vencedor do texto favorito do público. O seu conto Um cão chamado “Não-se-diz”, da colectânea de contos infantis "Pirilimpãopum", foi o mais votado pelo público.
É sobre esse conto, que é uma memória do Portugal do pós II Guerra Mundial que nos fala, deixando, também, pistas para novos trabalhos.




  Conte-nos como e porquê começou a escrever, por paixão ou por necessidade?
Desde criança fui sentindo alguma facilidade em escrever. Na adolescência, talvez pela leitura de poetas consagrados, fui ganhando alguma apetência pela poesia. Nos meus planos, esteve um romance que iniciei pelos 18 anos e que nunca concluí. Com o decorrer dos anos fui publicando alguns livros. Como jornalista, nos milhares de artigos que escrevi, tive sempre a preocupação de nunca faltar à verdade; procurei sempre ser objetivo, não confundindo as pessoas com os seus atos. Parte dos meus livros aborda questões de ordem social e religiosa, com a preocupação de lembrar/fomentar a prática dos grandes valores humanos. Como membro do clero da Igreja Católica, escrever torna-se um meio de fazer sentir nos possíveis leitores a certeza de que Deus os ama.

  Qual o papel que a escrita ocupa na sua vida?
Escrever para mim é um meio de realização pessoal. Sinto responsabilidade pelo que escrevo e entendo que a capacidade de escrever é um dom que deve ser posto ao serviço da sociedade.

  Sempre sonhou publicar um livro?/Publicar um texto num livro?
Sim. Cedo entendi que escrever bem não é fácil, mas é aliciante.

  O que significa para si ter o texto favorito dos leitores?
É sempre agradável ver um texto/artigo publicado. Neste caso concreto, foi uma simpatia que muito me sensibilizou.

  Tem algum projecto a ser desenvolvido, actualmente? Pensa publicar mais algum livro? Continua a sentir vontade de escrever?
Penso publicar mais alguns livros, nomeadamente concluir o meu “romance”.

  Fale-nos um pouco sobre o seu texto.
O meu texto, um conto infantil, procura ser uma pequenina “memória” dos tempos muito difíceis vividos em Portugal em consequência da II Guerra Mundial.

  Existe alguma parte do livro, em particular, que goste mais. Porquê?
      O sentido de solidariedade e partilha do João em relação ao seu companheiro de escola, o Moisés, considerado a criança mais pobre da aldeia.

  Indique as razões pelas quais aconselharia as pessoas a ler o seu livro/texto? O que acha mais apelativo no seu livro/texto?
Uma boa parte dos portugueses não tem nem memória nem consciência das dificuldades causadas pela II Guerra Mundial.

  Qual é o seu estilo de escrita ou que tipo de mensagem gosta de passar no que escreve?
Ao longo dos anos, fui desenvolvendo alguma capacidade de síntese. Procuro escrever de forma simples, não fechada, de forma a deixar uma mensagem de esperança.

  Qual o papel das redes sociais na vida e na divulgação da obra de um autor? E na sua?
Este é um assunto complexo. A divulgação, por exemplo de um livro, nas redes sociais é sempre importante. Já a promoção de um livro - de modo que tenha êxito de vendas - necessariamente passa por outros canais. No meu caso concreto, dei notícia da publicação de alguns dos meus livros, sem daí tirar grande proveito.

  Gosta de ler? Que tipo de leitor é que é?

Sou um leitor normal. É necessário ler… muito. Mas não ler por ler. A leitura é uma ferramenta indispensável para adquirir conhecimentos, como forma de enriquecimento pessoal. Também como forma de entretenimento. Continuo a pensar na importância do livro em papel. Tenho, como toda a gente, autores preferidos. Entre os clássicos: Santo António de Lisboa e Pádua.



Pirilimpãopum - Colectânea de Contos Infantis– Vários autores
120 páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2018 (Junho), PVP 10,00€
“Era uma vez...” tantas vezes! Começam a atenção e a emoção: mundos fantásticos, semi reais ou tal e qual o nosso. Histórias que nos inspiraram antes e continuam a inspirar agora.
Jovem leitor, queremos que te divirtas com as nossas histórias, que as leias, que as partilhes, que aprendas. Foram todas pensadas para ti, escritas por avós, filhos e netos que gostam de contar histórias e de partilhar saber.






Disponível na nossa loja online e nas principais livrarias online nacionais e internacionais.
Para encomendas e informações escreva para: loja@tecto-de-nuvens.pt

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