Contados os votos, numa votação muitíssimo cerrada, o poema "Burrinho do Natal" acabou por se destacar sobre a linha da meta... Os nossos parabéns à autora Maria Lucília Teixeira Mendes por, mais uma vez, ter conquistado o voto do público.
Em segundo e terceira lugar, e também com os nossos parabéns, ficaram Noémia Silva Dias e Ilda Pinto Almeida com, respectivamente, "O melhor presente de Natal" e "Natal na terra em luto".
Porque as votações foram mesmo próximas fica ainda um destaque para os autores que ficaram empatados em quarto lugar: Maria do Rosário Cunha e António Jesus Cunha.
Muito em breve os prémios serão entregues.
Para ler, ou reler, fica o poema vencedor.
Burrinho do Natal
E, passo a passo, eu caminho sem cessar
Com os meus donos, neste frio em tremura?
Aonde é, que apressados, vão chegar?
O cansaço não me invade. Quem diria?
Nem mesmo a fome, frio, sede ou calor.
Algo me diz que em meu dorso, com Maria,
Transporto o Eterno, o Divino, o Senhor.
É como um Ó seu ventre enorme, redondinho.
Se bem que burro, essa letra, eu conheço:
Com ela falo, grito e canto em tom baixinho;
Louvo o Senhor, nesse sacrário, áureo berço.
Em cada pedra já tropeça o seu esposo;
Mal o ampara forte cajado em sua mão.
Agarradinho, desfalecido, ao meu pescoço,
Sinto o bater do seu nobre coração.
À cidade de David, eis-nos chegados,
O rei famoso, cepa antiga de onde vem.
Não se encontra onde ficarem abrigados.
Está tudo cheio! Não há lugar para ninguém.
Na escuridão, a Luz Eterna está pra brilhar.
Chegou a hora, aquela hora que só Ele sabe!
Envolto em panos, na manjedoira O vão deitar.
Vejo esse Sol, esse Menino, Deus de verdade.
Sou o burrito mais ditoso de entre os povos.
Estou vaidoso, feliz, contente, mais que os meus!
Em zurros altos, sem me cansar, eu conto a todos:
Esta notícia há-de ecoar em terra e céus!
Maria Lucília Teixeira Mendes
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