Mais um ano, mais Desafios e mais, esperamos sempre que mais, AMOR. A melhor maneira de arrancarmos mais um ano de trabalhos é assim, cheia de amor - todo e qualquer amor, incluindo, naturalmente, o amor pela vida.
Até ao dia 28, teremos uma votação a decorrer para encontrar o texto favorito dos leitores.
Como habitualmente, as votações serão feitas usando a caixa de comentários (já sabem que tem moderação pelo que os comentários/votos não ficam visíveis de imediato), não há limite para o número de vezes que podem votar ou em quem votar, apenas se espera algum bom senso.
Pode ver aqui os prémios para autores e votantes. Feliz Dia de S. Valentim! (Dia Mundial do Amor, do Casamento e dos Namorados)
Feito o sorteio do número da sorte do Totoloto de 04/03/2023, saiu o número 6, de todos os votantes com 6 ou números terminados em 6, só validou o seu voto a votante 16, Carlota Roque. Muitos parabéns!
E estão encerradas as votações, a partir deste momento já não aceitamos mais votos! Os nossos parabéns ao autor Timóteo Pernas.
Um muito obrigada a todos os que votaram e para os que validaram os votos (ainda o podem fazer até ao final do dia de sexta-feira) deixamos os desejos de boa sorte para o sorteio do prémio. E esperamos que todos tenham tido leituras agradáveis e inspiradoras.
Aos restantes autores, o nosso grande agradecimento pela vossa participação, também ela um sinal de amor e de amizade para com os leitores e para com a arte da escrita. E esperamos contar convosco para os próximos Desafios de Março e de Abril, a anunciar muito brevemente.
Até ao final da próxima semana serão enviados os prémios.
Uma chamada de atenção para quem vota: o voto anónimo é possível, como é possível o autor votar no seu próprio trabalho. Também é possível votar mais do que uma vez, ainda que inadvertidamente (por se esquecerem que o voto e/ou comentário não aparecem de imediato). Sendo assim agradecemos que, por favor, confrontados com a validação do voto e a solicitação de um contacto por email para fornecerem identificação, NÃO APAGUEM O VOTO. Se não se querem identificar, a única coisa que acontece é não se candidatarem ao prémio do votante, não altera os votos para os trabalhos. Ter no blogue apenas a nossa resposta dá um ar pouco honesto à votação e ao resultado final. Como os votos apagados já tinham sido contabilizados vamos mantê-los e vamos fazer a indicação de a que trabalho se referiam.
Um problema, a que somos alheios, impediu a visualização de alguns textos durante uma boa parte do dia 14, retirados e voltados a colocar, esperamos que agora fiquem, permanentemente visíveis.
(8) Que tem o amor?
Eu subo, tu desces. Eu vejo-te, tu vês-me. O alcance do olhar é o
nó da verdade. Que tem o amor que mexe quando se encontra? Tu continuas
a caminhar, eu continuo a andar. Que temo amor, que desvia o olhar
quando se cruza? Eu desvio o olhar para a direita, tu desvias o olhar para a direita. Enganámos o amor. Pior, muito pior. O teu
olhar, o meu olhar trai o amor. Eu olho para a direita, tu olhas para a
direita, a amor é à esquerda. Nem eu nem tu, para trás olha. Estragar é
verbo sem corrupção. Tu pensas, eu penso. Porquê, para quê, como aquela
avenida? Sim, tu sabes, eu sei; é ali, naqueles bancos, sob aquelas
árvores, naquele deambular, a olhar o sol e a apanhar a chuva, a tiritar com o
frio, a resmungar com o ensopado, aos gritos no esguicho, no beijo que queima, no
infinito presente, na eternidade que é, que o nós é nós a viver. É-o ali e em
todos os outros lados, em todas as outras bandas, no céu e na terra, na dor e
no inferno. Pois, quem aguenta o inferno? Se ao menos um de nós aguentasse a
esperança, se soubesse ou quisesse esperar.
O mundo tem pressa. Tanta pressa que desagua. Deixo-me de
histórias, deixa-te de história. Escolhes andar naquela avenida escolho andar
naquela avenida porque o nosso amor sofre, está ali e é pisado, escarcalhado.
Passo por ali tanta vez, passas por ali tanta vez, é irresistível, tanto que o
é que tu passas, eu passo.
Vens ao cimo, caminho angustiado. Os teus olhos acreditam, meu
olhar navega. Que é isto?
Quem me dá um encontrão? És tu! Meu peito abre-se, meus braços
dependuram-se.
Cai a farsa.
Resta-te um valente estalo que ressua em minha face. Resta-me um
estalo valente que estoira na tua cara.
O olhar descobre a verdade. Quem passa olha. Deixam-te.
Deixam-me. Deixam nosso abraço, nosso beijo.
O que é nosso é universal, cósmico. As pessoas estão felizes, a
natureza alegra-se. Faço-te uma festa. Recolhes a aflição. O infinito quis
assim, o eterno espreita.
O nós?
Esse dia, essa noite, esse arrebol.
Manuel José
(7) A felicidade no Século XXI
14 de Fevereiro de 2023, dia de São Valentim, ou usualmente chamado de Dia
dos Namorados.
Neste dia, há decorações de corações por todo o lado. Neste dia, sente-se
um aparente amor que anda no ar. Neste dia, muitas e muitos acabam num restaurante
a jantar. Neste dia, muitas e muitos acabam o dia a ver o luar. Neste dia,
muitas e muitos passam o dia a suspirar.
Mas, neste dia, muitas e muitos terminam o dia a suspirar de nostalgia, e
até por sentirem a alma vazia porque perderam a sua alma gémea, ou porque ainda
não a encontraram, ou até porque o seu destino não será esse, mas assim um
outro qualquer cuja solidão leve a mergulhar, por exemplo, no mundo das artes.
O dia seguinte faz-me lembrar o dia sequente ao Dia de Natal, em que volta
o rebuliço da corrida desenfreada à passagem de ano, já para não falar na
agitação do dia-a-dia.
O que leva o Ser Humano em busca da felicidade? Mas afinal, o que é a
felicidade?
Entendo ser um estado de graça que satisfaça de forma muito agradável a
vivência física enquanto vivemos neste plano terrestre, porque num outro plano,
se o houver, que acredito que haja, talvez a felicidade seja algo mais etéreo.
Entendo que será algo que encherá o coração de uma forma imbuída do
espírito do amor.
No entanto, estamos já em pleno Século XXI, e algo que antes da passagem de
milénio nos assaltava os pensamentos era: como será?
E aqui estamos nós na segunda década do Século XXI, que poderia ser
sinónimo de evolução e revolução tecnológica de tamanhas dimensões em que já se
poderia pensar que estaríamos a enviar pessoas a Marte. Em tratamentos de saúde
como nos filmes de ficção científica das décadas de 60 e 70 do século passado,
em que se introduzia uma pessoa doente numa máquina e saia de lá curada.
Pois bem, já estamos no terceiro milénio. E já cá estamos há mais de 20
anos. Assistimos ao sucesso da sonda que pousou em Marte e que irá certamente
revelar muitos dos seus segredos, fruto de um trabalho que demorou nove anos a
concretizar. Assistimos ao fabrico de uma vacina em tempo record para travar
uma pandemia.
No entanto, como estamos a viver? Ainda com receios que respiremos um
invisível vírus que nos traga enfermidades do qual não sabemos de que sintomas
iremos padecer, nem que sequelas poderemos ou não no futuro vir a sofrer.
Então que nos trouxe até agora este novo milénio? Uma crise económica na
primeira década causada pela ganância, arrogância e egoísmo de uma ínfima
milionésima parte de seres que habitam este belo planeta, que não se importam
de enriquecer e ter poder à custa da vida dos biliões de seres humanos da
Terra, nem da hipoteca da possibilidade de que a própria Terra Mãe fique até
inabitável. E isso não é Amor.
E o princípio da década de 20 o que nos trouxe? Medo, incerteza e
alterações na forma de viver. Poderíamos sair normalmente à rua? Não! Tivemos o
dever de respeitar as nossas fragilidades enquanto seres humanos, e como está
visto que somos potenciais transmissores dessa doença, mesmo sem o saber,
tivemos o dever de zelar por todos os que se cruzassem connosco. E isso é Amor.
Distanciamento social, lavar frequentemente as mãos e usar máscara, foi o
que nos pediram.
Isto é algo que já a humanidade deveria estar habituada por experiências
anteriores. Mas, vivemos no conforto da Europa e não em África onde as doenças
são múltiplas, altamente letais e de sofrimentos atroz.
Europa que volta e meia é sacudida por guerras infames, como o que estamos
diariamente a presenciar, e que nos pode fazer temer o pior cenário.
No entanto, recordo com carinho uma entrevista que fiz à Isabel Silvestre,
de Manhouce, em 2021, pelo seu octogésimo aniversário. Numa conversa que
curiosamente abordamos o papel de António Ferro pelo concurso da “Aldeia mais
portuguesa”. Mas no final ficamos à conversa sobre a infância e as memórias do
que era viver tendo nascido em plena Guerra Mundial. Veio ao pensamento a
resiliência e espírito positivo que mantinham na época, e felizmente ainda vai
grassando entre a grande maioria do comum dos mortais, daqueles que acreditam
no Amor.
Pois se as primeiras linhas sobre a vivência neste século até pode parecer
sombrio, no fundo até trata da realidade do que vivemos.
Mas afinal o que é viver? Qual o sentido da nossa vida? Estas respostas até
são dadas por nós próprios sem nos apercebermos, nos dizeres das datas
festivas, quando desejamos felicidades a um aniversariante ou até numa passagem
de ano. “Muitas felicidades” é a frase mais usada naquilo que é o desejado.
Então a vida resume-se a algo simples: Viver em plena felicidade!
Porque não olhar para o copo meio cheio em vez de meio vazio?
Porque não olhar para o semelhante com igualdade?
Porque não abrandar o ritmo de vida e viver mais em contacto com o seu
semelhante, em contacto com a natureza e disfrutar da energia que a luz solar
emana sobre nós. Isto porque podemos pular e saltar no frenesim do dia-a-dia e
viver da agitação, mas sem algo que está a cerca de 150 milhões de quilómetros
e é 1 300 000 vezes maior do que o do nosso planeta, deixa de haver correria na
terra. Por isso, perante o universo somos uma insignificância, mas perante os 7
ou 8 biliões de habitantes deste planeta, somos apenas mais um, mas mais um que
pode fazer a diferença.
Podemos ser o “mais um” que namora, que sente e partilha o Amor.
Amor, essa centelha de Luz que o Universo nos oferece com o nosso
nascimento e que em todos os “Catorzes de Fevereiro” dos 365 dias do ano,
esteja sempre presente no coração de todos, pois é esse o sentido da vida de
cada um.
Aníbal Seraphim
(6) nos espigueiros
nos espigueiros se encontram,
juntos os molhos de espigas,
como que um beijo existente, nas bocas e nos lares de encontro,
nos espigueiros roda o amor à volta, dos cereais
ativos de flor e flor.
nestas flores se encontram os amores,
sim, dentro dos espigueiros,
mas também pelos buracos das suas portas.
o amor encontrado lucido, mas ativo,
no beijar altivo do monte,
onde as pombas fazem os ninhos.
nestes ninhos acontece o amor.
Joaquim Armindo
(5) Quando se comemora o Amor…
“O amor é a asa
veloz que Deus deu à alma para que ela voe até o céu”, disse Michelangelo.
O Amor deve ser uma ação ativa que vai para além das
palavras. É necessário demonstrar, ser ativo para que seja reconhecido. Muitas
vezes temos a tendência de confundir a paixão com o amor. Nenhum amor nasce
adulto, mas é com o tempo que ele vai crescendo.
Ele nasce no coração, e, ele deve ser uma demonstração ativa,
construtiva, criativa e crescente.
O Amor desenvolve-se através das atitudes. Ele nasce no
coração que é uma espécie de jardim, onde se pode plantar, amizade,
compreensão, gentileza, sinceridade, verdade, caricia, raiva, etc. E nele
cresce aquilo que foi plantado, espalhando raízes.
Desenvolve flores, ou espinhos, sol ou tempestade. O
jardineiro de serviço tem o poder da plantação e da jardinagem diária.
Amar é viver em favor do outro. É não ser, eu e tu, mas
nós. É também dar e receber romantismo, ou fazê-lo nascer onde ele já se perdeu,
com nesta era tecnológica em que tudo é superficial e sem afeição.
Hoje o ser humano, adulto ou não, passa mais tempo
acariciando um objeto ligado ao mundo, do que acariciando, seja pelo afeto ou diálogo,
aos que com ele coabitam.
Canta o mar uma música de beldade
Chora a terra num alento de bruma
“Nesta alba, já o ouro não tem glória”
Canta o pardal em coral de afoites
“Que venha de novo o romantismo”
Num coral de rosas silvestres
Os cânticos pardaleiros
Silvam de raro amor
Tece a montanha um sinal
“O romantismo há de voltar”
Ilda Pinto Almeida
(4) Amor
O Amor é poesia
É música a vibrar
Força, poder, magia,
Caudal a arrebatar!
É fino como pozinho
Que se infiltra num Ser
Tem um sabor a divino
É a razão p’ra viver!
O amor é o perfume
O retoque essencial
Aquece! Pode ser lume!
Ser brisa ou vendaval!
Só ele tem o poder
De dar vida! Acalentar!
Quem tem amor pode ter
Mui sonhos para sonhar!…
Dulce Sousa
(3) Banco de Jardim
O astro-rei declinava
Do fulgor adormecia
Já a noite acordava
Recheada de magia!
Que feliz aquele dia!
Doce enlevo e um sim!
A sorte já os unia
No banco daquele jardim!
Miraram-se à luz da lua
Promessas no terno olhar
Diz ela: Quero ser tua!...
Diz ele: Quero-te amar!
Seus olhos já segredavam
Qual futuro p’ra sonhar!
Seus lábios já se tocavam
Sem esperas a adiar!
O amor acontecia
Ali!… Sem mediações!
A força terna unia
P’ra sempre dois corações!
Dulce Sousa
(2) AMOR…
Somos como duas caravelas
Perdidos em oceanos diferentes,
Somos como duas crianças
Que voam em céus nunca descobertos…
Porque tu gritas: eu choro,
Porque te lamentas: imploro,
Não mais pecar!
Somos tempestade em mar alto
Tempestade que ruge a riste,
No mar que perdeu
Mas não enlouqueceu, e que existe!
Tua alma grita, Tua alma implora:
Nunca mais viver
Sem o desejo do amor!
E, se o sol brilhar mais uma vez
Será ele que vai iluminar
Parte do meu ser,
Salgando o teu mar…
Palavras, breve cognominar
Do senso embarcação,
Por do sol que ainda brilha
Em nosso coração.
Barco encalhado
Nas areias de um porto alheio,
Em seu mastro brinda a estátua
De quem o tem por companheiro.
E, se um pássaro deixar de voar
É sinal que outros voarão em seu lugar.
Se uma porta se fechar:
Um caminho jamais será trilhado,
E, nas amarras da escuridão
Soltei o prisioneiro que há em mim…
Que esse fugitivo ser em que me escondo
Possa um dia fazer brilhar,
A luz que encandeia meu olhar.
Na qual me revelo na mais pura insuficiência existencial
Ausente do espelho que não consigo encontrar em mim.
Por isso: procuro-te na esperança
De que talvez em ti me possa encontrar,
Na tua bravura de uma canção lançada
À rebeldia do mar, e tão somente: contigo, sonhar…
Pôr nos meus os teus lábios e simplesmente:
Sorrir para não mais desistir…
Porque o fogo que tenho,
Não é fogo não, é: paixão!
E sede do teu espírito…
E, porque sou homem tenho:
Dois braços para te abraçar,
Um corpo para te amar,
Uns lábios para te beijar,
Um coração para voar
E, um sorriso à tua espera.
Timóteo Pernas
(1) Baía do Tofo
A brisa é quente e húmida,Na Praia do Tofo.
A água do mar, temperada,
Acolhe-o entre ligeiras ondas que se quebram.
Sente-se como que às cavalitas do Poseidon.
Mergulha como quem entra numa igreja esperando perdão,
Orando acolhimento e silêncio.
Baila com as raias gigantes.
Apazigua-se, sorri por debaixo
Da máscara de mergulho.
Assim, feliz, inteiro,
Em síncope com as horas
Da manhã.
Petizes apregoam quinquilharias
Na praia.
Ao final da tarde os tambores.
O seu corpo vibra
Desde o interior da sua africanidade.
Depois senta-se na Baía
Cerra o olhar.
Sente o movimento das ondas e marés,
Embala-se com a bruma.
Presente uma alma perto.
Roda a cabeça.
Um vulto feminino
Em posição de lótus.
Silencia.
Seu pensamento voa.
Não pelo que vê mas pelo que imagina.
Cresce.
Contém-se, concentra-se nas silhuetas
Dos peixes que imagina avizinharem,
Curiosos.
Sabe que já a viu em Inhambane.
Reencontra-a na esplanada
Do C-Mew.
Tal tubarão-baleia, aproxima-se.
No terceiro luar,
Dois vultos comtemplam a Baía,
Depois de se amarem.
Sangue aquecido de Jindungo e Gengibre.
Esperamos que as leituras tenham sido do seu agrado. Não se esqueça de votar e de divulgar esta iniciativa.
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