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quinta-feira, 26 de outubro de 2023
Vaidosicezinhas XVI
quarta-feira, 25 de outubro de 2023
Melissa de Aveiro, autora de "Um Novo Ano" e "A Casa do Lado" em entrevista
Deliciadas as crianças a tentar descobrir, na companhia da Inês, quem é o monstro das meias; agora é a vez dos mais velhos terem a sua atenção.
Algures entre festas de Halloween e festas de Natal, com um olhar de relance aos "Morangos com Açúcar", Marta precisa de descobrir como se retoma a vida depois de um grande desgosto.
E a Melissa, tal como a Marta, volta em dose dupla, agora com "Um Novo Ano" e em 2024 com uma nova edição de "A Casa do Lado", contudo os nossos leitores podem, em exclusividade ler, ou reler, "A Casa do Lado" ainda antes deste Natal... - É estar atento às nossas informações.
Apesar de mais do que ocupada com a sua tour literária promovendo as suas publicações deste ano, e também a ilustrar um monte de livros (e muito em breve falará aqui sobre essas ilustrações), Melissa de Aveiro, 33 anos, tirou um tempinho para nos falar dos seus livros, de viva voz e na primeira pessoa...
*Personagem principal dos livros "Um Novo Ano" e "A Casa do Lado".
Conte-nos como e porquê resolveu escrever
este livro, que é, sem o ser bem, uma espécie de continuação de um outro. Apaixonou-se
pelas personagens e quis continuar a escrever sobre elas, ou sentiu necessidade
de continuar com a vida da Marta (personagem principal dos dois livros)?
Foi mais pela personagem da
Marta. Realmente criei uma “ligação” com ela e decidi que merecia um pouco mais
de destaque, o que proporcionou a escrita de um segundo livro.
E o modo como a escrita se processa mudou
de um livro para o outro? Sente que evoluiu? Acha que os leitores vão notar
essa diferença (se a houver, é claro)?
Sim. Senti que a escrita foi mais cuidada e com mais
atenção aos pormenores.
Qual é a sensação que tem ao ver, agora, o
seu livro nas mãos? E em relação à nova edição do livro “A Casa do Lado”,
consegue voltar a sentir aquela emoção inicial?
Gostei bastante do resultado
final. Estava com receio da capa mas a capa ilustrada ficou fantástica e todos
os pormenores trabalhados do interior do livro.
Fale-nos um pouco sobre estes seus dois
livros. E não só os escreveu, como também
ilustrou as capas, até que ponto isso a faz sentir mais próxima da personagem
principal?
Editar “Um Novo Ano” e reeditar “A
Casa do Lado” deu trabalho. Ponderar bem na construção das capas para que se
conjugassem, voltar a reler o texto por forma a melhorá-lo… deu trabalho mas
valeu a pena pois as personagens e a história mereceram todo o apreço dedicado.
Existe alguma parte do livro, ou dos livros,
em particular, que goste mais. Porquê?
Os momentos de Marta passados com
a sua amiga Nancy porque me remetem à minha adolescência, com as minhas amigas
mais próximas.
Indique as razões pelas quais aconselharia
as pessoas a ler o seu livro? O que acha mais apelativo no seu livro? E não
sendo de leitura obrigatória os dois livros, até que ponto acha que a experiência
do leitor fica valorizada por ler ambos os volumes?
A Casa do Lado e Um Novo Ano
abordam um pouco de tudo o que acontece na vida de um adolescente: por um lado
temos um seio familiar com os seus dramas e percalços… A problemática da adaptação
a lugares novos e a novas amizades, um pouco de mistério, arte e cinema e até
algumas curiosidades. Podem ser lidos em separado, mas, um e outro
complementam-se.
Estes dois livros, sem querer revelar
demasiado, abordam questões muito sérias em qualquer idade, mas em particular na
adolescência/início da vida adulta. Falam da morte, do luto e do retomar da
vida. – Sem lhe querer influenciar a resposta, penso que as pessoas olham para
o luto dos mais jovens com alguma leveza. -
Fale-nos um pouco sobre isto e sobre qual a mensagem que quis passar.
Apesar
de nos apercebermos de, e lamentarmos, as mortes de adolescentes, jovens e
jovens adultos, quando pensamos em luto (que não seja o da orfandade) e em
viuvez não pensamos em adolescentes, em jovens, em jovens adultos, que perdem
irmãos, colegas, amigos, namorados, noivos, cônjuges… Há a tendência em pensar
como é que o adulto de meia-idade em diante vai lidar com a dor, com a perda,
com o destruir dos sonhos, com a culpa da sobrevivência… Mas dos mais novos,
quando há algum pensamento é mais na linha do “é jovem, aguenta, tem a vida
pela frente…” - Aliás, frequentemente caímos no erro de achar que alguém é
demasiado novo para isto ou para aquilo, ainda tem muito tempo para fazer isso.
Como se o soubéssemos ou como se houvesse uma garantia de que vamos todos
morrer de velhice, por ser isso que se espera…
Estes
dois livros não se destinam apenas a jovens e jovens adultos, que se poderão
identificar melhor com o meio ambiente, com a linguagem, mas a todos aqueles
que deveriam querer ter presente o modo como os mais novos também têm de
enfrentar as dificuldades e as dores da vida. Com sorte, para além de um tempo
bem passado a ler duas histórias cheias de interesse, ficam os conhecimentos, a
esperança e dicas para lidar com o menos bom que é também parte integral da
vida. Porque é a vida que é figura central nestes dois romances.
A
mensagem é que a vida não é fácil. Que não existe idade para se viver o luto… e
que por mais que se queira parar, a vida continua, mesmo que não se esteja
preparado para avançar…
Sem entrar em experiências pessoais, mas de
alguma forma a sua experiência profissional, enquanto enfermeira, deu-lhe algum
tipo de referência no observar destas fases complicadas na vida dos mais novos?
Entrei para o curso de
enfermagem com 19 anos. Com essa idade descobri um outro lado da vida, lidar frequentemente
com a morte jovem, que desconhecia… como perder utentes com 26 anos, com cancro
no pâncreas, por exemplo. Se calhar era nova demais para lidar com isso? Há
coisas que nem os cursos e nem a escola nos ensina, mas que acontecem, mesmo
que as ignoremos no dia a dia. Quem saberá… Depois, ao fim de um certo tempo,
deixamos de pensar nisso.
Não resisto a perguntar: já acabamos de
ouvir falar da Marta? Já não regressa mais? E os amigos?
Isso… só o futuro dirá…
Não tinha planeado escrever um 2º livro com a personagem Marta, mas aconteceu…
quem sabe!
Tem um novo blogue que completa, e muito, a
experiência de ler os seus livros. Fale-nos sobre ele e o que se pode encontrar
por lá?
Acaba, até para mim, por
ser uma novidade. Ainda estou a perceber como funciona, mas a ideia é partilhar
o que achar mais relevante. Criar tópicos que possam ser comentados pelos leitores,
aprofundar curiosidades dos livros e criar passatempos.
Para quem quiser
espreitar, fica o link https://melissadeaveiro.blogspot.com/
a partir dele, também podem encontrar os restantes links para as redes sociais
e ficar a par de concursos ou outras atividades que possa divulgar.
Um Novo Ano; Melissa de Aveiro
PVP: 15€
200 páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2023
Marta, a protagonista do livro “A Casa do Lado”, está de volta.
Agora na universidade e com novos desafios!
O que será que o futuro tem reservado para si? Será errado apaixonar-se de novo?
Porque por mais difícil que seja seguir com a vida, a vida é inesperada e não espera por ninguém…
A Casa do Lado - nova edição -; Melissa de Aveiro
PVP: 14€
210 páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2024
Após um acontecimento familiar, Marta, de dezasseis anos, é obrigada a abandonar as suas “raízes”.
Ao mudar de residência e, consequentemente de escola, sente necessidade de criar novas amizades, enfrentando divergências que a colocarão à prova.
Mas isso é o menos… à medida que os dias vão passando, depara-se com algo sinistro, na casa do lado.
Uma luz que pisca sem parar! E aquele rapaz alvo, que está sempre a desaparecer… Será que estará a alucinar?
Pode ler a entrevista anterior de Melissa de Aveiro aqui.
sexta-feira, 13 de outubro de 2023
Ana Ferreira da Silva, autora de "A Florzinha Vaidosa", em entrevista
Na verdade, é bem espevitada, mas também é muito vaidosa...
Vamos deixar que seja a autora a explicar o motivo pelo qual devemos levar esta florzinha para enfeitar as nossas vidas.
Aqui fica, Ana Ferreira da Silva na primeira pessoa...
- Conte-nos como e porquê
começou a escrever, por paixão ou por necessidade?
Comecei a escrever pequenos contos e poemas no
início da adolescência, digamos que movida por um impulso interior, uma
necessidade de registar no papel ideias e sentimentos, nem sempre para os
divulgar.
- Qual o papel que a escrita
ocupa na sua vida?
A escrita é
para mim como uma segunda natureza, uma segunda pele a pulsar constantemente
sob a carapaça da rotina. Sou muito observadora, e muitas vezes o tema de um
conto, de um poema, ou mesmo de um romance, surge-me a partir de um pequeno
detalhe do dia-a-dia, um fragmento de conversa... Faço muitas associações de
ideias!
- Sempre sonhou publicar um
livro?
Não; durante
muitos anos escrevi exclusivamente para mim. A ideia de começar a publicar,
surgiu por insistência de um grupo de amigas que leram um dos meus romances, a
“Trova de Caio e Benilde”.
- Qual é a sensação que tem
ao ver, agora, o seu livro nas mãos?
Cada livro é
como um filho; todos são diferentes, e a todos temos muito amor. Este livro, em
particular, é o “meu bebé”, fofinho e ternurento.
- Tem algum projecto a ser
desenvolvido, actualmente? Pensa publicar mais algum livro? Continua a
sentir vontade de escrever?
Penso que só
deixarei de escrever quando me morrer a imaginação, ou quando sentir que já
terei dito tudo o que tinha a dizer, o que, para mim, é uma perspectiva muito
redutora; temos sempre qualquer coisa a transmitir aos outros.
Neste momento
estou a trabalhar num romance histórico tendo como pano de fundo o Brasil
colonial; não é um projecto fácil, portanto, de vez em quando faço uma pausa
para desanuviar e escrevo um conto...
- Fale-nos um pouco sobre o
seu livro.
“A Florzinha
Vaidosa” surgiu como um desafio. Como jovem mãe costumava contar histórias aos
meus filhos e participar em actividades lúdicas no infantário, mas nunca tinha
escrito um livro para a faixa etária pré-escolar – primeiras classes. Em
contrapartida, as “palavras difíceis” terão a vantagem de pôr os pais a ler e
“traduzir” para os filhos, criando momentos de saudável convívio e partilha,
actualmente “ameaçados” pelas tecnologias que tendem a isolar cada um na sua
concha.
No seu
conjunto, é um conto simples, com personagens – flores e animais - com
sentimentos e atitudes facilmente identificáveis pelas crianças, que termina
com uma mensagem bonita de solidariedade e reconciliação.
- Existe alguma parte do
livro, em particular, que goste mais. Porquê?
Precisamente,
o final – apesar da sensação de liberdade ao seguir o voo da sementinha nas
asas do vento, logo no princípio do conto.
- Indique as razões pelas
quais aconselharia as pessoas a ler o seu livro? O que acha mais apelativo
no seu livro?
Eu
aconselharia a leitura (acompanhada) do livro até aos 6 – 7 anos, idade em que
eventualmente começam a esboçar-se os conflitos entre irmãos, conflitos esses
que fazem parte do crescimento e do amadurecimento da personalidade. Uma
abordagem honesta e frontal dos problemas, com conselhos sensatos, pode ajudar
a restabelecer a harmonia – mas por vezes é necessária uma tempestade para
redimensionar a importância das coisas. É essa a mensagem do livro.
Para além da
história em si, acho francamente apelativo o trabalho de ilustração da Melissa de
Aveiro, que recupera as linhas simples e suaves e as expressões muito
intuitivas das personagens, e também o colorido muito equilibrado dos livrinhos
da minha infância. Outro ponto muito positivo é o tamanho “livro de bolso”, que
permite ao pequeno leitor (ou à mãe, ou ao pai...) levar a “florzinha” para
todo o lado, para ler no parque, “ver os bonecos” no infantário, ou mesmo para
guardar debaixo da almofada, à noite (Muito bom trabalho, Tecto de Nuvens!)
- Qual é o seu estilo de
escrita ou que tipo de mensagem gosta de passar no que escreve?
Não tenho um
estilo rígido, na medida em que não se pode narrar um romance medieval da mesma
maneira que se escreve um diário de bordo de 1626 ou se põe um mulo e um cão a
dissertar sobre as agruras das trincheiras do Corpo Expedicionário.
Relativamente aos contos, a minha escrita é mais uniforme, e tendencialmente
coloquial; claro que no caso da “florzinha” precisei de me ajustar bastante
mais, tratando-se de escrever para crianças... A poesia é um caso à parte, mas
de um modo geral, tendo a seguir esquemas clássicos de rima e métrica.
Mas em tudo o
que escrevo, tento deixar uma mensagem de amor, de esperança ou de revolta –
algo que deixe o leitor preso à obra depois de fechar o livro.
- Qual o papel das redes
sociais na vida e na divulgação da obra de um autor? E na sua?
Actualmente, e
de um modo mais marcado a partir da pandemia, a utilização das redes sociais
pode contribuir imenso para a divulgação da obra de um autor, principalmente se
não se trata de um nome sonante no meio literário; por outro lado, o uso (e
abuso) das redes sociais pode levar ao enviesamento do trabalho, se o autor se
tornar sensível (e a seu tempo escravo...) às opiniões pro e contra por elas
veiculadas, por vezes de forma leviana e superficial.
Pessoalmente,
pelos motivos expostos e porque o meu trabalho “principal” não me deixa muito
tempo livre, não utilizo redes sociais.
- Gosta de ler? Que tipo de
leitor é que é?
Gosto muito de
ler, e leio de quase tudo – clássicos do Romantismo, autores quase actuais e
actuais, História e Geografia (na preparação de algumas obras). Não sendo
leitora compulsiva, gosto de ler nos transportes, a caminho do trabalho, para
mergulhar noutra dimensão enquanto os meus (desconhecidos) companheiros de
viagem se focam nos telemóveis.
64páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2023
Um dia nasceu uma flor muito dourada, tão dourada que de dia parecia um sol pequenino, e de noite brilhava como uma estrelinha. (…) era a flor mais bonita do arbustinho, com as suas grandes pétalas luminosas raiadas de todas as cores.
Número 8 “Colecção Petizes Felizes!”
quarta-feira, 4 de outubro de 2023
4 de Outubro - Dia Mundial do Animal
Para celebrar a efeméride, durante o mês de Outubro de 2023 o livro terá portes grátis para Portugal Continental.
Pode fazer a sua encomenda enviando email para loja@tecto-de-nuvens.pt