domingo, 1 de dezembro de 2024

Calendário de Advento - Desafio de Dezembro

 E já em contagem decrescente para o Natal, mais um clássico...





Calendário de Advento


Muito populares, em vários formatos, com diferentes ofertas, são daquelas tradições universais e intemporais.
O que propomos de 1 de Dezembro até ao dia 23 é ter prendinhas para os leitores do blogue. Em qualquer dia podem enviar-nos um texto (poesia ou prosa); um pensamento, um desenho, uma fotografia, etc., alusiva ao Natal. Os trabalhos serão colocados à medida que chegarem e as participações são ilimitadas. A vossa criatividade e espírito natalício serão o limite: se acabaram de decorar a casa e acham que esta merece uma foto, pode ser essa a vossa contribuição do dia. Também podem fotografar os vossos doces de Natal; partilhar um pensamento, uma ideia daquele dia...
Se conseguirem fazê-lo com qualidade para partilhar também podem fazer participações em vídeo e áudio.
Podem participar quantas vezes vos apetecer.
De um modo completamente aleatório, vamos escolher uma participação para receber uma prenda. Se houver comentários, usando o mesmo método que para as participações, escolheremos também um para uma prenda, desde que o autor do comentário nos forneça um endereço de email válido.

Colocaremos os trabalhos a partir do dia 1 de Dezembro, sempre que houver trabalhos novos.
Os trabalhos serão colocados por ordem de chegada, independentemente do dia, do autor ou do número de participações do mesmo.

Agora as prendas...


Os comentários vão estar abertos, nos termos habituais (são moderados, pelo que têm que ser aprovados antes de serem visíveis, o que pode demorar algum tempo, não vale a pena repetir o comentário, aguardem por um horário mais consentâneo com o expediente para verem se está publicado - por favor, alguma pena pelos humanos que vão ter de validar comentários entre compras, cozinhados e, esperemos, comer rabanadas e afins com a família...-), podem expressar a vossa predilecção por algum dos trabalhos ou fazer um comentário que vos pareça pertinente. De 10 em 10 dias: 10, 20 e 30 sortearemos um dos comentários para receber uma prenda (só entram no sorteio os comentários entrados nesse intervalo de tempo e devidamente identificados). Por esse motivo é pertinente deixarem ficar um endereço de email para poderem ser contactados (se não desejarem que ele seja visível, basta escreverem isso no vosso comentário, guardaremos o endereço para contactar em caso de prémio, mas apagaremos o endereço na postagem do comentário) - terão depois de estar atentos ao vosso email para nos fornecerem a morada para onde enviar a prenda.
Fechamos a recepção de trabalhos no dia 23, ao meio-dia, e os comentários no dia 31 de Dezembro, 2024. Tanto os trabalhos como os comentários serão numerados e vamos usar o número da sorte do totoloto do dia 4 de Janeiro de 2025 para atribuir o prémio entre todos os participantes e um outro prémio a sortear entre todos os comentários (ao sorteio, habitualmente, irão os números iguais ao sorteado e todos aqueles que tiverem a mesma terminação).

E as prendas são:

SURPRESA!!! - (na melhor tradição dos calendários de advento) para os sorteios aos comentários dos dias 10, 20 e 30 de Dezembro.

O prémio a sortear em Janeiro será igual tanto para o autor como para o votante: um exemplar de capa dura do livro "Memórias de Natal".




A participação, com trabalhos e/ou comentários, está aberta a todos. Participe, divulgue, divirta-se e tenha um muito feliz Natal!

Em caso de dúvida pode enviar email para o endereço de onde recebeu este email ou, caso esteja a ver no blogue, pode contactar-nos pelo email informacoes@tecto-de-nuvens.pt

Atenção que, contrariamente ao habitual, os novos trabalhos estão a ser colocados abaixo dos mais antigos, terá que ir descendo na postagem para os ler.

E passou a primeira data para atribuir um prémio, 10 de Dezembro sem qualquer votação, não foi possível premiar ninguém...

E passou também a segunda data para atribuir um prémio, 20 de Dezembro sem qualquer votação, não foi possível premiar ninguém... Por favor, os muitos leitores que passam por aqui e os autores que contribuem com trabalhos, tirem uns momentos e votem...



(1) O meu Presépio pequenino

Muito aconchegadinhos no tabuleiro,
Presépio, anjinho, luzes, pinhas e pinheiro;
Meu trabalho inspiram o ano inteiro,
Quando à noite acendo o candeeiro.


Ana Ferreira da Silva


(2) A Casa do Advento


Longe vai o tempo em que viajava
Pagava na mochila e ia ao sabor do vento
A pensar no vinho quente que já marchava
E a 30 de Novembro olhar para a Casa do Advento
O que será que vai aparecer na janela do dia 1?
É isso que hoje me interrogo
Pois já não apanho voo nenhum
Por isso a Deus eu rogo
Que algum tempo me possa arranjar
Para voltar novamente a viajar
E quando essa janela abrir
Eu volte novamente a sorrir



Aníbal Seraphim


(3) Cantiguinha de Natal

Dorme, dorme, meu Menino

Nos braços da Virgem Mãe;

Já lá vem um pastorinho

A caminho de Belém.

Dorme, dorme, lindo Menino,

Ao colo de S. José;

Quem diria, Verbo Divino,

Pastorinho da nossa fé.

Sonha, Menino, com a Paz,

No teu bercinho de palha quente;

Que já uma estrela de longe traz

Três reis magos do oriente.

Vê, Menino, que te ofertam

Ouro, mirra e incenso;

Foi pelos anjos que souberam,

Serás Príncipe de Amor imenso.

Ana Ferreira da Silva

(4) Postal




Ana Ferreira da Silva


(5) É Natal nasce o menino


É Natal nasce o menino
por aí tão pobrezinho
presépio, natureza
o menino está sozinho

fraternidade vamos lá
tu outrem olha o espaço
pro universo um abraço
terra-mãe o alimento

Manuel José

(6) O PAI NATAL DA FAMÍLIA SILVA


Nós nunca acreditámos no Menino Jesus.
Rectifico: como crianças, nunca acreditámos que o Menino Jesus, acabadinho de nascer, a tentar conciliar um bom soninho no seu confortável leito de palhinhas sob o bafo caridoso da vaquinha e do burrinho, vigiado pelo olhar embevecido (e simultaneamente apreensivo) de S. José e da Virgem, rodeado de dezenas de pastores e respectivos rebanhos balindo aqui e ali, com a estrela a brilhar como um grande sol acima do estábulo e os anjos a cantar loas, e ainda a perspectiva da visita dos reis magos com as suas majestosas caravanas bem apetrechadas, dizia eu que nós, que nos considerávamos miúdos inteligentes, nunca acreditámos que alguém pudesse ser cruel a ponto de incumbir a pobre Criança de andar a distribuir presentes pelos meninos bem comportados do mundo inteiro. E isto a despeito da opinião dos nossos coleguinhas da escola, que nos enchiam os ouvidos com os sapatinhos na chaminé e o doce Menino atarefadíssimo de um lado para outro, a entregar bonecas, carrinhos, meias de lã e gorros, além de outras prendas mais originais e volumosas, como triciclos ou trotinetas.
Não! Nós acreditávamos piamente que o Menino devia dormir como compete a qualquer recém-nascido, e que a tarefa hercúlea de recompensar as crianças bem comportadas – e quem não era bem comportado nas últimas semanas de Dezembro?... – ficava mais bem entregue a alguém mais velho, com a experiência de vida de um avô, dotado de um bom par de óculos para decifrar as caligrafias mais complicadas, uma oficina cheia de ajudantes dedicados, e acima de tudo um trenó mágico puxado por renas voadoras, onde cabiam todas as prendas com que todos sonhávamos: o Pai Natal, pois claro!
E era ao Pai Natal que escrevíamos as cartas, na nossa letra mais redondinha, que líamos e relíamos e dávamos à mãe a ler, para ver se não levavam erros, já que os erros significavam que não éramos lá muito bons alunos, e portanto, não haveríamos de merecer metade do que pedíamos. As cartas eram metidas em envelopes com o endereço muito certinho, e depositadas num marco de correio especial que havia à porta de uma loja de brinquedos. Perfeito! Ou quase...
Em nossa casa não havia lareira. Havia chaminé, sim, mas logo por baixo ficava o fogão... Assim, quando nos apresentámos diante da mãe, cada qual com um sapato novo (sapatos velhos, sujos e amolgados haviam de denunciar-nos como crianças traquinas, dificilmente cabendo no estatuto de bem comportados), vimos de imediato as nossas pretensões recusadas.
- Mas, Mamã, se não deixarmos os sapatos na pedra do fogão, como irá o Pai Natal...
- Não se preocupem, já está tudo combinado!
- Então...?
- O Pai Natal há-de bater à porta. O vosso pai explicou-lhe que não temos lareira e a nossa chaminé é muito estreita para a barriguinha dele; além disso, imaginem o que aconteceria se o fogão ainda estivesse quente das rabanadas, e o forno do assado!
- Oooh!...
- Podem deixar os sapatos junto da árvore de Natal; é lá que vamos deixar os nossos sapatos e as pantufas dos avós.
Perfeito! E a cereja no topo do bolo seria a presença dos avós do Porto, que se encarregariam de garantir que nada seria deixado ao acaso!
Vivíamos a noite da consoada presos de uma impaciência que mal conseguíamos dominar. De mãos bem lavadas, penteados e vestidos a propósito, suportávamos com estoicismo de mártires o interminável bacalhau com todos e as conversas dos adultos, lançando de vez em quando uma espreitadela ao pinheiro para nos certificarmos de que os nossos sapatos eram os mais visíveis da família, e outra ao relógio da sala, cujos ponteiros tardavam em atingir a gloriosa meta das onze da noite, hora que o pai costumava combinar com o Pai Natal, que de tanto trabalho que tinha, nunca podia demorar muito tempo em cada casa: apenas o suficiente para trocar meia dúzia de palavras e tomar um cálice de Porto e comer uma broinha. Além disso, a avó insistia em assistir à missa do galo, o que não nos deixava mais do que uma meia horita para abrir as prendas.
E assim que soavam as onze badaladas, tínhamos autorização para nos levantarmos. Seguindo a nossa rotina mágica, a avó fechava-se connosco na sala de estar – a primeira divisão à esquerda da entrada – e nós apurávamos o ouvido. Não podíamos falar, pois o Pai Natal haveria de gostar de saber que estávamos a dormir.
Com o coração na boca escutávamos o toque da campainha, a porta abrir, as ruidosas saudações dos pais, a resposta abafada do querido velhote (decerto bem agasalhado com um belo cachecol), conversa alegre e risos vindos da sala de jantar, e pouco depois, a despedida, com a porta a bater. Sabíamos que o Pai Natal estacionava o trenó no telhado da casa, mas a euforia das prendas era tal, que nunca nos dispusemos a espreitar pela janela para o ver partir.
- Já lá vai o Pai Natal! – anunciava o pai, desviando a cortina; e nós ter-nos-íamos encolhido debaixo da árvore, se ali pudéssemos caber!
Veio um ano em que a avó apenas encostou a porta da sala de estar, e eu, gatinhando, consegui, por uma nesga, entrever as botas do Pai Natal, quando este se preparava para sair! Fiquei maravilhada! Senti-me especial, criatura privilegiada, e não me cansei de divulgar a façanha ao longo dos dias seguintes, prometendo a mim mesma que, assim que as aulas recomeçassem, haveria de contar aos meus amiguinhos que era, efectivamente, o Pai Natal quem trazia as prendas, e que decerto reservava a última e mais preciosa oferta para o Menino mais bem comportado de todos.
Conforme expectável cresci. Fiquei a saber que o Pai Natal era o meu querido avô, que adorava participar na mágica encenação; e que as botas que eu julgara ver, eram as pernas das calças pretas que ele costumava usar...

Ana Ferreira da Silva

(7) O tempo do Advento


  

 
 

O tempo do Advento é um farol de esperança e alegria!
O Dia de Ação de Graças prepara todo cenário que começa a chegar, com uma mesa lindamente posta, um momento de introspeção e gratidão por mais um ano de bênçãos. O nosso desejo colectivo pela tranquilidade e prosperidade entre família, torna-se a fragrância da alma e o espelho da nossa satisfação. Este ano, novos rostos familiares, vindos eles de longe, juntaram-se a esta cultura que nos acompanha , à nossa tradição do corte da árvore! Sabem o que isso significou?! Consequentemente, a experiência foi mais extensa, mas agradável.
O almoço marcado para as dezasseis horas, resultou num almoço mais demorado, divertido e mais delicioso. Embora o projeto de lei fosse um lembrete da extravagância da época..., o natal significa criar memórias duradouras!
A nossa celebração festiva continuou, inaugurando os vinte e quatro dias de maravilhas natalícias, e, revisitar a Times Square era uma opção aliciante. Este destino icónico incorpora a essência da estação, amplificando a nossa ligação ao seu espírito.
No meio desta atmosfera cativante, sentimo-nos inspirados a valorizar as nossas bênçãos e a apreciar os prazeres simples da vida. O dia foi repleto de família, felicidade, gastronomia requintada nova iorquina de sabores italianos e gargalhadas. Finalizamos ao chegar a casa com o erguer da árvore na sala, decorada a rigor para o dia que se aproxima e nos traz á memória o nascimento do menino-homem que veio ao mundo para nos trazer a salvação através de sua crucificação e Ressurreição na cruz.
Já o cheiro da magia natalina se faz sentir em cada canto.
Uma feliz época natalícia!

Ilda Pinto Almeida



(8) Paz na Terra

Glória a Deus nas alturas
Paz na terra aos homens!


Assim cantavam os anjos
Num coro celestial
Trazendo a bela notícia
Nessa noite de Natal

Tudo era paz, tudo era luz
Tudo era belo, tudo era simples
Na humildade daquela cabana
Onde nascera Jesus

Mas os homens não quiseram
A Sua paz aceitar
Preferiram guerras e morte
Pois não souberam amar

Mandai de novo teus anjos
Neste Natal, meu Senhor
Espalhar a Tua paz
Neste mundo tão sofrido
Tão necessitado de amor!

Maria do Rosário Cunha,
in "Na noite de Natal", Tecto de Nuvens, 2024


(9) Presente de Natal


Tecido à mão com paciência,
Comprado na loja de conveniência,
Embrulhado em papéis lustrosos
Ou enfiado em sacos jocosos
Sou o presente de Natal
E, como tal, sou especial!

Sou parte da decoração
Sou objecto de atenção
Por vezes, sou só obrigação…
Mas, quase sempre, parto do coração.
Sou é mesmo especial
Porque faço parte do Natal!

Acusam-me, alguns, de ser só comercial!...
Não sei porque pensam tal!
Sou parte de algo maior e melhor,
Iniciado por Baltazar, Gaspar e Melchior,
Pertenço ao aniversário do Salvador!
Sou o presente de Natal
E, insisto, sou especial!

Como podem não gostar de mim?
Como posso algum dia ser ruim?
Sou um símbolo especial
E devo ser visto como tal!
Sirvo de lembrança:
Da necessidade de manter a esperança.
Seja para não esquecer a caridade,
Seja para lembrar a amizade.

Sou um símbolo do Amor
No aniversário do Senhor!
Sou mais do que tradição,
Sou mensagem do coração:
“Neste mais um ano que vivi,
Eu nunca me esqueci de ti!”.

Portanto, neste Natal
Lembra-te que eu sou especial
Não é precisa grande ostentação
Basta que haja dedicação.
Serei o teu mensageiro
Mais valioso do que o dinheiro,
Para que em mais um Natal
Lembres ao próximo que ele é especial!

Teresa Cunha,
in "Na noite de Natal", Tecto de Nuvens, 2024

(10) natal uma vida do advento

vivemos e sonhamos,

numa vida de cores brancas,

num sol marinho

                        de asas ao vento,

tu natal não viestes só,

mas, dizem, numa manjedoura,

do advento,

                        se me levares contigo,

advento,

provo o natal com a força

                        das bolinhas de cores,

hei-de enfeitar a árvore de natal

com os sabores do advento,

em cada domingo

                         da vida sonhada.

joaquim armindo
10/12/2024

(11) Fotos do Natal do outro lado do Atlântico


 

Ilda Pinto Almeida juntou ao talento para fabricar estas prendas a criatividade de botões personalizados com a sua marca IPA.


E sempre a artista, convenceu estes guardanapos a serem árvores que enfeitarão a sua mesa da Consoada.


E partilha a primeira neve da temporada...

Ilda Pinto Almeida



(12) A Cláudia e os doces





A Cláudia é muito lambareira
E como criança que é só pensa em brincadeira
Brinca com as bonecas e deixa-as de qualquer maneira
Quando a mãe entra no seu quarto parece uma feira.
Pela altura do Natal anda sempre a rondar a cozinha
Enquanto a mãe confeciona os doces de gengibre
O cheiro é tão bom que os devora quando se apanha sozinha
Quando a mãe entra na cozinha grita: “Ai Deus me livre!”
Assim, vai para o quarto de castigo
Fechada na divisão só com um postigo
De onde consegue avistar as luzes de Natal
Tudo porque comeu todos os doces e se portou mal.
Quando termina o castigo fica amuada
Mas a mãe enche-a de abraços e de carinho
Sentindo-se imensamente amada
Vai logo à cozinha comer um gengibrezinho.

Aníbal Seraphim


4 comentários:

  1. Parabéns a todos os autores e felicidades neste natal 🎄
    Agradaram-me bastante estes três poemas pelo seu conteúdo de sensibilidade do que é esta fantástica época.
    (3) Cantiguinha de Natal
    (8) Paz na Terra
    Glória a Deus nas alturas
    Paz na terra aos homens!
    (9) Presente de Natal

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Muito obrigada. Foi-lhe atribuído o número 1, válido para o sorteio de dia 30 e para o sorteio final.
      Boas festas!

      Eliminar
  2. De facto a escolha é difícil porque as participações são de alguma forma tocantes. Tendo de escolher um, o voto vai para a "Cantiguinha de Natal", a participação nº 3, porque adorei a cadência musical que as palavras apresentam.
    Boas festas

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Muito obrigada. Por ser de escolha difícil é que no Calendário os prémios são por sorteio; mas é muito bom ter feedback e até partilhas sobre a forma de comentário. Foi-lhe atribuído o número 2, válido para o sorteio do dia 30 e para o sorteio final.

      Eliminar