domingo, 1 de junho de 2025

Infância: Desafio de Junho - TEXTO VENCEDOR -

 

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Este era um Desafio para ser respondido em prosa, em verso, em foto, numa frase, como entendessem. Podia ser uma memória própria, uma ficção, podia ser sobre a vossa infância ou um trabalho dirigido às crianças de hoje, a única condição é que começasse por: "Ser criança é..."
A partir do dia 1 de Junho (Dia Mundial da Criança) e durante todo o mês de Junho ficarão abertas as votações para o melhor trabalho.
Como habitualmente, as votações serão feitas usando a caixa de comentários (já sabem que tem moderação pelo que os comentários/votos não ficam visíveis de imediato), não há limite para o número de vezes que podem votar ou em quem votar, apenas se espera algum bom senso (e apesar de aceitarmos que no blogue as votações ficam anónimas, só validaremos os votos após recebermos por email a identificação do votante e forma de contacto, assim que lhe atribuirmos um número).

O prémio para o texto mais votado e para o comentário/voto sorteado será a colectânea infantil: "Contos Contados e Encantados". + 1 voucher com desconto de 10% em qualquer dos livros da "Colecção Petizes Felizes!". 




Terminadas as votações, queremos começar por agradecer as largas centenas de leituras e, sem sermos mal agradecidos, voltar a apelar a um pequeno esforço e juntar a essa leitura um voto.
E muitos parabéns à Ana Ferreira da Silva e ao seu texto: "Ser criança é..." (nº 2). Para além do livro "Contos contados e encantados" receberá também um voucher de 10%.
E agora atenção aos votantes, porque um deles (delas) também irá ganhar o mesmo prémio do texto vencedor.
Com poucos votantes por onde sortear, não recorremos a números externos, avançamos logo para o nosso fiel saco e depois de bem agitar, retirou-se o nº 1. Parabéns à Maria João Amaral Graça. Também para ela seguirá o livro "Contos contados e encantados" e um voucher de 10%.
Voltamos a encontrar-nos no dia 13 para mais uma edição dos Postais de férias, e muito mais, pelo nosso 18º aniversário.

(8) Ser criança é: «A Ilusão da Presença»

Ser criança é ser amada
E não apenas tolerada
É sentir-se compreendida
E nunca, mas nunca rejeitada

Uma criança tem de ser alimentada com amor
Beijos afetuosos e abraços sem peso nem medida
É mostrar-lhe o quanto é valorizada
Por uma família que a enche de calor
Com palavras e atitudes que a façam sentir-se querida
Fazendo-a acreditar que será sempre apoiada

Ser criança é ser acarinhada
E jamais ignorada
Muito menos, comprada
É uma preocupação e uma alegria constante
E quem julga que pilhas de brinquedos substituem a presença
E que amenizam a desilusão causada pela ausência
A esses, eu gostaria de dizer: «Tenham vergonha! O vosso filho é que é importante!»

Maria João Amaral Graça


(7) Ser criança é: «Memórias de uma Criança»

Ser criança é viver rodeada de amor verdadeiro. É ter a sorte de poder colecionar memórias inesquecíveis, como o aroma agradável de um bolo acabado de sair do forno, ou passar as manhãs dos fins de semana, sentada em frente à televisão a ver o "Mundo do Duende Verde" e o "Verão Azul". Ser criança é dançar nos braços do pai a melodiosa "Ballade pour Adeline", de Richard Clayderman e ter o privilégio de ouvir as histórias incríveis da mãe, passadas em terras de África, onde não faltavam acrobacias na avioneta do avô, mais o ski em águas repletas de crocodilos e as emocionantes caças às pacaças.
Ser uma criança feliz é olhar para trás, e dizer: «Onde quer que estejam, obrigada por terem sido meus pais».
Maria João Amaral Graça

(6) Ser criança é… Não querer ser adulto!

Ser criança é… Estar sempre com a cabeça no ar
Ser criança é… Estar sempre a gargalhar
Ser criança é… Estar sempre a pregar partidas
Ser criança é… Estar sempre a fazer coisas divertidas!
Recordo a minha infância com muita alegria
Lembro-me que vivia aventuras de noite e de dia
Até parecia que estava a viver num mundo encantado
Passava o dia a brincar até que a minha mãe me mandava fazer um recado.
Mas à noite o meu pai chegava a casa e vinha sempre zangado
Pregava que a vida de adulto era cheio de tristezas
Desligava a televisão e dizia-nos “nem um pio, tudo calado”
Mandava a minha mãe deitar-se porque de manhã ia trabalhar nas limpezas.
Acordava sempre com uma estranha sensação:
Porque é que de dia me divertia e à noite o medo me atormentava?
Porque é que as crianças podiam brincar e os adultos não?
Quando me deitava com o que é que a minha mente sonhava?
Sonhava que não queria crescer!
Sonhava que não queria ser um adulto sisudo!
Que queria brincar com os amigos até escurecer!
E continuar a rir-me por nada e por tudo!
Certo dia fui à praia e comecei a fazer um enorme buraco
Escavei tão fundo mas tão fundo
Que fui parar ao outro lado do mundo
Estava numa mata tão densa que pensava que era no Buçaco.
Mas não… Era um reino que punha as crianças a trabalhar
Em vez de brinquedos tinham uma picareta na mão
E batiam-lhes quando paravam de escavar
Pois extraíam ouro para enriquecer a “nação”.
Fugi o mais rápido que pude para não ser apanhado

Enfiei-me no buraco e fiz o caminho inverso
Quando cheguei à praia a minha irmã estava com ar apavorado
Disse-lhe para não se preocupar porque fui conhecer o Universo.
Como passava a vida a inventar histórias ela fingiu que acreditava
Chamou o salva-vidas para me mergulhar no mar
Dizendo que estava todo sujo e a ver se me limpava
Mesmo comigo aos berros a dizer que não sabia nadar!
Foi assim que aprendi a nadar com muito custo
Foi assim que aprendi o valor de ser criança
Foi assim que aprendi que o mundo pode ser injusto
Foi assim que aprendi a ser adulto com sentimento de justiça.



Aníbal Seraphim (texto e foto)


(5) Ser criança é...

Ser criança é isto
a liberdade é-o em si
liberta
ser criança é a liberdade manifesta

O resto é adulto


Manuel José



(4) SER CRIANÇA TAMBÉM É...

Estender as asas e voar:
Voar como um pardalito, como uma gaivota, como uma águia,
Acima da Terra do Nunca, do País das Maravilhas,
Da praia das férias grandes,
Da casa dos avós, lá na montanha onde pastam os rebanhos,
Ou apenas acima dos telhados das casas dos amigos;

Abrir um sorriso ao Sol
Como se fosse um girassol ou uma flor de trevo,
Dizer “olá!” à porteira, à porta da padaria, à porta do café,
Ao adulto que passa carrancudo
Fazendo-o sorrir,
Ao velhote sentado no banco do jardim
Fazendo-o sorrir,
Ao dia cinzento de maus agoiros de fome, guerra e tempestades
Fazendo-o sorrir num lampejo primaveril;

Mergulhar nas águas límpidas
Como um peixe-palhaço colorido,
Descobrir onde nascem as algas e os corais,
Brincar às escondidas com os outros peixes e os caranguejos
No rendilhado caprichoso dos rochedos,
Tocar nas anémonas elásticas e nas estrelas do mar,
E depois saltar mil saltos acrobáticos com os golfinhos
E ser amigo dos próprios tubarões;

Guardar tesouros sem preço numa caixa de fósforos:
Bicos de lápis de cor, saias de aparas,
Um parafuso minúsculo dos óculos de alguém que perdeu,
Uma pétala seca, o tostão da sorte,
Um botão desbotado, um clip dourado,

Uma ponta de cabelo, o afia prateado...
Nada mais cabe, a caixa nem abre!

Ser criança é sonhar

Todos os sonhos bonitos que alguém já sonhou,
Agarrando-os às mãos-cheias e de novo sonhando-os
Com toda a pureza do coração.

Ana Ferreira da Silva

(3) Ser criança é:


Ser criança é: falar de curiosidade, inocência, liberdade, alegria, imaginação, criatividade, vulnerabilidade e proteção.

Criança são olhos curiosos

mente aberta
na descoberta do cosmos
sem medo, ou vergonha
numa alegria inocente, sem ronha

Dom precioso que lhes permite
ver o mundo com frescura
na criatividade que flui
sem limites ou fronteiras
numa imaginação que voa
sem barreiras
Ilda Pinto Almeida

(2) SER CRIANÇA É...


Ser polícia, ser ladrão,
Trepar à árvore do jardim,
Sempre em grande animação,
Sonhar mil sonhos sem fim.

É ouvir num búzio do mar
A canção de uma sereia;
É um caranguejo apanhar
P’ra soltar na maré cheia.

Saber contar até dez,
Fazer letras redondinhas;
Meter as mãos pelos pés
Nos nomes de reis e rainhas.

É ter quem cuide de nós,
Ter quem muito bem nos queira;
É ter irmãos, pais, avós,
E anjo da guarda à cabeceira.


Ana Ferreira da Silva


(1) Ser criança é...


É colocar as emoções dos 5 anos no papel com tanta qualidade que ainda faz vista mais de 60 anos volvidos. - Um agradecimento especial à autora por este mergulho no baú (literal) das recordações. -


Ana Ferreira da Silva

13 comentários:

  1. Boa tarde. O meu voto vai para o texto nº 4 de Ana Ferreira da Silva. Gostei bastante do ritmo que o texto tem, além da criatividade. Maria João Amaral Graça

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    1. Muito obrigada. Foi-lhe atribuído o número 1. Temos os seus dados em arquivo.

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  2. (2) SER CRIANÇA É...
    Parabéns

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    1. Muito obrigada. Foi-lhe atribuído o número 2. Temos os seus dados em arquivo.

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  3. O meu voto vai para Ser Criança (3) da Ilda Pinto Almeida. Ser criança é mesmo assim, com liberdade, inocência e criatividade.

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    1. Muito obrigada. Foi-lhe atribuído o número 3. Temos os seus dados em arquivo.

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    2. Mais uma vez obrigada pela participação e pela escolha

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  4. O meu voto vai para o poema 2 de Ana Ferreira Silva

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    1. Muito obrigada. Foi-lhe atribuído o número 4. Para podermos validar o seu voto necessitamos que nos envie um email com os seus dados para o endereço geral@tecto-de-nuvens.pt ou para tectodenuvens@hotmail.com. O assunto do seu email deverá ser: "Votante nº 4".

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  5. Muito obrigada. Foi-lhe atribuído o número 5. Temos os seus dados em arquivo.

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    1. O voto a que damos resposta foi apagado já depois das votações encerradas e, naturalmente, depois de validado, até porque estava identificado.
      Voltamos a apelar a quem vota que não apague os votos, é uma imbecilidade incompreensível e que desvirtua todo o processo. Votaram, está votado. Votaram mais vezes do que o que pretendiam, paciência, não há limites para os votos e aumentam a vossa possibilidade de ganharem um prémio.
      Naturalmente, depois do voto apagado não o podemos considerar para prémio...

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  6. Escolha muito difícil dada a qualidade. Nº. 2 e Nº. 3 estão empatadas... Voto no 2 com uma menção honrosa ao 3 :)

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    1. Muito obrigada pelo seu voto. Não pode ser validado porque o prazo já terminou. Mas fica o consolo de saber que mesmo sem validar o seu voto, o texto 2 acabou vencedor.

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