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(Digressão
"Rota das Comunidades Terapêuticas", 2024) |
Já dispensa apresentações a Ilda Pinto Almeida, até porque já a entrevistamos, mas gostamos sempre de falar com ela acerca de novos projectos.
Desta vez fala-nos sobre o livro "Todavia eu me alegrarei -
Pensamentos, ideias e reflexões sobre a vida - Vol. II" (que foi o livro vencedor do nosso voucher de aniversário) e também "Leonor e o robô Topap". Voltamos a dar
os parabéns à autora e deixamos que seja ela a falar, de voz própria e na primeira pessoa:
Conte-nos como e porquê resolveu escrever estes livros e qual a importância que eles têm em termos de potenciais livros futuros? Isto é, temos aqui um volume II, será que vai haver um III? E não digo que a Leonor volte, mas este abordar de questões tão importantes e tão contemporâneas, ainda que para um público mais jovem, é para continuar?
Escrever estes livros foi uma jornada pessoal muito interessante, onde encontrei significado e propósito. Com a aceitação pelos leitores do I Volume de “Todavia eu me alegrarei, pensamentos e reflexões”, percebi que havia necessidade de continuar a explorar o tema. E depois eu tenho a mania de andar sempre a escrevilhar pequenos pensamentos que me surgem de alguma situação que assisti, e que por sua vez ao escrevê-los, também me ajuda a libertar do que vi ou ouvi. A aceitação do público foi um incentivo para continuar a criar conteúdo que inspire e eduque. Já com a “Leonor e robô Topap” quis abordar questões tecnológicas e de responsabilidade de forma acessível e interessante para os jovens. Quanto à continuidade, não posso prever o futuro, mas gostaria de continuar a criar conteúdos que inspirem e eduquem. Se houver um volume III, dependerá do público e da inspiração que Deus me dê. É importante continuar a semear sementes do conhecimento e responsabilidade nos jovens, para que eles possam crescer e se tornar líderes conscientes e comprometidos com o futuro do planeta e da sociedade.
Qual é a sensação que tem ao ver, agora, os seus livros nas mãos? Um é um projecto mais amadurecido, mas o outro foi quase uma provocação, ao que julgo saber, e que depois se tornou numa espécie de colaboração entre avó e netos, é isso?
É uma satisfação enorme, mas também uma responsabilidade. Embora o livro de pensamentos e reflexões seja um projecto com mais tempo, continuo a sentir o compromisso de semear as sementes que levem paz, amor e gratidão, tentando levar ao leitor positividade em todas as coisas . O livro mais juvenil é uma história que nasceu de uma brincadeira, mas rapidamente se tornou um desafio mais sério e responsável. Acredito que é fundamental alertar os mais novos para as questões tecnológicas e ambientais, pois são eles que vão moldar o futuro e é claro que os meus quatro munchkins* foram o sol da inspiração, ou não fossem elas e ele os opinadores sem papas na língua 😊
*"pequeninos”
Fale-nos um pouco sobre estes estes dois livros.
Depois de "As travessuras do Nino" em 2021, “ O Daniel e a cadelinha Azeitona” em 2022 e “O segredo do Carvalhal”, em 2023, volto com uma nova história que promove a amizade, a colaboração e a responsabilidade. Desta vez, apresento uma aventura que une pessoas e tecnologia, mostrando como podemos trabalhar juntos para alcançar objetivos comuns. É uma obra de ficção que nasceu da minha imaginação e da colaboração dos meus quatro netos. E, claro, não posso deixar de mencionar a capa, uma ilustração incrível da Mariana Manaia! Quanto ao livro “Todavia eu me alegrarei” tal como o volume I, a capa foi feita a partir de uma ilustração do quadro "Hearts" de minha autoria. Com a diferença apenas na cor do lettering e da lombada que é lilás. Segundo os entendidos o lilás simboliza a cor do sentimento, e este livro de bolso, é escrito com sentimento, associado à Paz, Serenidade, Amor , Equilíbrio e Espiritualidade. Um livro para todos.
Existe alguma parte do livro, ou dos livros, em particular, que goste mais. Porquê?
Não. Eu sou sempre muito cautelosa em dizer aquilo que gosto mais ou menos. Eu vejo um livro como um filho, portanto há sempre coisas diferentes que nos fascinam em certo momento e em outras fazes o sentimento pode exercer uma outra tendência.
Indique as razões pelas quais aconselharia as pessoas a ler os seus livros? O que acha mais apelativo neles?
Isto de vender o meu próprio peixe, é um pouco subjectivo! Os livros são muito diferentes. Um aborda a emoção, o alento, o afeto, etc e o outro , embora seja uma ficção, traz questões tecnológicas atuais. Mas acho que o livro de pensamentos é uma óptima companhia em qualquer ocasião, pois traz uma palavra de aconchego, força, não escondendo um sorriso nos lábios de vez em quando . A Leonor e o Topap é um livro com conteúdo de grande importância abordando temas contemporâneos, que penso ser de grande qualidade para os jovens.
“Leonor e o robô Topap”, sem querer revelar demasiado, aborda uma questão que tem afectado não só muitos empregos (no sentido de se substituírem às pessoas), mas que tem tido particular efeito (negativo em vários níveis) sobre artistas das mais variadas áreas, incluindo as duas em que se movimenta: a escrita e a arte plástica. – Fale-nos um pouco sobre isto e se, de alguma forma, teme pelo seu trabalho. Por outro lado, se me é permitido observar, a mensagem que tentou passar, se não é positiva, pelo menos apela ao equilíbrio. Fale-nos sobre isso.
É legitimo o receio em relação ao impacto da IA, dos robôs. Posso constatar em artigos e até em pequenas conversas a incerteza sobre o futuro do trabalho, da criatividade e a necessidade constante de adaptação a novas tecnologias. Mas eu também acredito num equilíbrio. As tecnologias são necessárias, mas devem ser acompanhadas por legislação apropriada para que esse equilíbrio aconteça. Não estou muito preocupada com a questão do efeito negativo artístico. Acredito que pode ser uma ferramenta interessante. Não há máquina que possa substituir o sentimento , ou o olhar humano.
E falando em positivo, o volume II do seu livro continua a ser um manancial de reflexão, de positivismo, de alegria. Teve a experiência de estar em contacto com os leitores e de receber o seu feedback (incluindo que este segundo volume viesse cá para fora o mais rápido possível). Fale-nos dessa experiência (os leitores do blogue já sabem qualquer coisa de alguns artigos que postámos). Vem aí outra digressão?
Foi uma experiência incrível visitar estas comunidades terapêuticas de dependências e lares e compartilhar o meu livro com aqueles que mais necessitavam de uma palavra de ânimo. Apesar do desafio, a confiança em Deus e a generosidade das pessoas que me apoiavam traziam-me tranquilidade. A Rota das Comunidades Terapêuticas, como foi batizada, foi uma jornada emocionante e gratificante, com palestras e entregas de livros que trouxeram momentos de reflexão e alegria. Valeu a pena cada momento, e estou grata pela oportunidade de ter podido compartilhar a minha mensagem com aqueles que mais precisam de uma palavra de alento e uma mensagem de esperança. Estou certa que em breve irá ser distribuído o volume II por lugares semelhantes.
Voltando ao livro “Leonor e o robô Topap”, tem alguma coisa a desabafar sobre editoras chatas? Talvez substituí-las por algum robô a que possa tirar a bateria…
LOL. As editoras, penso eu, trabalham mais ou menos todas da mesma forma. São chatas? Sim. Às vezes são a pain**! Mas espero que não sejam substituídas por robôs, porque, no meu caso, gosto imenso de conversar com a diretora editorial. Há coisas que para mim nunca devem mudar, que é sentir uma voz humana do outro lado da linha. Mas também acho que as editoras deviam dar mais apoio publicitário.***
**Dor (da expressão "pain in the butt" - dor no traseiro)
***Troca de significados, a pergunta era sobre a pessoa que editou e reviu o livro (que foi particularmente exigente com a mecânica do robô), "editora", mas a parte final da resposta é sobre a casa comercial que publica livros, "Editora". Naturalmente "comercial" e "dar" não são compatíveis. E só se vende aquilo que as pessoas querem comprar...
Não resisto a perguntar: como é que vai de novos projectos? (Ou de velhos projectos a aguardar vez…).- Pergunta marota, pois sabe-se a resposta, mas talvez queira levantar a ponta do véu…
Esta pergunta… it’s not fair 😊! Pois o velho projeto parece finalmente ter encontrado o caminho para o brilho do dia. Uma intenção há muito no meu coração que tem estado guardada à espera de oportunidade. A coisa boa que este projecto tem, é de nunca se perder no tempo, mas não vou revelar mais. Outros estão nos ficheiros a gritarem por papel e ainda há os que saltam em apontamentos.
Finalmente, sei que tem muitos projectos, muitas ideias, muitas propostas, mas que também esbarra, com frequência, em estranhos obstáculos que atrasam ou param o desenvolvimento das coisas. Quer fazer algum apelo aos leitores do blogue? Há alguma área em que a sociedade civil lhe possa dar uma mãozinha?
Gostaria de fazer um apelo aos leitores do blogue e das minhas redes sociais para ajudarem a divulgar o meu trabalho e a dar visibilidade aos temas importantes que abordo nos meus livros. A publicidade boca-a-boca é uma das forma mais eficazes de promover um livro, e é fundamental que os leitores se sintam motivados a partilhar as suas experiências e opiniões, deixando também recomendações nos websites das livrarias online.
Infelizmente, tenho enfrentado obstáculos e desafios ao tentar promover os livros e até a arte, especialmente em termos de apoio institucional e reconhecimento local. É desanimador ver que o trabalho feito não é valorizado ou reconhecido. Penso que sou uma pessoa esforçada e gosto de caminhar em direção ao objetivo. Dou graças a Deus por ter as condições de caminhar com os meus projetos, porque muitos há que não podem avançar. E o mais triste é saber que os próprios meios públicos não valorizam o que têm localmente ou no país. Ainda há pouco tempo estive em Portugal e fui às bibliotecas entregar alguns exemplares e saber qual o procedimento para falar dos meus livros. Encontrei simpatia, e muita falta de autonomia nas respostas. Gostaria de mais uma vez pedir aos leitores para que possam apoiar na divulgação. “Leonor e robô Topap” é um livro que trata de temas relevantes para a sociedade, nas áreas do meio ambiente, proteção civil, defesa de recursos naturais, etc., enquanto o livro de pensamentos está mais virado para a área da assistência social. Acredito que juntos podemos fazer a diferença e promover uma cultura de responsabilidade e cidadania ativa. Se houver interesse em colaborar ou apoiar a promoção destes livros, estou aberta a sugestões e propostas. A união faz o leão deitar-se com fome.
A autora não o menciona, mas tem pedidos para envio de livros e material de escrita e de desenho para partes remotas do Brasil e para países dos PALOP, acontece que a logística é complicada, se alguém souber como ajudar, agradece-se a colaboração.
Pode encontrar mais informações sobre o livro aqui.
Já há vendas nas principais livrarias online, nacionais e internacionais.
Brevemente será alvo de campanha promocional própria.
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