Terminadas as votações, os nossos agradecimentos a todos os leitores que votaram, já temos um texto vencedor. Os nossos parabéns vão para Maria Lucília Teixeira Mendes que foi a mais votada com o conto "A menina que voava". O conto "O fabuloso segredo do sr. Bonifácio", de Pedro Forte, ficou em em segundo lugar e o conto "As travessuras do Nino", de Ilda Pinto Almeida, ficou em terceiro.
Colados ao pódio ficaram "O Mistério do Bosque Amarelo" e "O Baloiço", respectivamente de António Jesus Cunha e Manuel José Martins.
Os prémios serão entregues na próxima semana.
Aos votantes lembramos que devem estar atentos ao sorteio do Totoloto do próximo sábado, dia 3, e ver se o número de participação que vos foi atribuído é igual (ou tem a mesma terminação) do número da sorte.
De um modo geral deixamos ficar aqui a totalidade do texto vencedor, mas dada a extensão do conto deixamos apenas um aperitivo...
A Menina que voava
Era uma vez… Uma vez, não. Muitas! Aconteceu muitas vezes!
Ora bem. Se todas as histórias têm que começar por “era uma vez” vamos, então, começar pelo princípio:
Era uma vez uma menina de pernas altas e magrinhas e um grande laçarote de seda branca no alto da cabeça a atar-lhe um punhado de cabelos, ainda louros, que lembravam o repuxo de uma fonte.
A menina vivia numa casa pequenina feita em tabique, porque quando o avô a construiu, ainda não havia tijolos. A casa tinha um quintal pequenino para onde se entrava através de uma porteira em madeira que as chuvas de todos os invernos tornaram carunchosa e cinzenta. Do lado de fora, o alto da porteira ostentava uma ferradura ferrugenta pregada com grandes pregos igualmente ferrugentos e de cabeça dobrada.
(...)
Voou por cima dos caminhos. Voou por cima das casas. Voou por cima dos ribeiros e das poças de água. Voou por cima das árvores e das terras quase prontas para a ceifa. Cada vez voava mais longe! Cada vez voava mais alto! Cada vez voava mais rápido! Sempre de pés juntos, pernas unidas, braços abertos. E, o que era ainda mais admirável, voava sempre de pé! Outra coisa inexplicável: ela era a única que conseguia tal proeza! Mais ninguém era capaz de voar!
(...)
Surgiu uma nova era: a era do amor!
A menina, repleta de vida, sorveu cada partícula de ar puro. Sempre mais puro. Todos enchiam os pulmões. De graça! Os ventiladores enferrujaram e foram para reciclagem. As máscaras desfizeram-se.
E ela voltou a voar. Cada vez mais alto. Cada vez mais longe!...
E nunca, nunca mais voou sozinha.
Ora bem. Se todas as histórias têm que começar por “era uma vez” vamos, então, começar pelo princípio:
Era uma vez uma menina de pernas altas e magrinhas e um grande laçarote de seda branca no alto da cabeça a atar-lhe um punhado de cabelos, ainda louros, que lembravam o repuxo de uma fonte.
A menina vivia numa casa pequenina feita em tabique, porque quando o avô a construiu, ainda não havia tijolos. A casa tinha um quintal pequenino para onde se entrava através de uma porteira em madeira que as chuvas de todos os invernos tornaram carunchosa e cinzenta. Do lado de fora, o alto da porteira ostentava uma ferradura ferrugenta pregada com grandes pregos igualmente ferrugentos e de cabeça dobrada.
(...)
Voou por cima dos caminhos. Voou por cima das casas. Voou por cima dos ribeiros e das poças de água. Voou por cima das árvores e das terras quase prontas para a ceifa. Cada vez voava mais longe! Cada vez voava mais alto! Cada vez voava mais rápido! Sempre de pés juntos, pernas unidas, braços abertos. E, o que era ainda mais admirável, voava sempre de pé! Outra coisa inexplicável: ela era a única que conseguia tal proeza! Mais ninguém era capaz de voar!
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Surgiu uma nova era: a era do amor!
A menina, repleta de vida, sorveu cada partícula de ar puro. Sempre mais puro. Todos enchiam os pulmões. De graça! Os ventiladores enferrujaram e foram para reciclagem. As máscaras desfizeram-se.
E ela voltou a voar. Cada vez mais alto. Cada vez mais longe!...
E nunca, nunca mais voou sozinha.
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