quarta-feira, 15 de junho de 2022

Dulce Sousa, autora, em entrevista

 

Para quem é leitor habitual dos nossos "Desafios" (e são muitos), o nome Dulce Sousa é muito familiar. Tem participado activamente neles com textos (maioritariamente em verso) e com fotografias. Nos Desafios com votação do público tem sido uma vencedora habitual, indicando que o seu estilo, o modo como aborda as temáticas são do agrado dos leitores.
E também para os leitores das nossas colectâneas (se ainda não são leitores, aproveitem, estão a perder coisas boas), e vamos ter uma a sair já a 13 de Julho para o nosso 15º aniversário, é um nome reconhecido e apreciado (leia-se votado).
Resolvemos, pois, satisfazer a curiosidade dos leitores dando-lhes a conhecer esta professora (já aposentada) por vocação e poeta por inspiração.

Dulce Sousa, 64 anos, por voz própria:


  Conte-nos como e porquê começou a escrever, por paixão ou por necessidade?

A escrita sempre fez parte da minha vida. Escrever adveio da necessidade de libertar a alma. Surgiu esse gosto desde jovem e mantém-se principalmente ao nível da poesia que é a minha paixão principal. Brota de forma natural, em determinados momentos.
Sinto-me emocionalmente “tocada” por diversas situações, sejam de alegria, tristeza, êxtase e aí, a urgência impõe-se e quase sem pensar, as palavras jorram naturalmente.

 Qual o papel que a escrita ocupa na sua vida?

Considero a escrita como “um amigo” pronto a receber a minha dádiva, sem avaliações. É, sem dúvida, a libertação do espírito. Através dela, reorganizo as minhas ideias e dialogo com o papel, esse amigo, que vai absorvendo os sentimentos múltiplos que me assolam.
A escrita é pura libertação.

   Sempre sonhou publicar um texto num livro/participar em atividades literárias?

O meu principal objetivo é escrever pelo facto do prazer que aí reside e não pela publicação. Além de publicar dois livros de poesia, colaborei com textos escritos no Jornal “A Voz de Chaves”, “Fórum” Galaico-Transmontano, Círculo de Estudos e Divulgação, Revista “Família Cristã”. Sempre escrevi histórias para os meus alunos como forma de os motivar para a leitura e escrita. Estabeleci no horário escolar a “Hora do Conto”, com dinâmicas diversificadas, explorando a imaginação e a criatividade dos alunos. Criei uma página no Jornal “A Voz de Chaves” onde semanalmente era publicado o melhor conto ou poema, com a identificação do aluno/autor. Dinamizei oficinas de escrita em diversas escolas do Agrupamento de escolas, ao qual eu pertencia, enquanto professora.

   O que significa para si ter o texto favorito dos leitores?

Penso que ter um texto favorito por parte dos leitores é algo agradável, pois é de algum modo ser reconhecido por aquilo que escrevo embora, para mim, não seja o principal objetivo. Escrever, sim, é o que realmente importa porque é no ato criativo e individual que eu sonho e me realizo.  O reconhecimento é um acréscimo.

   Tem algum projecto a ser desenvolvido, actualmente? Pensa publicar mais algum livro? Continua a sentir vontade de escrever?

Sim. Tenho um projeto em prosa iniciado que virá a ser publicado.
Penso que quem escreve por paixão, sempre continuará a fazê-lo, ainda que não publique tudo aquilo que escreve. Escrevo há largos anos, mas não sentia o apelo de publicar, de expor os meus sentimentos, porque a poesia brota de sentires intrínsecos que precisam voar.

Fale-nos um pouco sobre o seu estilo de escrita.

A minha tendência e gosto é sem dúvida a poesia. Surge genuína e de modo repentino, consoante a emoção do momento. Aí escrevo mesmo o que me vai na alma, o meu sentir. Os livros que publiquei contêm poesia muito intimista. Por vezes é preciso coragem para nos desnudarmos perante quem nos lê.
Em prosa gosto de escrever histórias infantis e artigos de opinião, alguns deles publicados.

  Indique as razões pelas quais aconselharia as pessoas a ler os seus textos? O que acha mais apelativo nos seus textos?

Os textos de opinião supracitados englobam a problemática da educação no nosso país e logicamente em contexto escolar. Como tal, têm como objetivo fazer refletir as pessoas sobre a realidade que tão bem conheço, e da qual faço parte, procurando levar à consciencialização e desse modo, vislumbrar caminhos que levem à mudança, de si, tão necessária. Logo, seria uma razão muito válida e apelativa para os aconselhar a ler.

  Qual é o seu estilo de escrita ou que tipo de mensagem gosta de passar no que escreve?

Posso dizer que a poesia faz parte de mim, é o meu principal estilo de escrita.
Gosto de passar a exuberância daquilo que me invade quando escrevo poesia.

  Não publicou connosco, mas já publicou livros, são dentro do estilo referido anteriormente? A publicar mais também serão do mesmo género ou tem outros projetos em mente?

Sim. Já publiquei dois livros de poesia. Tenho imensa poesia escrita ao longo do tempo, em sebentas, que guardo religiosamente, mas limitei-me a publicar a mais recente.
Tenho um projeto em prosa que, de momento, está em standby, por falta de tempo.

  Qual o papel das redes sociais na vida e na divulgação da obra de um autor? E na sua?

As redes sociais são importantes, mormente quando o objetivo do escritor é dar a conhecer a(s) suas obras.
Na minha vida, em particular, não considero relevante porque quase não as utilizo com essa finalidade.

  Gosta de ler? Que tipo de leitor é que é?

Adoro ler bons livros. Leio diferentes obras de diversos autores. E quando aprecio um determinado autor, vou atrás da sua obra e leio todos livros publicados.
A leitura permite-me viajar, superar às vezes momentos de desânimo, ajuda-me a relaxar. Assim, tenho sempre dois livros na mesa de cabeceira que leio ao mesmo tempo, ora um, ora outro, conforme o meu estado de espírito do momento.
Por vezes um livro, uma simples frase nele contida leva-me a reflexões profundas e dá-se um “clique” em determinado momento da minha vida.
A leitura é o alimento do espírito. Assim penso.


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Na areia de uma praia qualquer


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E brevemente:

As 15 Primaveras


6 comentários:

  1. Parabéns e muitas felicidades para esse novo trabalho

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  2. Há que continuar. Se lhe é possível, solte a gaveta.

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  3. Parabéns professora Dulce Sousa. Gostei muito do seu poema. É um poema muito inspirador. Desejo que continue a abrir essa alma cheia de amor e inspiração.

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