A escrita entrou
na minha vida aos quinze anos, quando comecei a escrever poemas rimados sobre o
que observava à minha volta, mantendo sempre esse registro até entrar na
faculdade, onde, felizmente, conheci as
crônicas de António Lobo Antunes, na disciplina de Literatura Portuguesa, cuja escrita
sarcástica e crítica em relação a situações do quotidiano me deixou
completamente rendida e com vontade de escrever as minhas próprias crónicas.
Apesar de ter escrito muitas, guardadas até hoje na gaveta, foi somente aos
vinte e três anos, quando tive a minha filha, que me interessei verdadeiramente pela escrita ficional. O que
eu gosto mesmo é de criar personagens, tramas, inventar diálogos, escrever uma
história com um princípio, um meio e um fim, que possa ser apreciada por outras
pessoas. Sejam histórias infantis, de suspense, ou mesmo de terror, eu adoro um
bom desafio.
⮞ Qual o
papel que a escrita ocupa na sua vida?
Eu escrevo todos os dias. Mesmo que não esteja com nenhum texto em mãos
para participar em algum concurso literário, ocupo-me com o Blogue - https://mariajoaoamaralgraca.wixsite.com/aquihahistorias/blog ou com a página que criei no Instagram - https://www.instagram.com/mariajoaoamaralgraca/
. Eu adoro qualquer trabalho que exija o uso da escrita, misturada com a
criatividade.
⮞ Sempre
sonhou publicar um livro? /Publicar um texto num livro?
Sim. Eu tenho esse
sonho desde que comecei a escrever histórias. Adorava ver uma obra minha
exposta na vitrine de uma livraria, um dia. Penso que é o sonho de qualquer
escritor, o de partilhar com outras pessoas um pouco de si próprio, que é
revelado através da sua imaginação.
⮞ Qual é a
sensação que tem ao ver, agora, o livro nas mãos?
De missão
cumprida. A sensação de que me comprometi a realizar algo, e que levei esse
compromisso até ao fim.
⮞ Tem algum
projecto a ser desenvolvido, actualmente? Pensa publicar mais algum livro?
Continua a sentir vontade de escrever?
Eu tenho sempre
vontade de escrever. Tudo à minha volta me dá ideias, seja uma passagem de um
filme, ou o excerto de um livro que esteja a ler no momento, ou situações que
acontecem quando vou à rua, conversas que ouço à minha volta. Atualmente, estou
a escrever contos para participar em concursos que vão abrir ou que já estejam
a decorrer, e estou a escrever um conto para submeter à Fábrica do Terror. E,
claro que desejo voltar a publicar um livro, se entretanto surgirem
oportunidades.
Ao escrever os textos “Chico, o Bom
Samaritano” e “Ester, o Anjo do
Orfanato" tentei que ambos passassem uma mensagem importante, a de que
deveria existir mais empatia entre crianças, o que, infelizmente, não acontece
nos dias de hoje, por diversas razões. Nunca é demais realçar a importância da
bondade, da humildade e da generosidade,
princípios que deveriam ser sempre seguidos nas escolas, ou outras
instituições, embora saiba que é a função dos pais incutir nas crianças esses
valores. No caso de “Chico, o Bom Samaritano” resolvi criar uma história que
certamente deverá acontecer com imensas crianças nas escolas do mundo inteiro,
que por terem menos que as outras sofrem bullying por parte dos colegas,
incapazes de se colocarem na pele de quem menos tem. Já em “Ester, a Anjo do
Orfanato”, tentei mostrar através de uma criança de 12 anos, que aqueles que
têm a sorte de serem abastados deveriam ser mais generosos, ajudando os mais carenciados. Graças a Deus,
existem muitas pessoas que o fazem, contudo, nunca é demais lembrar que devemos
ser bondosos e generosos para com os outros.
⮞ Existe alguma parte do texto, em
particular, que goste mais. Porquê?
No caso de
Chico, o Bom Samaritano é a parte final que diz “é bom fazer o bem ao próximo, todavia, é ainda mais gratificante
observar a felicidade de quem é ajudado”. Eu própria já tive essa sensação,
e é maravilhosa. Sentimo-nos bem ao ajudar quem necessita, porque assim o
devemos fazer, caso tenhamos essa possibilidade, e sem estarmos à espera, a
pessoa retribui com lágrimas de gratidão. É porque tocamos o coração da pessoa,
e isso é indescritível. Já no texto de Ester, o Anjo do Orfanato, gostei
bastante do papel da avó Madalena na história, e como a revelação do seu triste
passado contribuiu para alterar a forma de pensar do filho. Às vezes, julgamos
primeiro e só depois é que ouvimos, quando deveria ser o contrário.
⮞Indique
as razões pelas quais aconselharia as pessoas a ler o seu texto? O que acha
mais apelativo no seu texto?
Tive imenso prazer em escrever ambos os
textos, porém, confesso que gostei bastante mais de Ester, a história de uma
menina pobre, que de um momento para o outro, vê-se rodeada de luxos com que
nunca sonhou. E, ao invés de se adaptar à sua nova vida, ela não descansa
enquanto não encontra forma de melhorar também a dos seus amigos no orfanato. A
minha intenção talvez fosse mostrar que a ajuda vem de quem menos se espera, e
no caso de Ester, vem de uma avó que escondia um passado bem triste, e que foi
obrigada a revelá-lo para ajudar a sua neta adotiva.
⮞ Qual é o seu estilo de escrita ou que tipo de mensagem
gosta de passar no que escreve?
Considero que
ainda não encontrei o meu estilo, aquele que possa dizer “É Meu”. Sei que cada
escritor escreve de forma diferente, contudo, ainda estou naquela fase de
aprendizagem, em que me limito a dar vida às minhas histórias, seguindo a voz
de um ou outro autor com quem me identifico mais. Adoro qualquer desafio de
escrita, seja para adultos ou crianças, apesar de me sentir mais inclinada para
a escrita de horror/terror, talvez consequência do meu fascínio pelo
sobrenatural. Mas acredito que também eu
hei-de encontrar a minha própria voz literária.
⮞ Qual o papel das redes sociais na vida e na divulgação da
obra de um autor? E na sua?
⮞ Gosta de ler? Que
tipo de leitor é que é?
Desde sempre que os feitos dos heróis e heroínas foram divulgados,
contados e recontados; celebrados, perpetuados sob inúmeras formas (…) O nosso
propósito é fazer algum paralelo entre as situações vividas pelas personagens
bíblicas e aquela que pode ser a vida de “personagens contemporâneas”;(…) os
contos foram enriquecidos com as ilustrações da Melissa de Aveiro.
Livro disponível nas principais plataformas nacionais e internacionais e na nossa loja online.
Pode encomendar enviando email para loja@tecto-de-nuvens.pt
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