terça-feira, 30 de abril de 2024

Laura Ramos, autora do conto "Pedro regueifas e o sonho que muda tudo - José do Egito -", em entrevista



Laura Ramos foi uma das autoras cujo trabalho concorreu ao nosso Prémio de Conto Infanto/Juvenil, 2023, teria também direito à publicação do mesmo na colectânea "Heróis e Heroínas da Bíblia - Como tu", contudo já tinha dado outro destino ao conto e, muito gentilmente, acedeu a escrever um novo conto para  essa colectânea:  "Pedro regueifas e o sonho que muda tudo - José do Egito -". 

Mantendo o que parece ser o standard de entre os nossos autores, também esta viseense, de 55 anos, tomou o gosto pela escrita ainda muito nova.
Para esta colectânea escolheu abordar um tema muito sério e muito actual tendo por inspiração a história de José do Egipto.
Mas deixemos que seja a autora a explicar como casou tão bem o antigo e o contemporâneo para transmitir a sua mensagem. Laura Ramos, de voz própria e na primeira pessoa:

Conte-nos como e porquê começou a escrever, por paixão ou por necessidade?
 
Comecei a escrever aos onze ou doze anos de idade, por paixão. Comecei pela forma em poesia.
 
Qual o papel que a escrita ocupa na sua vida?
 
Continuo a escrever porque realmente a escrita tornou-se uma paixão, mas trata-se de um hobbie e não um modo de vida.
 
Sempre sonhou publicar um livro? /Publicar um texto num livro?
 
Não. Durante muito tempo, escrevia porque tinha o impulso de escrever, sem qualquer objetivo específico, mas apenas fazer uma atividade que me encantava.
Só muito mais tarde, ocorreu-me a ideia de transformar uma história num livro.
 
Qual é a sensação que tem ao ver, agora, o livro nas mãos?
 
É sempre uma grande satisfação sentir que uma história teve força suficiente para se transformar num livro e ver a obra acabada com uma forma concreta e a capa torna-se realmente importante para a identificação da história e o seu simbolismo.
 
Tem algum projecto a ser desenvolvido, actualmente? Pensa publicar mais algum livro? Continua a sentir vontade de escrever?

Sim. Tenho em vista a publicação de novo livro. Quem gosta muito de escrever, acaba sempre a tropeçar numa história nova.
Em todo o caso, não faço grandes projetos, pois só escrevo aquilo que realmente me apetece e quando me é possível, sem me obrigar a ter qualquer ritmo de publicações, designadamente por não viver da escrita.
Escrevo quando me parece ter uma inspiração que merece descer ao papel e que seria imperfeito não lhe dar voz.
 
Fale-nos um pouco sobre o(s) seu(s) texto(s)
 
De momento, quero levar a cabo um livro que será um pequeno romance, uma história que tem por pano de fundo a incerteza sobre o futuro diante da instabilidade da natureza. Atraem-me os temas relacionados com a época de transformações que a Humanidade atravessa atualmente.
O conto que escrevi trata da questão do bullying e retira esperança de um texto bíblico porque a Bíblia tem histórias de vida inspiradoras e que dão ensinamentos. Tentei dar corpo a uma história que retrata uma situação de que hoje se fala muito e que atinge crianças e jovens, mas sempre com referência ao episódio bíblico de José que não se deixou abater pelos tratos perversos que recebeu dos próprios irmãos e acabou por beneficiar a longo prazo de um contexto inicialmente negativo.
 
 
Existe alguma parte do texto, em particular, que goste mais. Porquê?
 
Em qualquer livro que escreva, existem sempre partes que dão mais prazer escrever do que outras. Poderá ser por serem passagens mais inspiradas da história, quer do ponto de vista dos acontecimentos, quer do ponto de vista da exploração das frases e palavras.
 
Indique as razões pelas quais aconselharia as pessoas a ler o seu texto? O que acha
mais apelativo no seu texto?
 
É um pouco difícil responder a esta pergunta, mas talvez a atualidade dos assuntos que servem de pano de fundo, a visão possível sobre o mundo contemporâneo.
Torna-se difícil ter uma visão objetiva sobre aquilo que escrevo, nomeadamente por ser difícil ter o necessário distanciamento, mas posso dizer que algumas passagens são particularmente inspiradas.
 
 Qual é o seu estilo de escrita ou que tipo de mensagem gosta de passar no que escreve?
 
Eu gosto de experimentar a conjugação de palavras aparentemente incompatíveis ou criar/dar vida a palavras ou situações aparentemente inertes.
Normalmente, há sempre um pano de fundo espiritual ou de análise da vida e das pessoas. Há sempre alguma personagem mais dada aos mistérios ou à religião. Outras vezes, como já aconteceu, escrevo para tentar perceber o mundo como ele se apresenta ou como ele pode ser visto.
 
Qual o papel das redes sociais na vida e na divulgação da obra de um autor? E na sua?
 
Penso que as redes sociais têm um papel relevante na divulgação dos livros que se publiquem, mas não será suficiente.
Eu tenho presença no Facebook, Tiktok e Instagram, além de um site, mas nem sempre disponho de tempo livre para alimentar a devida publicidade aos meus livros.
 
Gosta de ler? Que tipo de leitor é que é?
 
Depende do tempo disponível que tenho, mas gosto essencialmente de ler antes de adormecer ou na praia ou em transportes públicos.
Prefiro livros sobre personalidades históricas, biográficos ou romanceados – gosto muito de romances históricos - ou mesmo que sejam documentos/estudos sobre períodos da História ou personalidades históricas.




Heróis e Heroínas da Bíblia – Como tu… - Contos – Várias autoras
PVP: 13,00€
192 páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2024

Desde sempre que os feitos dos heróis e heroínas foram divulgados, contados e recontados; celebrados, perpetuados sob inúmeras formas (…) O nosso propósito é fazer algum paralelo entre as situações vividas pelas personagens bíblicas e aquela que pode ser a vida de “personagens contemporâneas”;(…) os contos foram enriquecidos com as ilustrações da Melissa de Aveiro.


Livro disponível nas principais plataformas nacionais e internacionais e na nossa loja online.

Pode encomendar enviando email para loja@tecto-de-nuvens.pt











 

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