Marta Coruche, 49 anos, copywriter e tradutora, mãe de 3 filhos, acredita em finais felizes e tem todo o gosto em os proporcionar aos seus leitores. Pode-se dizer que é uma fada-madrinha de situações bem complicadas, que acaba por resolver.
Mas mais do que isso, acredita no poder das crianças que sonham e acreditam. Talvez por esse motivo tenha escolhido o Dia de Acção de Graças para lançar o seu livro, nesta que é a contagem decrescente para o Natal, que é também tema deste "Gustavo e a Oficina Mágica", brilhante 3º classificado do Prémio de Conto Infanto/Juvenil, 2023.
Mas deixemos que seja ela a fazer-nos a visita guiada a esta oficina mágica que é a criatividade dela, Marta Coruche, na primeira pessoa e pela sua própria voz...
Conte-nos como e porquê começou a escrever,
por paixão ou por necessidade?
Comecei a escrever por paixão, em
criança, com o sonho de me tornar escritora, mas a vida empurrou a escrita para
segundo plano. Porém, raramente deixei de escrever, tendo oscilado, ao longo da
vida, entre a paixão e a necessidade.
Qual o papel que a escrita ocupa na sua
vida?
A escrita é um espaço só meu. Tanto é uma libertação
como uma prisão. Há histórias que preciso de contar, que são as mais difíceis
de escrever, e outras, como esta, que me surgem de um mundo de fantasia, um escape,
que me dão prazer escrever.
Sempre sonhou publicar um livro?
Sem dúvida. Sempre sonhei
partilhar parte de mim com outros. Um livro é uma janela para outro mundo e há
mundos meus que eu tenho gosto em partilhar.
Qual é a sensação que tem ao ver, agora, o
seu livro nas mãos?
Por um lado, é uma conquista pessoal,
um orgulho. Por outro, é uma alegria poder partilhar esta história com as
crianças.
Tem algum projecto a ser desenvolvido,
actualmente? Pensa publicar mais algum livro? Continua a sentir vontade de
escrever?
Tenho vários livros “escritos” na
cabeça, de vários géneros diferentes. O meu próximo desafio é um romance que “precisa”
de ser escrito. Sim, conto continuar a escrever – sempre!
Fale-nos um pouco sobre o seu livro.
É uma história de esperança, de superação e da fé de
uma criança em conseguir mudar o que está mal no seu mundo.
Existe alguma parte do livro, em
particular, que goste mais. Porquê?
O final. Gosto de finais felizes. Procuro
proporcionar às crianças a fé em como podem mudar o mundo. Quero que continuem
sempre a acreditar e a sonhar, que é das características mais admiráveis nas
crianças.
Indique as razões pelas quais aconselharia
as pessoas a ler o seu livro? O que acha mais apelativo no seu livro?
É uma história comovente:
sentimos a dor do Gustavo e a sua vontade de ajudar a família num momento difícil,
e através do sonho e da fé o Gustavo acaba por conseguir resolver a situação.
Qual é o seu estilo de escrita ou que tipo
de mensagem gosta de passar no que escreve?
As minhas histórias envolvem
invariavelmente uma dificuldade que precisa de ser superada. Costumo dar sempre
finais felizes. Sou na escrita aquilo que sou na vida.
Qual o papel das redes sociais na vida e na
divulgação da obra de um autor? E na sua?
As redes sociais desempenham um papel fundamental na divulgação dos livros, pois aproximam a obra de um público que, sem elas, não conseguiríamos alcançar. Em termos pessoais, são um veículo de partilha de pequenas histórias da minha vida que acho interessantes divulgar.
Gosta de ler? Que tipo de leitor é que é?
Gosto de ler, mas confesso que sou uma leitora preguiçosa. Por isso, criei um Book Club há 2 anos, que me obriga a ler quase um livro por mês. Os livros não são escolhidos por mim, o que me obriga a sair da zona de conforto. Regra geral, gosto de todas as histórias de vida.
Gustavo e a Oficina Mágica; Marta Coruche
Ilustrações de Melissa de Aveiro
PVP: 9,50€
56 páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2023