domingo, 26 de novembro de 2023

Jorge Barroso, autor de "O Anjo Mala'k", em entrevista

Mais um Natal e mais um livro de Jorge Barroso, uma vez mais virado para os mais novos, embora desta vez para um segmento ligeiramente mais velho. Dito isto, na verdade, ambos os livros encantam miúdos e graúdos... 
A viagem, desta vez, é absolutamente fantástica, em todos os sentidos de fantástica... o autor criou uma Idade Média de fantasia cuja época, tão longínqua no tempo, admite a presença de maldições, ganância, luta pelo poder, milagres e um príncipe virtuoso em busca de amor e de felicidade.
E não bastando criar o cenário escrito criou uma capa cheia de cor e acção que arrebata, de imediato, o leitor.
Um livro que carrega mensagens profundas a respeito da vida, da dignidade e relacionamento humano.
Mas deixemos que seja Jorge Barroso, autor e artista plástico, de 58 anos, a contar a génese desta história, na primeira pessoa, e por voz própria: 

  Conte-nos como e porquê resolveu escrever este livro. Desta vez leva-nos para uma época diferente e distante…

 “O Anjo Mala’k” é uma história passada num período medieval que escrevi há já alguns anos. A Idade Média, chamada também “A Idade das Trevas” é uma época muito longa (10 séculos) que sempre me fascinou ao ponto de ter escrito e editado dois romances históricos que remontam ao período de origem medieval, assim como tenho também em gaveta diversas obras infanto/juvenis e também contos para adulto baseados em histórias reais ou fantásticas. Este conto infanto/juvenil foi escrito a pensar num passado medieval cercado de muita fantasia, espelhando a realidade de uma pequena população a viver nesse período.

  Para os leitores que leram e/ou deram a ler o “A Caixinha dos Milagres” que semelhanças e diferenças poderão encontrar no estilo e no conteúdo?

 O conto infanto/juvenil “A Caixinha dos Milagres”, escrito numa época passado recente, tem, sem dúvida, semelhanças com o conto “O Anjo Mala’k”, pois que ambos possuem a capacidade de gerar uma moral, um ensinamento puro e simples na certeza de que com coragem e perseverança a felicidade é possível. As duas narrativas além de diferentes são verdadeiramente interessantes. Um (A Caixinha dos Milagres) toca profundamente a criança no seu desenvolvimento. O outro (O Anjo Mala’k), o jovem leitor é desafiado a procurar o valor cultural nesta descoberta e neste passado medieval cheio de magia e mistério.

  Qual é a sensação que tem ao ver, agora, o seu livro nas mãos? E em relação à capa que tem uma ilustração sua?

Tal como qualquer obra literária que tenho vindo a publicar desde o ano de 2004, com o 1º. romance histórico “O Último Lusitano”, é sempre uma sensação inexplicável. Sentir o livro nas mãos, a textura da capa, o cheiro das páginas, é sempre uma verdadeira alegria; um orgulho! Quanto à capa que ilustrei é um trabalho feito a acrílico sobre papel baseado num estilo Impressionista. A bem dizer, são duas* pinturas já emolduradas que fazem agora parte da minha vasta colecção artística que vou sempre criando para futuras exposições a realizar em galerias e/ou espaços culturais.

*Nota da Editora: No miolo do livro, dividida em duas partes, na guarda inicial e na final, está a segunda ilustração.

  Fale-nos um pouco sobre este seu livro.

 “O Anjo Mala’k” é um conto fantástico passado num período medieval que remonta ao ano de 1100 d/C. Um velho e debilitado sacerdote cuja bondade e honestidade causam alegria ao povo de uma pequena aldeia, descobre numa velha ermida abandonada e em ruínas, uma tosca estatueta já muito danificada, representando a figura de um anjo de asa quebrada, apoiado numa base de madeira onde se lê a palavra “Mala’k”, que significa “O Mensageiro”. É com esta enigmática imagem que o desenrolar dos acontecimentos vão dando lugar a uma fantástica e interessante narrativa

  Existe alguma parte do livro, em particular, que goste mais. Porquê?

 Modéstia à parte, mas vejo neste pequeno livro uma obra surpreendente com comportamentos, passagens e bons exemplos o que ajuda a assimilar todo o seu conteúdo. Por sua vez creio que o leitor vai ficar feliz por o velho pároco reencontrar o seu “amigo” anjo Mala’k numa feira medieval realizada na pequena aldeia onde habita. Pois que para seu espanto reparou numa bancada repleta de artigos diversos e muitas peças de antiguidade que aquela tosca estatueta se encontrava em poder de um vendedor ambulante. Agora, tudo fará para reaver a qualquer custo aquela sinistra figura de madeira que lhe trouxe a felicidade de volta.

  Indique as razões pelas quais aconselharia as pessoas a ler o seu livro? O que acha mais apelativo no seu livro?

Aventurar-se nas páginas deste livro é sem dúvida entrar num mundo mágico. Uma história cativante que nos envolve de tal forma que no final nos deixa satisfeitos, mais leves e também com um sentimento de felicidade.

  Há uma questão que se impõe – mesmo que os leitores só a venham a perceber depois – o seu livro é inspirado em alguma coisa real ou é completamente ficcionado?

  “O Anjo Mala’k” é uma história ficcionada, embora a capela de São Gens, há muitos anos em ruínas e abandonada, ainda exista. E tal como é dito na obra, este é um lugar cheio de (… ninhadas de ratos… ervas daninhas e totalmente destruído e vandalizado), localizado no alto da serra d’Ossa, uma elevação de Portugal Continental com 653 metros de altura situado no Alto Alentejo entre Estremoz e Redondo. Outrora, foi altar de deuses, depois lugar de culto cristão com romaria a 25 de Agosto. O panorama que do seu cume se desfruta não encontra rival na região, pela sua vastidão, beleza e tranquilidade.

Um lugar mágico e de serenidade que por vezes visito para fazer escolhas que me levem a uma vida mais suave e visionária. 

  Tem mais projectos em mãos? Podemos contar com mais livros seus num futuro próximo? E se sim, de que género ou para que tipo de público?

Obviamente. Aliás tenho uma enorme quantidade de obras em gaveta quer nos géneros: romance histórico, ficção infantil, infanto/juvenil e também poesia que desejo poder vir a editar serenamente. Trabalhar com a Editora Tecto de Nuvens, é simplesmente uma verdadeira paixão*. Como tal, creio vir novamente a apresentar num futuro próximo uma nova obra literária à editora, talvez para leitores mais maduros. Quem sabe?! 

 *Resposta da Editora: 😳




O Anjo Mala’k; Jorge Barroso

PVP: 8,00€
50 páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2023

Pode ler ou reler a outra entrevista do autor aqui.

2 comentários:

  1. Parabéns pelo novo livro de literatura fantástica, que cai sempre bem na época de Natal. Desperta a curiosidade, tanto pela sinopse, como pela sua capa!
    Melissa de Aveiro.

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    1. As nossas desculpas pelo atraso na colocação do comentário, mas o sistema tinha-o considerado spam...

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