quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Contos Contados e Encantados... - texto favorito do público

 



E numa votação que se tornou muito renhida, literalmente, nas suas últimas horas, o conto "O Segredo da bisavó Beatriz" acabou por ser o vencedor. Muitos parabéns à autora, Marta Graça.
Os nossos parabéns também para as autoras classificadas em segundo e terceiro lugar, respectivamente: Alexandra Carneiro e Ana Pepa.
E o nosso obrigada a quem votou, estejam atentos ao sorteio do prémio.
Quanto às autoras, brevemente receberão as suas lembranças.




1º Segredo da bisavó Beatriz; Marta Graça  VENCEDOR


2º  Melinda; Alexandra Carneiro
 Kinkas, o bezerro feliz; Ana Pepa

E para aguçar o apetite de quem ainda não leu o conto vencedor, fica um excerto.

Quando João e Carolina despertaram do sono, já os raios de sol mais atrevidos invadiam os seus quartos. Lá fora, o chilrear dos passarinhos anunciavam a chegada de um novo dia e o sopro do vento trazia consigo um toque de alegria!

Era o primeiro dia de férias dos dois irmãos. João e Carolina mal podiam conter a sua animação, sentiam um arrepio na espinha e o seu coração batia com emoção. Havia tantas aventuras lá fora à sua espera! Num impulso, deram um salto da cama, vestiram-se e correram a tomar o pequeno-almoço.

Como já era costume, os meninos iriam passar a maior parte das suas férias em casa dos avós, pois os seus pais trabalhavam bastante para sustentar a família. Por isso, depois de comerem, prepararam as suas mochilas e puseram-se a caminho, sempre acompanhados dos seus melhores amigos, o cão Traquina, a gata Tareca e o passarito Pipo.

O bom de se morar numa aldeia, é que tudo fica perto, e bastou atravessarem um pequeno carreiro de terra batida, cercado com lindos arbustos de alecrim, para chegarem a uma casa de pedra pequenina e aconchegante no cimo do monte: a casa dos avós! Os meninos mal podiam esperar por ouvir as histórias de outrora que o avô sempre lhes contava, cheias de aventuras e mistérios, e comer as deliciosas bolachinhas que a avó sempre lhes fazia.

Ora coisas para fazer ali não faltavam: jogar à bola, saltar à corda ou até refrescarem-se na ribeira. Naquele momento, os meninos preparavam-se para fazer um teatro improvisado com histórias que inventavam.

- Precisamos de acessórios. – dizia Carolina – precisamos de um chapéu para o Traquina e um laço para a Tareca. Vão ser os atores principais e precisam de estar janotas!

- Ó avô, não tens por aí uns trapinhos velhos que nos possas emprestar? – pedia João.

- Bem, alguma coisa se há de arranjar.  – respondeu o avó com um sorriso – procurem lá em cima no sótão, dentro da arca que era da vossa bisavó Beatriz, acho que a avó tem lá uns tecidos e roupas velhas.

O sótão da casa dos avós parecia mágico. Sempre que lá iam, os dois irmãos descobriam coisas novas que nunca tinham visto. Além disso, através da sua janelinha redonda, conseguia-se ver toda a aldeia. Era como se estivessem em cima da muralha mais alta de um castelo, e tivessem o controlo de tudo o que acontecia no reino.

Para abrir a arca velha da bisavó Beatriz foi preciso a ajuda dos braços fortes do avô, pois como a mesma era toda construída em madeira, tornava-se muito pesada. Mas depois do esforço, veio a recompensa. O que não faltava lá dentro eram belas fatiotas, que encaixavam na perfeição no que os meninos procuravam. Estavam quase a terminar a procura, quando ouviram um ranger estranho, seguido de um enorme estrondo.

- Oh não! – exclamou João – A tampa da arca estragou-se e caiu no chão!

De facto, as dobradiças velhas que seguravam a tampa não aguentaram o peso e o grande pedaço de madeira estatelou-se no chão. E para maior azar, quando o avô e a avó iam a tentar levantá-la de volta, uma das peças soltou-se.

- E agora? – perguntava o João preocupado.

- Não se preocupem meninos, isto já é velho, mas tem conserto. Só precisa de umas belas horas na minha oficina, e fica como novo.

- Mas… olhem ali! – exclamou Carolina pasmada com o que os seus olhos viam – Aquele pedaço de papel saiu de dentro da tampa!

João aproximou-se do papel amarelado caído no chão, e desdobrou-o com jeitinho.

- Isto é…

 - Um mapa do tesouro! – exclamaram os dois irmãos em coro. (...)


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