Páginas

domingo, 14 de dezembro de 2025

Filomena Costa, autora de "Sebe, o Gnomo", em entrevista

 

 A mais recente edição do Prémio de Conto Infanto/Juvenil Tecto de Nuvens produziu não um, mas dois segundos classificados. Ambos com a particularidade de se passarem em florestas com figuras "míticas" e magia (da boa) e também, posteriormente, com ambos a serem ilustrados pelas próprias autoras.
O simpático Dragão Rebolão já por aqui voou, mais a sua autora, hoje temos a visita do Sebe, que é um gnomo (nem sempre simpático...) que vem apresentar as suas aventuras e desventuras pela voz da sua autora, Filomena Costa, que aos 60 anos está a ter um ano de algum destaque em Prémios literários.
Mas sobre a autora e este Gnomo nada melhor do que a própria para fazer as apresentações. Filomena Costa, de voz própria e na primeira pessoa. 

  Conte-nos como e porquê começou a escrever, por paixão ou por necessidade?

As histórias estiveram sempre presentes. Desde muito pequena escrevia, ilustrava e "editava" os meus ‘livros’ que oferecia aos amigos, à família, às professoras. A estória mais antiga que recordo, porque a minha professora primária, a D. Ilda, quis ficar com ela, foi a aventura de um patinho que se atreveu a entrar numa ‘grota’ escura, onde vivia um monstro que lhe gritou, com uma voz de fazer cair as penas: sai daqui patinho bisbilhoteiro!

  Qual o papel que a escrita ocupa na sua vida?

Faz parte intrínseca do que sou. As histórias estão por toda a parte e chamam-me. Desde os pássaros, pousados no cabo elétrico que atravessa a estrada, no caminho para o trabalho; o velho frágil, de olhar perdido, sentado numa cadeira, junto à porta que abre direto para a rua…

  Sempre sonhou publicar um livro?

Em criança, sim. Quando entrei na adolescência e durante boa parte da vida adulta, a escrita tornou-se necessidade primária, como comer ou dormir. Era algo que tinha de fazer, que gostava de fazer, mas não sentia vontade de expor, ou partilhar. Mesmo quando participava em concursos literários, o que me motivava era o desafio, o pretexto para criar.

  Qual é a sensação que tem ao ver, agora, o seu livro nas mãos? E em relação às ilustrações da capa e do miolo, que são suas?

A sensação de voltar aos seis anos e ter, finalmente, conseguido concretizar aquele desejo de transformar as ideias em palavras e imagens que se podem partilhar com os outros. Muito bom! 

  Tem algum projecto a ser desenvolvido, actualmente? Pensa publicar mais algum livro? Continua a sentir vontade de escrever?

Neste momento está em fase de edição um texto que venceu, este ano, o prémio literário Mariano Gago, de ficção científica e será publicado em breve. Estou ainda a escrever um conjunto de contos pensados para aplicar a sessões de Filosofia para Crianças.

  Fale-nos um pouco sobre o seu livro.

Sebe, o Gnomo é um jovem centenário cheio de personalidade e certezas. Descobre, da pior forma, que as ações têm consequências e que nem mesmo os gnomos podem viver sem os outros.

  Existe alguma parte do livro, em particular, que goste mais. Porquê?

Gosto sobretudo da relação entre a sílfide, Nectarina, e Sebe. Estabelece-se entre eles uma amizade verdadeira que podemos apreciar nos pequenos gestos e nos diálogos.

  Indique as razões pelas quais aconselharia as pessoas a ler o seu livro? O que acha mais apelativo no seu livro?

A história é simples, fácil de ler que toca questões fundamentais: a resiliência, a amizade, a empatia, o respeito pelos outros e pela natureza.

  Qual é o seu estilo de escrita ou que tipo de mensagem gosta de passar no que escreve?

Por estranho que pareça, ou não, sinto que a minha escrita se bifurca, consoante mergulho no universo infantil, ou escrevo para adultos. Quando escrevo para o público infantil assumo o espanto, a curiosidade, a esperança nas soluções loucas, inesperadas e sempre divertidas.  Há sempre uma forma de resolver os desafios, com a ajuda dos outros, boa disposição, alguma magia e vontade de aprender.

  Qual o papel das redes sociais na vida e na divulgação da obra de um autor? E na sua?

Confesso que não sou grande apreciadora das redes sociais, o que certamente não é boa estratégia, enquanto autora. 

  Gosta de ler? Que tipo de leitor é que é?

Adoro ler. Já fui uma leitora voraz, capaz de ler em qualquer lugar e não deixar o livro a meio. Hoje, a disponibilidade de tempo já não é tanta e necessito de um espaço calmo, em confusão, para poder apreciar a leitura. Continuo incapaz de deixar a leitura a meio. 




Pode saber mais informações sobre o livro aqui.

Sem comentários:

Enviar um comentário