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sábado, 6 de dezembro de 2025

Joaquim Armindo, autor de "águas agitadas porque turvas" e "neste livro onde falamos de ti", em entrevista

 

 Neste ano de 2025, este avó, de 75 anos, continuou a mostrar plena actividade: para além das participações na colectâneas e nos Desafios do blogue, presenteou-nos com mais dois livros, um de crónicas, outro de poesia.
Cada um dos livros representa um trajecto, que se complementa, da vida do homem e do autor.
Mas deixemos as apresentações a quem de direito.
Joaquim Armindo, de voz própria e na primeira pessoa:


  Este ano tivemo-lo em dose dupla. Fale-nos um pouco sobre os seus livros.

O “águas agitadas porque turvas”, é um livro de crónicas escritas para o jornal “O Primeiro de Janeiro”, enquanto era jornal em papel, é, por assim dizer, uma coletânea que escrevi com duas crónicas semanais: uma ao domingo, chamada Água Viva, na últimas página e outra à terça-feira, coluna “Moscadeiro”, sobre a Maia, quando fui deputado da Assembleia Municipal da Maia, durante 8 anos, e deputado à Assembleia de Freguesia de Moreira – Maia, durante 12 anos, e deputado à Assembleia Metropolitana do Porto, durante 4 anos.

O outro livro é de poesia o “neste livro onde falamos de ti”, dedicado aos meus netos James e Lucas. Poesia que foi redigida em longo dos anos e outra de 2025.

 

  Indique as razões pelas quais aconselharia as pessoas a ler (ou dar a ler) os seus livros?

Costumo dizer a cada pessoa que me interroga sobre estes meus livros: “Se não tem sono, comece a ler o meu livro, é melhor que um Valium, começa a ler e adormece.” É este conselho que dou, não me parece que aquilo que escrevo tenha significado para alguém, por isso não leia. Mas se quiser ficar contrariado leia.*

  Começando pelas crónicas… Voltou a reunir crónicas, desta vez as publicadas no já extinto “O Primeiro de Janeiro”, o facto de o jornal já não existir resultou em alguma dose extra de nostalgia?

Não tenho nostalgia, colaborei com o jornal durante vários anos, a convite do próprio jornal. Cada coisa nasce e morre. Nem sequer era um leitor assíduo do PJ, foi uma experiência gratificante. Tenho pena que tenha sido convertido em digital e não continuar a escrever, diga-se, graciosamente. Entretanto apareceram outros jornais e uma rádio, para os quais ainda escrevo.

  E ainda relacionado com a pergunta anterior: depois do preparar dos livros “Caminhar”, “Caminhar II” e “Caminhar III”, também coletâneas das suas crónicas nos jornais, que são posteriores às crónicas desta coletânea, e agora revendo as suas opiniões durante o período em que colaborou com o “O Primeiro de Janeiro”, qual o sentimento que domina? Há diferença e distanciamento, não só de quem escreveu, mas também do mundo e das suas circunstâncias? Ou autor e mundo mantém-se consistentes? E, seja qual for a resposta, isso parece-lhe positivo ou negativo?

Não existe distanciamento nenhum, é um tempo preciso. Claro que existe um “tempo” que é maior que o “espaço”, como dizia o Papa Francisco. Contudo não deixo de ser eu, em papéis diferentes, mas sou a mesma pessoa como pensa e age.

  E passando para a Poesia…. Há também aqui um trajeto, é bom reviver?

Há sempre um trajeto, mesmo na poesia. Não para “reviver” mas para sentir.

  Fez algumas escolhas interessantes na recolha para este livro. Nem tudo é poesia pura. Como justifica?

Não sei ao que chama poesia. Tantos os poemas como os textos são poesia, nem sei o que será poesia pura…enfim manias, como de escrever tudo em letra minúscula. É uma forma de escrever e sentir os nossos quotidianos.

  Nestes dois livros (e não só) conta com a parceria da Isabel Ribas para as ilustrações. Como é ver essa passagem das palavras a imagem?

Vamos fazer, eu e a Isabel, 50 anos de casados para o princípio do próximo ano, eu não sei ilustrar nada, a Isabel é uma pintora, temos as paredes de casa cheia de quadros dela. Seria muito mau não contar com ela para elaborar a capa e outras pinturas. É um trabalho de parceria.

  Tem mais projetos para estes géneros literários? Livros? Actividades?

Sim, como disse, continuo a escrever, os livros que estou a preparar, um contém as minhas crónicas no jornal “Primeira Mão”, que já não se publica em papel e não recebe “opinião” de colunistas em formato digital, o outro são crónicas publicadas no jornal  7 Margens. Ainda poderá existir no meio um de poesia. Veremos.


*Nota da editora: Também estão disponíveis as opções: "ler sem adormecer" e "ler sem ficar contrariado". 😉


   

Pode encontrar mais informações sobre estes livros aqui e aqui.
Leia, ou releia, outras entrevistas do autor aqui e aqui.

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