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terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Laura Ramos, autora do livro "Eu, El Rei D. Sebastião, a vós retorno! - edição revista -" em entrevista

 

 O escritor é conhecido pela sua insatisfação, pela vontade de retocar, reescrever, aperfeiçoar, mas também é conhecido pela sua atracção pelo mistério, pelo inesperado, por aquilo que é menos óbvio... Laura Ramos não foge a nenhum destes conceitos e o livro de que agora nos fala é o exemplo disso. O tema fascinou-a, seduziu-a, as circunstâncias permitiram-lhe uma nova edição do livro e, como tal, retocar aqui e ali, sempre na busca da perfeição literária.
E assim, tal como o monarca, também o livro regressa...
A autora não é estranha para os leitores do blogue e já antes nos falou do seu gosto pela escrita e da preferência pelo romance, mas tal como um bom livro, cada nova "leitura" da autora traz algo de novo sobre esta viseense de 56 anos. Aprendemos sobre ela e sobre este regresso do seu "Eu, El Rei D- Sebastião a vós retorno!" enquanto nos fala sobre este assunto fascinante.
Laura Ramos, por voz própria e na primeira pessoa...
 

  Fale-nos um pouco sobre o seu novo livro.

Trata-se de um romance histórico que explora a lenda de D. Sebastião e se apoia na versão de que o rei não morreu na batalha de Alcácer Quibir.
Mistura realidade com ficção. Recria cenas em que são lembrados episódios históricos, situações que aconteceram na realidade e que marcaram a vida, a derrota militar e o espírito do rei.
Ao mesmo tempo, partindo da versão de que o rei não desapareceu em Alcácer Quibir, mas continuou a viver, sem coroa, e partindo das circunstâncias pessoais historicamente conhecidas, tentei recriar o contexto mental e espiritual em que o homem teria mergulhado ao defrontar-se com uma nova realidade de vida.
Procurei ancorar-me nas características pessoais conhecidas ao rei para elaborar os seus sentimentos, ideias e vontades que sejam verosímeis num contexto de sobrevivência pós batalha.
               
  Para além da nova capa, esta versão difere muito da de 2022, ou fez apenas alguns retoques?

Apenas fiz uns pequenos retoques, mas a história permanece igual. 

  Indique as razões pelas quais aconselharia as pessoas a ler (ou dar a ler) o seu livro?

Sempre me apaixonou perceber o motivo que tornou lendário um rei que, na verdade, perdeu a guerra, a coroa e deixou o reino à mercê daqueles que sempre ambicionaram dominar Portugal. Esse gosto talvez seja partilhado pelos leitores.
Vale a pena recordar o clima de mistério e ânsia que rodeou o nascimento deste rei e o seu desaparecimento do trono.
Também vale a pena conhecer a possibilidade de o rei não ter morrido na batalha, o que é uma circunstância admitida por alguns historiadores.
Por outro lado, vivemos tempos de turbulência, incerteza e insegurança. Nessas fases, os povos preferem mergulhar nas suas lendas, onde muitas vezes encontram inspiração e forças para continuar a acreditar no presente e no futuro.
E depois há as razões práticas para ler este livro: é relativamente pequeno e rápido de se ler, tem uma capa linda.
Sobretudo é bom recordar um rei que se transformou num mito ainda hoje presente na consciência nacional. Apesar dos fatídicos factos históricos, o rei D. Sebastião representa a esperança em dias melhores e no ressurgimento nacional. Ótimos motivos para o reler!

  Este livro aborda um dos temas mais fantásticos, místicos e misteriosos da História de Portugal. O que é que a levou a abordar esta temática e o porquê da escolha desta teoria (que embora, provavelmente seja das mais bem suportadas em termos de provas, não é a que a maior parte dos leitores conhecerá, aqui “conhecerá” como possibilidade e não como parte do mito)?

Sempre me fascinaram temas misteriosos e a vida de D. Sebastião deixou-nos como legado um mistério enorme, a esperança de o país ter de cumprir uma obra inacabada. Este rei deixa muitas perguntas no ar, muitos “porquês” sobre a sua existência, sobre as suas escolhas e sobre o destino de Portugal.
Também quis dar vida à possibilidade da sobrevivência do rei, de modo a que as teses que se debruçam sobre isso não sejam lembradas apenas na dimensão do estudo, mas na riqueza do romance que, partindo do conhecido, persegue o desconhecido e dá vida às personagens históricas, tornando-as próximas de nós todos e, dessa forma, podemos melhor compreender quem foram e como pulsaram.
Alguns factos ficcionados assentam mesmo em possibilidades que já vi exploradas. 

  E a forma de narrativa, entre lá e cá, o sonho e a memória? Foi uma escolha natural, intuitiva?

É uma forma de não tornar o livro pesado com pormenores da vida pessoal do rei e das demais personagens, indo buscar as partes que sobressaem na vida das pessoas que um dia estiveram na Terra a cumprir o seu destino e a tecer os fios à nossa meada, enquanto nação. Um livro de História tem de se debruçar sobre tudo, mas um romance vai buscar as partes mais importantes para descobrir as pessoas. 

  Este livro é uma espécie de híbrido entre o romance histórico e o especulativo. O ano passado contemplou-nos com um romance contemporâneo “A Ditadura das Árvores”, o romance é a sua forma de comunicação preferida? É um género a que tenciona voltar?

Sim, sem dúvida que o romance é uma forma de comunicação e a oportunidade de criar. Embora não tenha datas, nem objectivos que pressionem, gostaria de continuar a escrever.
“A Ditadura das Árvores” é um livro sobre o presente e o futuro próximo, os problemas, os medos e as esperanças que a humanidade hoje enfrenta. Acaba por ter pontos de contacto com o livro “Eu, el rei D. Sebastião, a vós retorno”, na medida em que este também viaja pelos medos e esperanças de uma nação.
Ambos encaixam neste tempo de mudanças aceleradas, em que o homem busca o progresso, mas já anseia pelo sentido da sua existência e do futuro. São, pois, ambos livros que têm voz para este tempo.

  Tem mais projectos para livros? Actividades?

Sim, tenho algumas ideias de histórias que gostaria de transformar em romances. Dá-me prazer criar personagens diferentes e que tenham personalidade própria e deixem algum legado aos leitores.

Creio que não vou parar por aqui.



Mais informações sobre o livro aqui.
Leia (ou releia) as outras entrevistas de Laura Ramos aqui e aqui.

domingo, 14 de dezembro de 2025

Filomena Costa, autora de "Sebe, o Gnomo", em entrevista

 

 A mais recente edição do Prémio de Conto Infanto/Juvenil Tecto de Nuvens produziu não um, mas dois segundos classificados. Ambos com a particularidade de se passarem em florestas com figuras "míticas" e magia (da boa) e também, posteriormente, com ambos a serem ilustrados pelas próprias autoras.
O simpático Dragão Rebolão já por aqui voou, mais a sua autora, hoje temos a visita do Sebe, que é um gnomo (nem sempre simpático...) que vem apresentar as suas aventuras e desventuras pela voz da sua autora, Filomena Costa, que aos 60 anos está a ter um ano de algum destaque em Prémios literários.
Mas sobre a autora e este Gnomo nada melhor do que a própria para fazer as apresentações. Filomena Costa, de voz própria e na primeira pessoa. 

  Conte-nos como e porquê começou a escrever, por paixão ou por necessidade?

As histórias estiveram sempre presentes. Desde muito pequena escrevia, ilustrava e "editava" os meus ‘livros’ que oferecia aos amigos, à família, às professoras. A estória mais antiga que recordo, porque a minha professora primária, a D. Ilda, quis ficar com ela, foi a aventura de um patinho que se atreveu a entrar numa ‘grota’ escura, onde vivia um monstro que lhe gritou, com uma voz de fazer cair as penas: sai daqui patinho bisbilhoteiro!

  Qual o papel que a escrita ocupa na sua vida?

Faz parte intrínseca do que sou. As histórias estão por toda a parte e chamam-me. Desde os pássaros, pousados no cabo elétrico que atravessa a estrada, no caminho para o trabalho; o velho frágil, de olhar perdido, sentado numa cadeira, junto à porta que abre direto para a rua…

  Sempre sonhou publicar um livro?

Em criança, sim. Quando entrei na adolescência e durante boa parte da vida adulta, a escrita tornou-se necessidade primária, como comer ou dormir. Era algo que tinha de fazer, que gostava de fazer, mas não sentia vontade de expor, ou partilhar. Mesmo quando participava em concursos literários, o que me motivava era o desafio, o pretexto para criar.

  Qual é a sensação que tem ao ver, agora, o seu livro nas mãos? E em relação às ilustrações da capa e do miolo, que são suas?

A sensação de voltar aos seis anos e ter, finalmente, conseguido concretizar aquele desejo de transformar as ideias em palavras e imagens que se podem partilhar com os outros. Muito bom! 

  Tem algum projecto a ser desenvolvido, actualmente? Pensa publicar mais algum livro? Continua a sentir vontade de escrever?

Neste momento está em fase de edição um texto que venceu, este ano, o prémio literário Mariano Gago, de ficção científica e será publicado em breve. Estou ainda a escrever um conjunto de contos pensados para aplicar a sessões de Filosofia para Crianças.

  Fale-nos um pouco sobre o seu livro.

Sebe, o Gnomo é um jovem centenário cheio de personalidade e certezas. Descobre, da pior forma, que as ações têm consequências e que nem mesmo os gnomos podem viver sem os outros.

  Existe alguma parte do livro, em particular, que goste mais. Porquê?

Gosto sobretudo da relação entre a sílfide, Nectarina, e Sebe. Estabelece-se entre eles uma amizade verdadeira que podemos apreciar nos pequenos gestos e nos diálogos.

  Indique as razões pelas quais aconselharia as pessoas a ler o seu livro? O que acha mais apelativo no seu livro?

A história é simples, fácil de ler que toca questões fundamentais: a resiliência, a amizade, a empatia, o respeito pelos outros e pela natureza.

  Qual é o seu estilo de escrita ou que tipo de mensagem gosta de passar no que escreve?

Por estranho que pareça, ou não, sinto que a minha escrita se bifurca, consoante mergulho no universo infantil, ou escrevo para adultos. Quando escrevo para o público infantil assumo o espanto, a curiosidade, a esperança nas soluções loucas, inesperadas e sempre divertidas.  Há sempre uma forma de resolver os desafios, com a ajuda dos outros, boa disposição, alguma magia e vontade de aprender.

  Qual o papel das redes sociais na vida e na divulgação da obra de um autor? E na sua?

Confesso que não sou grande apreciadora das redes sociais, o que certamente não é boa estratégia, enquanto autora. 

  Gosta de ler? Que tipo de leitor é que é?

Adoro ler. Já fui uma leitora voraz, capaz de ler em qualquer lugar e não deixar o livro a meio. Hoje, a disponibilidade de tempo já não é tanta e necessito de um espaço calmo, em confusão, para poder apreciar a leitura. Continuo incapaz de deixar a leitura a meio. 




Pode saber mais informações sobre o livro aqui.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Helena Ferreira, vencedora do 2º Prémio de Conto Infanto/Juvenil Tecto de Nuvens, em entrevista

 

 Não sei quem fica mais nervosa na hora do telefonema a comunicar a vitória do Prémio, se eu, se as vencedoras, provavelmente eu... Elas, após o choque inicial, mostram o talento que se encontrou na escrita, o mesmo entusiasmo, o mesmo poder de atracção para o enredo vencedor. A Helena Ferreira não foi excepção e logo contou que tinha escrito a história para a neta (naturalmente, não fazia parte do texto avaliado pelo júri, mas no final do livro - nas notas finais - encontram o "diálogo" entre avó e neta sobre este livro, acabado de ler pela avó) e de alguma forma, dei por mim, de novo a viajar por aquele bosque mágico.
Se já leram a entrevista da Mariana Manaia, a ilustradora da capa, já se aperceberam de que também ela se sentiu transportada para o bosque e a viver todas as cenas como se lá estivesse - o que diz bem do talento da autora, pois se os adultos reagem assim ao livro, imagine-se as crianças! E também já viram o quanto a Mariana ficou inspirada que até conseguiu transportar todo aquele brilho para o papel. E deixamos da entrevista dela algo para partilhar aqui, é que a Beatriz da história tem 9 anos, mas a Mariana criou-a a partir de uma foto da Bia (neta da autora) com 5, num processo absolutamente fantástico, não só de envelhecimento como de "embonecamento" (algo que aliás também já tinha feito com a Leonor, que passou de uma menina de 2 anos para uma pré-adolescente de 11).
Mas o que leva um conto a destacar-se de todos os outros, quando os "outros" são muito bons? É a valorização das palavras, é o alertar para um problema real (as palavras estão a perder-se), é o apresentar de soluções tão simples e tão mágicas; é o exemplo da verdadeira magia da escrita: aquela que retira o leitor do seu mundo e o transporta para o outro. Finalmente, é o tipo de livro que diverte, que ensina, que acarinha e que responsabiliza. É impossível ler-se este livro e não se fazer juramento de também nós nos tornarmos guardiões das palavras.
Mas a fada responsável por toda esta magia, uma académica e avó de 56 anos que colecciona livros pop-up,  é a melhor pessoa para apresentar este livro.
Helena Ferreira, por voz própria e na primeira pessoa...

  Esta primeira pergunta não é 100% original, mas ainda só a perguntámos uma vez… Foi a vencedora do Prémio de Conto Infanto/Juvenil Tecto de Nuvens (2025)- a segunda pessoa a ganhar este Prémio - qual foi a sensação de ter sido o seu conto o escolhido?

Foi uma sensação absolutamente indescritível! Quando recebi a notícia, senti uma mistura de alegria, surpresa e uma profunda gratidão. Este prémio tem um significado especial porque representa o reconhecimento de uma história que nasceu do meu amor pelas palavras e pela leitura. Saber que o júri viu valor na mensagem que quis transmitir - sobre a importância de preservar as palavras e o poder da leitura - foi emocionante. É como se a própria Beatriz, a minha personagem, tivesse conseguido cumprir a sua missão também no mundo real.

  Conte-nos como e porquê começou a escrever, por paixão ou por necessidade?

Comecei a escrever por paixão absoluta. Desde pequena que as palavras exercem sobre mim um fascínio quase mágico. Sempre acreditei no poder das palavras para transformar o mundo. Escrevi o meu primeiro livro infantil, "Lénita e o Principezinho Coração de Prata", em 2008 para a Francisca, e isso abriu uma porta que nunca mais fechei. A escrita não é uma necessidade no sentido prático, mas sim uma necessidade da “alma” - é a minha forma de conspirar histórias e de acreditar que posso fazer a diferença, especialmente na vida das crianças.

  Qual o papel que a escrita ocupa na sua vida?

A escrita é o meu refúgio e a minha revolução. Vivo entre pilhas de livros e passo o tempo a conspirar histórias. A escrita para crianças, em particular, é a minha forma de manter viva a magia num mundo cada vez mais caótico. É onde consigo fundir o meu lado académico com o meu lado sonhador, onde posso ser simultaneamente rigorosa e fantasiosa. Também gosto de escrever contos e, por vezes, aventuro-me na poesia e na dramaturgia. Ainda não desisti de terminar um romance que iniciei há muitos anos. Vamos ver…

  Sempre sonhou publicar um livro?

Não diria que "sempre", mas desde que descobri o prazer de contar histórias para crianças, sim. O sonho ganhou forma quando percebi que as histórias que escrevia podiam ter vida para além do momento da leitura, que podiam chegar a outras crianças, outras famílias. Cada livro publicado - "Lénita e o Principezinho Coração de Prata" (2008), "Ti Manel Xeringa" (2011), e agora "O Bosque das Palavras Perdidas" (2025) - é a concretização desse sonho renovado.

  Qual é a sensação que tem ao ver, agora, o seu livro nas mãos?

É uma sensação surreal e maravilhosa. Ver "O Bosque das Palavras Perdidas: Porque todas as palavras são importantes!" materializado, com as belas ilustrações da Mariana Manaia na capa, é como ver um sonho ganhar corpo. Mas o mais emocionante é imaginar as mãos de crianças a folhearem estas páginas, os seus olhos a descobrirem a história da Beatriz e a Árvore das Palavras. É saber que estas palavras que escrevi vão voar para outros corações e, quem sabe, inspirar novas gerações de leitores e escritores.

  Tem algum projecto a ser desenvolvido, actualmente? Pensa publicar mais algum livro? Continua a sentir vontade de escrever?

Absolutamente! A vontade de escrever nunca desaparece. Tenho sempre histórias a fervilhar na cabeça, personagens que me visitam em momentos inesperados. Entre o stress do quotidiano, as histórias continuam a aparecer. Quanto a projetos concretos, prefiro deixá-los amadurecer um pouco antes de os revelar, mas posso garantir que há mais aventuras a caminho. As crianças merecem histórias que as façam sonhar e acreditar que podem mudar o mundo.

  Fale-nos um pouco sobre o seu livro.

"O Bosque das Palavras Perdidas - Porque todas as palavras são importantes!" conta a história de Beatriz, uma menina de nove anos que descobre que as palavras estão a desaparecer. Não apenas dos seus cadernos, mas da própria realidade - as pessoas deixam de as ouvir e de as ver. Na sua busca pelas palavras perdidas, Beatriz encontra a Árvore das Palavras, uma árvore mágica que guarda todas as palavras que alguma vez existiram, e Luna, a Guardiã das Palavras.

É uma metáfora sobre o que estamos a perder na era digital - a riqueza da linguagem, o prazer da leitura, o poder das histórias. Mas é também uma história de esperança, que mostra como uma criança corajosa pode fazer a diferença. Através da leitura, da partilha de histórias e da valorização das palavras, a Beatriz consegue salvar a Árvore e inspirar outros a redescobrirem a magia da linguagem.

  Existe alguma parte do livro, em particular, que goste mais. Porquê?

Tenho um carinho especial por dois momentos. O primeiro é quando a Beatriz descobre a Árvore das Palavras pela primeira vez - essa sensação de maravilhamento, de descobrir algo mágico e precioso. Tentei capturar aquele momento em que uma criança percebe que há mais no mundo do que aquilo que vê à superfície.

O segundo momento é o serão de histórias em família, quando Beatriz conta aos pais a história que acabou de viver (sem revelar que era real). É um momento de intimidade, de redescoberta, de ligação. Os pais, absortos no quotidiano stressante, redescobrem o prazer de simplesmente escutar. É isso que quero que este livro inspire - momentos de partilha, de presença, de magia simples.

  Indique as razões pelas quais aconselharia as pessoas a ler o seu livro? O que acha mais apelativo no seu livro?

Aconselho a leitura deste livro porque ele fala de algo urgente e essencial: a preservação da linguagem e do amor pela leitura numa era de hiper-conectividade e comunicação simplificada. É um livro que:

·         Para as crianças: É uma aventura mágica que as faz sentir-se poderosas, mostrando que podem fazer a diferença

·         Para os pais e educadores: É um lembrete suave, mas poderoso sobre a importância de cultivar o amor pelas palavras

·         Para todos: É uma celebração da linguagem, das histórias e do poder transformador da leitura

O mais apelativo, creio, é que não é um livro que prega ou moraliza. É uma história genuína, com magia, aventura e emoção, que naturalmente inspira os leitores a valorizarem as palavras.

  Não resisto a perguntar isto: a personagem principal concorreu com este livro a um Prémio literário e ganhou-o. O que foi isso? Manifestação de um desejo? Futurologia? “Hipnose” para o júri?

Essa é uma pergunta deliciosa! E, fez-me rir. Quando escrevi a história, a Beatriz já tinha essa jornada completa na minha mente - incluindo o facto de ela se tornar escritora e ganhar um prémio. Foi, talvez, uma manifestação de um desejo profundo: que as histórias sobre a importância das palavras sejam reconhecidas e celebradas.

Mas confesso que quando o meu próprio livro ganhou o Prémio Tecto de Nuvens 2025, senti um arrepio. A vida imitou a arte, ou a arte antecipou a vida? Prefiro pensar que foi a magia das palavras a funcionar - essa mesma magia sobre a qual escrevo. As palavras têm poder, e quando as usamos com intenção e amor, coisas extraordinárias podem acontecer.

  A acompanhar este livro há um eBook. Fala-nos sobre ele e como pode ser não só vantajoso, como adaptável, para pais e educadores.

O guia que acompanha o livro é, na verdade, um prolongamento da experiência da leitura. Chama-se "Guia para Pais e Educadores - O Bosque das Palavras Perdidas" e está disponível gratuitamente em formato digital, para quem adquire o livro.

Este guia oferece:

·         Atividades práticas inspiradas na história (como criar a própria Árvore das Palavras em casa ou na sala de aula)

·         Jogos de palavras para dinamizar o amor pela linguagem

·         Sugestões para serões de histórias em família

·         Ideias para clubes de leitura

·         Rituais de leitura e escrita criativa

O que o torna especial é a sua adaptabilidade. Não é prescritivo - oferece ferramentas que pais e educadores podem adaptar às suas realidades, idades das crianças e contextos. Pode ser usado em casa, na biblioteca, na escola, em ATLs. A ideia é democratizar o acesso a formas criativas de manter as palavras vivas, tal como a Beatriz faz na história.

  Qual é o seu estilo de escrita ou que tipo de mensagem gosta de passar no que escreve?

Não sei se tenho um estilo. Para ter um estilo era necessário que me considerasse uma escritora. E sinto-me apenas como uma aprendiz. Digamos que na escrita para crianças, procuro equilibrar a magia com a realidade emocional. Gosto de criar mundos fantásticos - como o Bosque das Palavras Perdidas: Porque todas as palavras são importantes!"  - mas ancorados em emoções e situações que as crianças reconhecem. E procuro escrever com uma linguagem rica, mas acessível, porque acredito que as crianças merecem ser desafiadas linguisticamente sem serem intimidadas.

Quanto às mensagens, procuro transmitir valores de coragem, solidariedade, responsabilidade e esperança. Acredito que as crianças são os únicos seres humanos verdadeiramente revolucionários, e as minhas histórias tentam alimentar essa capacidade transformadora. Quero que as crianças que leiam os meus livros sintam que podem mudar o mundo "no recreio da escola, antes do lanche", como costumo dizer.

  Qual o papel das redes sociais na vida e na divulgação da obra de um autor? E na sua?

Acredito que as redes sociais são uma ferramenta poderosa, mas que exigem muito tempo. No meu caso, só uso o Instagram [@helenag.ferreira] e procuro partilhar o meu processo criativo, mas não sei se tenho muito êxito, porque é algo muito esporádico.
Há também uma ironia deliciosa aqui: escrevo sobre a importância de desligarmos dos ecrãs e valorizarmos as palavras, e depois uso as redes sociais para divulgar essa mensagem! Por isso, tento usar as redes de forma consciente - partilhando conteúdo que inspire à leitura, à criatividade offline, às conversas reais. Sempre como uma ferramenta e não como um fim em si mesma.

  Gosta de ler? Que tipo de leitor é que é?

Adoro ler! Sou uma leitora omnívora e algo caótica. Vivo literalmente entre pilhas de livros - académicos, ficção, poesia, infantis, clássicos, contemporâneos. Leio em português, inglês, espanhol. Tenho sempre vários livros a decorrer simultaneamente, dependendo do humor.
Como leitora, sou intensamente emocional. Não consigo ler apenas com a cabeça - leio com o coração todo. Choro com as histórias, rio alto, fico furiosa com personagens, apaixono-me por palavras e excertos inteiros. Decoro passagens e poemas simplesmente porque gosto do som das palavras. Sublinho, rabisco nas margens e dialogo com os autores.
E claro, tenho uma relação especial com a literatura infantil. Leio-a não apenas para me inspirar como escritora, mas porque acredito genuinamente que alguns dos livros mais profundos e revolucionários são escritos para crianças. Eles ainda não esqueceram a magia. Faço-lhe até uma inconfidência: coleciono livros pop-up do mundo inteiro e já tenho, inclusive, uma enorme coleção.

Pode ver mais informações sobre o livro aqui.

 




O acesso ao eBook está disponibilizado no final do livro, basta escrever o endereço no seu browser e pode fazer o download gratuitamente.
Se não tem o livro mas está interessado nos exercícios (adaptáveis a qualquer livro), o eBook (em PDF) vende-se exclusivamente na nossa loja online (https://tecto-de-nuvens.pt/index.php?id_product=515&controller=product), também o pode adquirir enviando email para loja@tecto-de-nuvens.pt. Tem o custo simbólico de 2€.



quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Mariana Manaia, ilustradora, em entrevista.

  Há crianças que sonham em ser famosas, em ir à lua, conhecer esta ou aquela personagem (real ou imaginária)... E há aquelas crianças que criam mundos e lhes dão vida através dos desenhos. Com sorte mantém-se sonhadoras e talentosas e, de vez em quando, batem-nos à porta...

E assim temos a história desta jovem ilustradora, nascida em Coimbra e criada em Leiria. Este ano de 2025 esteve connosco e ajudou-nos com a criação de vários mundos: o de um robô muito capaz; o de um bosque mágico e o sempre fantástico mundo da mitologia sebastianista.

Ainda teve um bocadinho de tempo para criar um belo postal de Férias, co-vencedor do nosso Desafio de Julho. 

E é pelos seus lápis e pincéis que vai ser colorida esta entrevista em que fala dos três livros em que trabalhou este ano. Mariana Manaia por voz própria e na primeira pessoa:

       Conte-nos quando é que começou a desenhar e quando é que começou a usar o desenho para ilustrar algo?

Eu desenho desde que me lembro! Se formos a ver, todos nós desenhamos, e somos artistas em criança. Eu nunca deixei de desenhar, sempre foi parte de mim. Usar o desenho para ilustrar histórias é algo mais recente, o meu primeiro livro ilustrado foi “Um sonho GIGANTESCAMENTE transformador” da autora Suzana de Freitas, que foi publicado este ano, em Janeiro. Foi muito gratificante e estou neste momento a trabalhar para fazer da ilustração o meu trabalho a tempo inteiro. Felizmente, desde aí já consegui fazer alguns trabalhos com a Tecto de Nuvens a quem agradeço a confiança e o apoio. Muito obrigada.

       Qual o papel do desenho (e da arte em geral) na sua vida?

Quando sou criativa é quando me sinto mais alinhada comigo mesma e mais feliz. Desenhar é uma forma de expressão e é também uma forma de “escape”. Eu tenho uma mente muito ativa, penso muito, imagino muito e tenho muitas ideias o que é muito bom mas também se torna difícil às vezes. Quando desenho, é algo automático e intuitivo e a mente desliga. Tudo o que interessa naquele momento é o que estou a criar. E quando acabo uma ilustração sinto uma sensação de conquista e de orgulho, o que também é agradável!

       Como é que faz a ilustração de um livro? É um processo “técnico” (no sentido de regras, equilíbrios…) ou mais intuitivo/emocional (do género “consigo visualizar esta cena”)?

O meu processo começa sempre pela leitura do livro. Eu imagino, na minha cabeça, as cenas a desenrolar como um filme. E depois tento traduzir para o papel as cenas chave do “filme” que melhor representem o texto. Só depois dessa parte mais intuitiva e emocional é que penso como posso melhorar o desenho pensando nas regras dos terços, na teoria da cor e nessas coisas mais técnicas.

       Falando especificamente dos livros “Leonor e o robô Topap” (ilustração e capa); “O Bosque das Palavras Perdidas” (ilustração da capa) e “Eu, El Rei Dom Sebastião, a vós retorno!” (ilustração e capa), qual é a sensação que tem ao ver, agora, os livros, já prontos, nas mãos?

É muito gratificante! Ver o meu trabalho como algo físico e tangível e saber que vai dar a cara a estes trabalhos tão bonitos das minhas colegas autoras é uma honra.

       Fale-nos um pouco sobre o ilustrar de cada um destes livros. Foi fácil, intuitivo?

Há livros mais fáceis que outros de ilustrar, por diversas razões. Às vezes a inspiração atinge-nos imediatamente, outras vezes é preciso explorar diversas ideias. E depois também é preciso que a nossa ideia vá de encontro às ideias e expectativas do autor, o que pode acontecer à primeira (com alguma sorte) ou pode precisar de mais algumas tentativas!

Para o livro da “Leonor e o robô Topap” foram precisas várias tentativas para o design final das personagens. Especialmente para o robô Topap. A maneira como interpretei o robô estava longe daquilo que a autora e a editora tinham imaginado. Foi preciso refazer várias vezes o esboço e, ao mesmo tempo, partes do texto que descreviam o robô foram retrabalhadas para chegarmos ao produto final. Mesmo com todos estes percalços eu gostei imenso deste trabalho. Acho que nunca tinha desenhado um robô, por isso foi um desafio engraçado! Para além que gostei imenso da história.

Para o livro “O Bosque das Palavras Perdidas” foi algo muito intuitivo. A autora Helena Ferreira tem um dom para a descrição, o que tornou o meu trabalho muito fácil. O desenho foi feito de início ao fim sem ser preciso uma única alteração. Um daqueles casos em que a ilustradora tem muita sorte!

Por fim, “Eu, El-rei Dom Sebastião, a vós retorno!” foi o meu primeiro livro com a Tecto de Nuvens fora da categoria infantil. A autora tinha muitas ideias desde início, o que poderia correr bem ou mal! Será que conseguiria ir de encontro às expectativas? Correu tudo bem felizmente, as ideias da autora eram muito interessantes e algumas iam de acordo com o que eu já tinha imaginado. A autora falou num nevoeiro e um cavaleiro, e eu imaginei logo uma capa que fluísse para a contracapa, uma ilustração única. Mais tarde surgiu a ideia da coroa que eu também incorporei. A editora Teresa também foi essencial para este trabalho, foi a ponte entre mim e a autora e deu ideias muito valiosas que levaram a uma das capas mais bonitas que já fiz (na minha opinião claro)!

       Existe alguma parte de cada um destes livros, em particular, que a toque mais. Porquê? Influenciou o estilo/escolha do traço?

Para o livro da “Leonor e o robô Topap” a cena final foi a mais marcante para mim e é a cena que deu origem à capa. Os dois parceiros triunfantes, tendo cumprindo a sua missão, foram o foco desta ilustração. O design destas personagens, como falei anteriormente, foi algo que precisou de várias tentativas, por isso também eu me sinto triunfante de os ver assim na capa!

“O bosque das palavras perdidas” tocou-me especialmente pela imersão que tive ao ler este livro. Deu-me imenso gosto ler, e relembrou-me das minhas sessões de leitura em criança. É um livro muito bonito e com uma mensagem muito importante. Para este livro quis me focar em trazer alguma magia para a capa para refletir isso, e por isso a luz foi o foco desta ilustração.

O livro “Eu, El-Rei Dom Sebastião, a vós retorno!” foi o meu primeiro livro com a Tecto de Nuvens fora da categoria infantil. Por isso quis fazer algo bastante diferente e apostar tudo no cenário, em vez de na personagem. O resultado foi uma ilustração com algum mistério, e com alguns elementos que representam bem este livro!

       Indique as razões pelas quais aconselharia as pessoas a ler estes livros? O que acha mais apelativo nos livros?

“Leonor e o robô Topap” é um livro engraçado e tenro sobre um robô abandonado e a menina que o encontra e que o ajuda a encontrar o seu propósito. A inteligência artificial, um tema tão atual, é um dos temas centrais do livro. Como podemos utilizar esta tecnologia para o bem da humanidade? Para mim, como ilustradora, é algo tão importante, porque como sabemos a inteligência artificial está a roubar trabalhos artísticos, seja na ilustração, na escrita ou até na música. Trabalhos estes profundamente humanos, que muitos de nós queremos fazer! Mas podemos utilizá-la para fazer os trabalhos que não queremos ou que sejam perigosos para os humanos como iremos explorar neste livro!

“O bosque das palavras perdidas” é um livro lindo sobre a importância das palavras. Eu diria mesmo que é digno de um filme da Disney. A autora transporta-nos para dentro da história com o seu dom da descrição e o livro tem uma mensagem bonita e cada vez mais importante nos dias de hoje. Aconselho vivamente!

E por fim “Eu, El-Rei Dom Sebastião, a vós retorno!” é um livro já para um público mais crescido. Procura responder ao maior mistério da História de Portugal com uma hipótese muito interessante e emocionante. Aconselho a qualquer apreciador de história e de ficção.

       Considera a arte, neste caso não apenas na perspectiva de um apreciador, mas de alguém que “produz” algo, seja um bordado, uma colagem, pintura, desenho, tocar um instrumento, etc, como sendo sempre uma actividade (até na perspectiva de “escape”) recomendável e positiva? Ou é apenas se a pessoa for boa na sua realização? Ou pode ser benéfico mesmo que o resultado final não seja digno de ir para o Museu? Acha que há mérito no processo por si só?

A arte é algo que todos deveríamos fazer, faz parte de ser humano. Pensem nas pinturas das cavernas. A arte sempre fez parte de nós! Hoje estamos muito desligados do nosso lado criativo, por “falta de tempo” ou porque achamos que “só conta se formos bons à primeira”. Mas permitir-se largar a perfeição e ser mau a alguma coisa, pintar fora das linhas, fazer uma cerâmica torta, permitir-nos errar e tentar de novo é algo profundamente humano. Só avançamos, só melhoramos, se tentarmos e não ficarmos agarrados a uma ideia de perfeição que não existe.

O processo criativo, seja por que meio for, é algo muito benéfico para qualquer pessoa. Alguém disse: “A expressão é o oposto da depressão”. Não tenham medo de se exprimir através de qualquer forma de arte. É verdadeiramente libertador.


 





  








 


terça-feira, 9 de dezembro de 2025

António Jesus Cunha, autor de "CONTIGO PELOS TRILHOS DA VIDA (POEMAS)", em entrevista

 

 Escritor, jornalista, Diácono Permanente, as várias facetas de António Jesus Cunha têm produzido uma grande variedade de textos e resultado em inúmeros livros. Os nossos leitores conhecem também as suas participações nas nossas colectâneas.
Regressa agora com um livro de Poesia, "Contigo pelos trilhos da vida (poemas)", livro lançado a 2 de Novembro, dia em que completou 80 anos.
Sobre o percurso e mensagem desses poemas deixemos que seja o próprio o nosso guia.
António de Jesus Cunha, por voz própria e na primeira pessoa:

 Fale-nos um pouco sobre o seu livro.

Como se lê na Introdução: Os modos egoístas de viver sem a leveza espiritual do amanhecer, do aprender a voar através das nuvens, do contemplar as estrelas e com elas aprender a cintilar, impedem-nos de ver o lado mais belo que Deus plasmou no nosso coração. Este livro resulta, essencialmente, da celebração dos meus oitenta anos. Penso que poderá ser, parar quem o ler, um contributo para aprender a descobrir a infinita beleza de amar e de receber amor.

 Indique as razões pelas quais aconselharia as pessoas a ler (ou dar a ler) as “mensagens de amor” do seu livro?

Hoje, neste nosso tempo tão complexo, nas relações entre as pessoas impera o egoísmo. Torna-se urgente lançar alertas sobre teorias perfeitamente falíveis, tais como: “amor eterno … enquanto dura”. As dificuldades/barreiras de relacionamento são para vencer pelo diálogo, pela compreensão, pela ajuda recíproca, pelo perdão. Na parte final do livro explico isto desta forma: Amar verdadeiramente é a concretização da aventura suprema de dar sem nada querer em troca. É a forma de aprender a suspirar constantemente pela pessoa amada.
Deixo também um apelo a todos os jovens para que nunca se deixem envolver nas teias falsas das paixões sem sentido.
Um conselho/pedido a casais que porventura tenham oportunidade de ler o livro: meditar sobre o texto da contracapa.


 Existe alguma parte do livro, algum poema/foto em particular, que goste mais. Porquê?

Os poemas têm uma sequência lógica. Mas há alguns poemas e um separador que aconteceram em momentos muito especiais da minha vida:

- A raiz pág. 41

- O separador pág 55: Uma rosa segredou-me: olha bem e verás o que te é querido.

- O poema pág 85: Obrigado, Senhor


 Tem mais projectos para estes géneros literários? Livros? Actividades?

Tenho esperança de terminar um romance, iniciado há cerca de sessenta anos.



Pode encontrar mais informações sobre o livro aqui.
Pode ler, ou reler, a outra entrevista do autor aqui.



sábado, 6 de dezembro de 2025

Novo livro de Laura Ramos: "Eu, El Rei Dom Sebastião, a Vós Retorno! – edição revista -"


“Desejado” à nascença,
“Encoberto” na morte…




Há sempre lugar para retocar seja o texto de um livro, seja a História como a conhecemos... Laura Ramos aproveitou para retocar (rever) a sua publicação de 2022, onde nos apresenta uma "nova" perspectiva da história dessa figura mítica que é D. Sebastião...


"E se o rei sobreviveu ao caos da Batalha, mas foi engolido pela névoa da História?
Que tramas teceu o destino ao rei perdido? Terá sonhado em recuperar a Coroa e o Amor?
Como resiste um mito ao tempo e à bruma dos séculos?
A História mais linda está escondida nas lendas!"


Eu, El Rei Dom Sebastião, a Vós Retorno! – edição revista -; Laura Ramos
96 páginas, capa mole, Tecto de Nuvens, 2025; PVP 12,50€

Ilustrações de Mariana Manaia


Este livro tem lançamento oficial a 8 de Dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição, a quem D. João IV consagrou o país fazendo-a Padroeira de Portugal e coroando-a com a coroa portuguesa, que não voltou a ser usada por nenhum monarca português.
D. João IV foi o primeiro rei português após a Restauração da independência portuguesa, perdida em consequência do desaparecimento de D. Sebastião...


Livro disponível nas principais plataformas online nacionais e internacionais.