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sábado, 6 de dezembro de 2025

Novo livro de Laura Ramos: "Eu, El Rei Dom Sebastião, a Vós Retorno! – edição revista -"


“Desejado” à nascença,
“Encoberto” na morte…




Há sempre lugar para retocar seja o texto de um livro, seja a História como a conhecemos... Laura Ramos aproveitou para retocar (rever) a sua publicação de 2022, onde nos apresenta uma "nova" perspectiva da história dessa figura mítica que é D. Sebastião...


"E se o rei sobreviveu ao caos da Batalha, mas foi engolido pela névoa da História?
Que tramas teceu o destino ao rei perdido? Terá sonhado em recuperar a Coroa e o Amor?
Como resiste um mito ao tempo e à bruma dos séculos?
A História mais linda está escondida nas lendas!"


Eu, El Rei Dom Sebastião, a Vós Retorno! – edição revista -; Laura Ramos
96 páginas, capa mole, Tecto de Nuvens, 2025; PVP 12,50€

Ilustrações de Mariana Manaia


Este livro tem lançamento oficial a 8 de Dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição, a quem D. João IV consagrou o país fazendo-a Padroeira de Portugal e coroando-a com a coroa portuguesa, que não voltou a ser usada por nenhum monarca português.
D. João IV foi o primeiro rei português após a Restauração da independência portuguesa, perdida em consequência do desaparecimento de D. Sebastião...


Livro disponível nas principais plataformas online nacionais e internacionais.


Joaquim Armindo, autor de "águas agitadas porque turvas" e "neste livro onde falamos de ti", em entrevista

 

 Neste ano de 2025, este avó, de 75 anos, continuou a mostrar plena actividade: para além das participações na colectâneas e nos Desafios do blogue, presenteou-nos com mais dois livros, um de crónicas, outro de poesia.
Cada um dos livros representa um trajecto, que se complementa, da vida do homem e do autor.
Mas deixemos as apresentações a quem de direito.
Joaquim Armindo, de voz própria e na primeira pessoa:


  Este ano tivemo-lo em dose dupla. Fale-nos um pouco sobre os seus livros.

O “águas agitadas porque turvas”, é um livro de crónicas escritas para o jornal “O Primeiro de Janeiro”, enquanto era jornal em papel, é, por assim dizer, uma coletânea que escrevi com duas crónicas semanais: uma ao domingo, chamada Água Viva, na últimas página e outra à terça-feira, coluna “Moscadeiro”, sobre a Maia, quando fui deputado da Assembleia Municipal da Maia, durante 8 anos, e deputado à Assembleia de Freguesia de Moreira – Maia, durante 12 anos, e deputado à Assembleia Metropolitana do Porto, durante 4 anos.

O outro livro é de poesia o “neste livro onde falamos de ti”, dedicado aos meus netos James e Lucas. Poesia que foi redigida em longo dos anos e outra de 2025.

 

  Indique as razões pelas quais aconselharia as pessoas a ler (ou dar a ler) os seus livros?

Costumo dizer a cada pessoa que me interroga sobre estes meus livros: “Se não tem sono, comece a ler o meu livro, é melhor que um Valium, começa a ler e adormece.” É este conselho que dou, não me parece que aquilo que escrevo tenha significado para alguém, por isso não leia. Mas se quiser ficar contrariado leia.*

  Começando pelas crónicas… Voltou a reunir crónicas, desta vez as publicadas no já extinto “O Primeiro de Janeiro”, o facto de o jornal já não existir resultou em alguma dose extra de nostalgia?

Não tenho nostalgia, colaborei com o jornal durante vários anos, a convite do próprio jornal. Cada coisa nasce e morre. Nem sequer era um leitor assíduo do PJ, foi uma experiência gratificante. Tenho pena que tenha sido convertido em digital e não continuar a escrever, diga-se, graciosamente. Entretanto apareceram outros jornais e uma rádio, para os quais ainda escrevo.

  E ainda relacionado com a pergunta anterior: depois do preparar dos livros “Caminhar”, “Caminhar II” e “Caminhar III”, também coletâneas das suas crónicas nos jornais, que são posteriores às crónicas desta coletânea, e agora revendo as suas opiniões durante o período em que colaborou com o “O Primeiro de Janeiro”, qual o sentimento que domina? Há diferença e distanciamento, não só de quem escreveu, mas também do mundo e das suas circunstâncias? Ou autor e mundo mantém-se consistentes? E, seja qual for a resposta, isso parece-lhe positivo ou negativo?

Não existe distanciamento nenhum, é um tempo preciso. Claro que existe um “tempo” que é maior que o “espaço”, como dizia o Papa Francisco. Contudo não deixo de ser eu, em papéis diferentes, mas sou a mesma pessoa como pensa e age.

  E passando para a Poesia…. Há também aqui um trajeto, é bom reviver?

Há sempre um trajeto, mesmo na poesia. Não para “reviver” mas para sentir.

  Fez algumas escolhas interessantes na recolha para este livro. Nem tudo é poesia pura. Como justifica?

Não sei ao que chama poesia. Tantos os poemas como os textos são poesia, nem sei o que será poesia pura…enfim manias, como de escrever tudo em letra minúscula. É uma forma de escrever e sentir os nossos quotidianos.

  Nestes dois livros (e não só) conta com a parceria da Isabel Ribas para as ilustrações. Como é ver essa passagem das palavras a imagem?

Vamos fazer, eu e a Isabel, 50 anos de casados para o princípio do próximo ano, eu não sei ilustrar nada, a Isabel é uma pintora, temos as paredes de casa cheia de quadros dela. Seria muito mau não contar com ela para elaborar a capa e outras pinturas. É um trabalho de parceria.

  Tem mais projetos para estes géneros literários? Livros? Actividades?

Sim, como disse, continuo a escrever, os livros que estou a preparar, um contém as minhas crónicas no jornal “Primeira Mão”, que já não se publica em papel e não recebe “opinião” de colunistas em formato digital, o outro são crónicas publicadas no jornal  7 Margens. Ainda poderá existir no meio um de poesia. Veremos.


*Nota da editora: Também estão disponíveis as opções: "ler sem adormecer" e "ler sem ficar contrariado". 😉


   

Pode encontrar mais informações sobre estes livros aqui e aqui.
Leia, ou releia, outras entrevistas do autor aqui e aqui.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Ana Ferreira da Silva, autora de "O Dragão Rebolão", em entrevista

 

 Ana Ferreira da Silva, 68 anos, já é um nome bem conhecido dos leitores do blogue, e não só, das suas participações nas nossas colectâneas, à participação nos nossos desafios, já para não referir a sua inesquecível "A Florzinha Vaidosa" (Tecto de Nuvens, 2023). Este ano, a nossa médica anestesiologista favorita, levou-nos de visita a uma floresta muito especial para nos apresentar um simpático "Dragão Rebolão", conto que foi segundo classificado, ex aequo, no Prémio de Conto Infanto/Juvenil 2025.
Mas vamos deixar que seja ela a prosseguir com essa visita guiada.
Ana Ferreira da Silva, por voz  própria e na primeira pessoa...


 Fale-nos um pouco sobre o seu novo livro.

O Dragão Rebolão é um conto que celebra a inocência e a amizade sem distinção de raças e condições sociais (ou neste caso específico, sem distinção de espécies animais, incluindo o “bicho homem”). O Rebolão representa, de certo modo, a alegoria do “Bom Selvagem”. Inserida numa floresta mágica onde todos se dão bem, pretendi insinuar a mensagem no subconsciente dos pequenos leitores de uma forma apelativa, recusando-me a recorrer à agressividade da dicotomia dos “bons /maus” do mundo adulto que os rodeia (e de alguns clássicos infantis também). É uma historinha amorosa com uma mensagem bonita e um final feliz, como compete a um conto infantil.

 Qual é a sensação que tem ao ver, agora, o seu livro nas mãos? E em relação às
ilustrações da capa e do miolo, que são suas?

É uma bela sensação de realização! Adoro o formato de bolso (ou de saco da mãe ou de mochila da escola), que lhe permite acompanhar a criança para onde ela desejar, e isso é muito importante, porque para alguns pequenos, o livro é um companheiro equiparado a um brinquedo favorito. E o facto de me terem permitido ilustrar o conto, torna a simbiose escrita – ilustração mais forte, pois pude transmitir às personagens o aspecto e as expressões imaginadas. Muito obrigada, Tecto de Nuvens!

 Existe alguma parte do livro, em particular, que goste mais. Porquê?

Na verdade, parece-me que gosto imenso do livro, de uma ponta à outra! Deu-me imenso prazer imaginar e concretizar a narrativa e as ilustrações...

 Indique as razões pelas quais aconselharia as pessoas a ler o seu livro? O que acha
mais apelativo no seu livro?

A mensagem, transmitida de uma forma ligeira e bem-humorada, é válida para miúdos e graúdos; mas parece-me que, em termos de primeiro impacto, o mais apelativo são realmente as ilustrações, que a Tecto de Nuvens trabalhou de forma magnífica (como a “polaroid” da contracapa).

 Tem algum projecto a ser desenvolvido, actualmente? Pensa publicar mais algum livro? Continua a sentir vontade de escrever?

Observar e escrever fazem parte de mim, pelo que penso que, enquanto tiver dois neurónios a funcionar, continuarei a imaginar e desenvolver projectos, de maior ou menor fôlego. O conto infantil é para mim uma modalidade relaxante, já que não implica investigação, para além das minhas próprias memórias. Nesse sentido, tenho na calha e na gaveta mais historinhas que tenciono partilhar convosco.

 Tenho mesmo que provocar… Um dragão e um gnomo partilham um segundo lugar de um prémio literário destinado a leitores mais jovens. Não parece a moralidade a retirar de um qualquer conto escrito para estas mesmas idades? E o seu Rebolão aceitou bem partilhar o prémio com o Sebe, o Gnomo?

Parece-me que é muito importante, para o desenvolvimento equilibrado das novas gerações, o regresso ao maravilhoso, à simplicidade da floresta mágica onde tudo pode acontecer sem estranhos artifícios ou efeitos especiais (exceptuam-se aqui as fadas e as bruxas, naturalmente). Na minha opinião, as crianças precisam de espaço para sonhar, para inventar, para criar, em vez de serem bombardeadas com jogos tecnológicos mastigados que as vão limitando e insensivelmente incutindo um certo tipo de agressividade reactiva e isolamento em relação ao “outro” (até mesmo dentro da família). Felicito a Tecto de Nuvens por me compreender...
Quanto ao Rebolão, posso dizer que não ficou nada melindrado, e que nem se importaria de ter ficado fora da classificação, desde que a sua história pudesse ser contada. Até já pediu à bruxa Flora que o levasse a visitar a floresta do Sebe, onde fará decerto mais uma mão cheia de amigos!



Pode obter mais informações sobre o livro aqui.

Leia ou releia a outra entrevista da autora aqui.


terça-feira, 25 de novembro de 2025

Desafios de autores para autores: Calendário de Advento

 E já nos últimos dias de Novembro reciclamos um clássico...




Calendário de Advento


Muito populares, em vários formatos, com diferentes ofertas, são daquelas tradições universais e intemporais.
O que propomos de 1 de Dezembro até ao dia 23 é ter prendinhas para os leitores do blogue. Em qualquer dia podem enviar-nos um texto (poesia ou prosa); um pensamento, um desenho, uma fotografia, etc., alusiva ao Natal. Os trabalhos serão colocados à medida que chegarem e as participações são ilimitadas. A vossa criatividade e espírito natalício serão o limite: se acabaram de decorar a casa e acham que esta merece uma foto, pode ser essa a vossa contribuição do dia. Também podem fotografar os vossos doces de Natal; partilhar um pensamento, uma ideia daquele dia...
Se conseguirem fazê-lo com qualidade para partilhar também podem fazer participações em vídeo e áudio.
Podem participar quantas vezes vos apetecer.
De um modo completamente aleatório, vamos escolher uma participação para receber uma prenda. Se houver comentários, usando o mesmo método que para as participações, escolheremos também um para uma prenda, desde que o autor do comentário nos forneça um endereço de email válido.

Colocaremos os trabalhos a partir do dia 1 de Dezembro, sempre que houver trabalhos novos.
Os trabalhos serão colocados por ordem de chegada, independentemente do dia, do autor ou do número de participações do mesmo.

Agora as prendas...


Os comentários vão estar abertos, nos termos habituais (são moderados, pelo que têm que ser aprovados antes de serem visíveis, o que pode demorar algum tempo, não vale a pena repetir o comentário, aguardem por um horário mais consentâneo com o expediente para verem se está publicado - por favor, alguma pena pelos humanos que vão ter de validar comentários entre compras, cozinhados e, esperemos, comer rabanadas e afins com a família...-), podem expressar a vossa predilecção por algum dos trabalhos ou fazer um comentário que vos pareça pertinente. De 10 em 10 dias: 10, 20 e 30 sortearemos um dos comentários para receber uma prenda (só entram no sorteio os comentários entrados nesse intervalo de tempo e devidamente identificados). Por esse motivo é pertinente deixarem ficar um endereço de email para poderem ser contactados (se não desejarem que ele seja visível, basta escreverem isso no vosso comentário, guardaremos o endereço para contactar em caso de prémio, mas apagaremos o endereço na postagem do comentário) - terão depois de estar atentos ao vosso email para nos fornecerem a morada para onde enviar a prenda.
Fechamos a recepção de trabalhos no dia 23, ao meio-dia, e os comentários no dia 31 de Dezembro, 2025. Tanto os trabalhos como os comentários serão numerados e vamos usar o número da sorte do totoloto do dia 10 de Janeiro de 2026 para atribuir o prémio entre todos os participantes e um outro prémio a sortear entre todos os comentários (ao sorteio, habitualmente, irão os números iguais ao sorteado e todos aqueles que tiverem a mesma terminação).

E as prendas são:

SURPRESA!!! - (na melhor tradição dos calendários de advento) para os sorteios aos comentários dos dias 10, 20 e 30 de Dezembro.

O prémio a sortear em Janeiro será igual tanto para o autor como para o votante e também será anunciado quando começarmos a ter participações.

A participação, com trabalhos e/ou comentários, está aberta a todos. Participe, divulgue, divirta-se e tenha um muito feliz Natal!

Em caso de dúvida pode enviar email para o endereço de onde recebeu este email ou, caso esteja a ver no blogue, pode contactar-nos pelo email informacoes@tecto-de-nuvens.pt

O prémio a sortear em Janeiro será igual tanto para o autor como para o votante: um exemplar de capa dura do livro "Na noite de Natal".





(6) O Anjo do Pólo Norte


Há muitos anos atrás, a Humanidade estava a passar por um período de trevas.
Doenças fabricadas por laboratórios assolavam os Seres Humanos que viviam do medo e tentavam curar-se com ervas.
Esse receio fez desmoronar o espírito de entreajuda entre os povos e gerou muitas guerras.
Ao ver tudo o que se passava na sua bola de cristal, o Anjo do Pólo Norte esperou que a paz voltasse a reinar uma vez que se aproximava o Natal.
Quanto chegou a altura do Advento, o pesadelo que assolava a Humanidade continuava a vivenciar esse maldito momento.
Então, Noa, o Anjo do Pólo Norte, resolveu evocar aos Deuses do Universo que fizessem soprar ventos de mudança acompanhados de Auroras Boreais, para outras latitudes, a ver se os humanos que provocavam essas más atitudes vissem essas cores fenomenais.
Assim foi feito! Os ditadores e outros agressores viram o bailado belo das cores verde, rosa, vermelho, azul, violeta e amarelo.
Como se sentissem hipnotizados, interpretaram o verde como símbolo da natureza e
esperança, que os induziu à renovação e equilíbrio.
Ao visualizarem a cor rosa, ficaram imbuídos no espírito do amor, doçura e carinho,
propagando afetos e harmonia no dia-a-dia.
Já ao sentirem o que o vermelho lhes transmitia, vivenciaram o ferro e fogo provocado a quem eles consideravam como inimigo, mas que afinal eram pessoas iguais a eles, pois corria dessa cor o sangue nas veias de ambos.
Depois veio a cor do céu, o azul, que lhes trouxe a serenidade e paz após terem revisitado o passado com momentos de guerra tão atroz.
Finalmente a cor violeta fez-lhes ver o poder da espiritualidade e na introspecção a que foram induzidos sentiram que é possível viver na Terra sob o desígnio espiritual, em que os bens materiais passam para um segundo plano.
Por trás deste milagre todo, estava Noa, hipnoticamente a fazer o seu milagre durante o Advento e antes de chegar finalmente à Paz e ao verdadeiro espírito natalício. E conforme dita a Lei do cristianismo, a cor violeta durante o Advento está associada à penitência e à conversão, tal como espiritualmente é a cor da cura, neste caso a cura da Humanidade!
Mas o Universo é perfeito e como tal as Auroras Boreais também têm o amarelo.
Associado ao Astro Rei, o Sol, simboliza alegria e otimismo, mas também tem uma
mensagem para a Humanidade: O alerta do perigo de que tudo volte às trevas e ao que se vivia até esse miraculoso Advento.
Mas, Noa continua muito atento! A zelar por nós a todo o momento!



Aníbal Seraphim (texto e foto)

(5) VELA DE NATAL


Naquele Natal, enquanto imaginava como seria o tricotar à luz de uma pequena vela, idealizava as suas sombras dançantes numa parede, e pensei na verdadeira luz que nasceu em Belém há mais de dois mil anos.  
Sussurrei: Ele é como uma fábrica de velas, iluminando corações e almas com esperança e alegria inimaginável, fá-lo sem distinções, velhos e novos, ricos ou pobres, a torto e a direito, desde que as almas o desejem, é claro. Faz o interior das pessoas brilhar como o topo do edifício Chrysler em Manhattan, sem importar, quem é ou de onde vem. Apenas exige que abramos o coração e aceitemos a sua luz.
Mas neste Advento, quando a escuridão parece prevalecer, Ele continua a ser a Luz que brilha mais forte. E pensei:
“Mas porquê Belém da Judeia, uma pequena e humilde aldeia agrícola?
Talvez porque José e Maria tiveram que ir para lá para fazer o recenseamento decretado pelo imperador Augusto, ou talvez porque era um lugar simples e fértil….”
Enquanto trabalhava no meu projeto de tricô, pensei na simplicidade das coisas de Deus:
Um bebé numa manjedoura, não por falta de lugar, mas para simbolizar a humildade. E, eu ali, criando algo com as minhas próprias mãos, sentindo-me realizada, o Natal a aproximar-se, o inverno está a todo o vapor, e cada vez mais mergulhada no meu passatempo noturno, balbuciava querendo entender mais:
Porquê um bebé numa manjedoura? -A grandeza das pessoas está na sua humildade - tagarelei só.  
Devo confessar que não sou especialista em pontos diferentes;) - Envolve lã, tricô e criações peculiares. Mas é uma ótima maneira de relaxar, e até divertir, mantendo os olhos abertos, pelo menos, até às 23 horas.
Depois de tanta azáfama mental, voltei a pensar o porquê das amizades e a reunião familiar.
“Talvez porque Jesus nasceu no seio de uma família. Jesus, Maria e José e todos os amigos que depois  os foram visitar!”
Voltei ao tricô, e já depois da minha engenharia terminada, coloquei  um  pequeno detalhe, um botão em madeira, gravado com with love -IPintoA –
De repente, ouço o som de motores ao fundo, num ruído muito especial. Corri à porta e vi que vinha o Pai Natal a passar de trenó atracado a uma Harley Davidson, acompanhado da academia da polícia da Cidade! Nisto faz um pit stop mesmo em frente da casa, cheio de luzes cintilantes acompanhado por aquele ruido distinto de muitíssimos motores Harley. Foi a visita anual da City Hall, que todos os anos faz uma vénia aos residentes. 
A cada dia que passa a magia do Advento cresce, cheio de alegria, esperança e meditações.
E eu aqui, com a minha imaginação. - Uma vela de Natal – absorvida com o meu tricô, ao mesmo tempo fazendo-me parte dessa época mágica.
Ilda Pinto Almeida


(4) JOANINHA E O MENINO JESUS

Em casa de Joaninha, o espírito natalício começava a insinuar-se antes ainda do fim
de Novembro. A mãe dava a volta aos roupeiros à procura de peças quentinhas que já não servissem, e Joaninha e o irmão juntavam brinquedos de tempos idos, para encher a caixa que haveriam de entregar na igreja. Entretanto, empoleirado no escadote, o pai ia pendurando grinaldas de pequenas estrelas cintilantes nas janelas e fitas doiradas e prateadas por cima da lareira e dos quadros, sem esquecer a grande coroa de ramos de azevinho e pinhas salpicada de sininhos vermelhos à porta de casa. Os enfeites de Natal, coloridos e radiosos, brotavam do caixote de cartão como cogumelos a seguir às primeiras chuvas do Outono; e sobre o aparador da sala amontoava-se, numa confusão à-toa, o presépio.
Montar o presépio cabia a Joaninha, estando o pai e o irmão ocupados a vestir de
festa o pinheiro artificial, e a mãe entretida na cozinha a experimentar receitas de
doces de Natal da avó, enquanto a casa se enchia das notas alegres das canções que
todos conheciam de tempos imemoriais. Montar o presépio era uma grande responsabilidade, porque tinha de ficar bem organizado: os pastores deviam conduzir as ovelhas, os patos estariam a nadar no lago, os reis magos viriam em fila montados nos camelos, e no estábulo, o berço do Menino ficaria ao centro, o burro e a vaca em segundo plano, e S. José e a Virgem logo à entrada para receber as visitas; além disso, era preciso empoleirar o anjo num sítio de onde não caísse...
Era tarefa para uma tarde inteira de domingo! E quando a família se reunia para jantar, a sala tinha um encanto diferente, como se a própria casa respirasse o espírito do Natal. Faltavam ainda duas ou três semanas para as férias do Natal.

De manhã, antes de sair para a escola, Joaninha vinha despedir-se do seu Menino
Jesus, e recomendar à Virgem que o agasalhasse muito bem, porque os dias estavam a arrefecer muito. S. José teria de ir buscar muita lenha para fazer uma boa fogueira! E à noite, Joaninha não se deitava sem se certificar de que o Menino não tinha frio... Talvez tivesse, sem um lençol, sem uma mantinha...
Joaninha teve uma ideia! Dobrando muito bem dobrado um lenço de papel macio,
improvisou um cobertor para o bonequinho de barro, que lhe parecia estar a tremer, e que lhe sorriu assim que se sentiu tão bem aconchegado. Joaninha lançou-lhe de longe um beijinho, e ela própria dormiu como um anjo.
E chegaram as férias, e chegaram os avós para passar o Natal. Não traziam prendas,
porque essas, o Pai Natal haveria de trazer, lá para a meia-noite; mas a avó trazia duas grandes meias de lã que ela própria tricotara – uma vermelha para Joaninha, a outra verde, para o irmão - para pendurar na lareira e a seu tempo encher de guloseimas. E como era macia e quentinha a lã das meias!...
Joaninha teve uma ideia ainda melhor: aproveitando a distracção da família, foi buscar a tesourinha dos trabalhos manuais, e zás!, cortou a ponta da meia vermelha!
Agora sim, o Menino Jesus podia dormir dentro de uma manta verdadeiramente quentinha! Mas à noite, a seguir à consoada e antes da missa do galo, quando o avô
começou a encher de docinhos as meias dos netos, a família soltou uma exclamação
de espanto ao ver espalhar-se pelo chão a parte de Joaninha!
- A meia está rota?! – a avó ajustou os óculos. – Não pode ser! Rematei-a tão bem...
Desculpa, Joaninha, não sei como pôde isto acontecer!
- Eu sei... – embaraçada, Joaninha relatou a sua “proeza”, receando um raspanete
dos pais por ter estragado a prenda da avó; em vez disso, a avó pegou-lhe ao colo e
aconchegou-a a si, sorrindo com a ternura com que só as avós sabem sorrir.
- Fizeste muito bem, Joaninha! Tenho a certeza de que o Menino Jesus gostou muito da prenda que lhe deste! Agora vai juntar os doces, que eu vou coser o pé à meia!
Foi o Natal mais quentinho daquele Menino Jesus de barro.

Ana Ferreira da Silva

(3) SOU NÁUFRAGO

Sou náufrago — e vejo a luz salvadora
Junto ao mar, espelho vivo da lua.
Sempre sonhei um dia ser só tua,
Mas veio a mão severa, castradora.

O meu destino já vinha traçado:
Casar com quem amava outra mulher;
Nunca poderia, enfim, ser feliz, bem-querer —
E o teu caminho tinha-o perdido, cansado.

Fui até ao mar buscar a minha paz;
A areia, confidente eterna e paciente,
E a água fresca a puxar-me às ondas.

E foi no mar que a alma sossegou,
Pois algo dentro de mim murmurou:
Não posso partir agora — é Natal.

Maria Teresa Portal Oliveira


(2) Natal 2025




O Dragão Rebolão e todos os amigos da floresta mágica desejam a todos os amigos
da Tecto de Nuvens (e aos amigos dos amigos dos amigos e a todo o Mundo) um
Natal Feliz, e que a Paz brilhe no vosso caminho ao longo do Novo Ano.
E não se esqueçam do conselho da grande filósofa Raposélia:
“A Paz começa dentro de cada um de vós; tratem de contagiar as pessoas que vos
rodeiam, e em breve teremos a mais bela das pandemias a circular pelo Mundo
inteiro!”
FELIZ NATAL!

Ana Ferreira da Silva
(ilustração e texto)

(1) SEMENTE DE NATAL


I

Natal, és semente de luz feliz e serena,
flor que encanta o tempo ao desfolhar,
Natal, palavra mansa que a noite mantém plena,
livro onde adormeço e volto a sonhar,
odor que embala o peito quando a alma acena.

II

Natal, és pauta viva onde o meu canto se cria,
Um vento doce e alegre que afaga cada emoção,
És brilho que nasce da mais melodia natalícia
És tudo o que brota do teu coração patrício
minha sementinha, fonte eterna de poesia.

Maria Teresa Portal Oliveira


sábado, 22 de novembro de 2025

3º classificado do Prémio Tecto de Nuvens 2025, "A Rainha que trouxe o Sol" , em promoção flash


E cá está a terceira viagem ao mundo mágico da Tecto de Nuvens onde um punhado de cores bem soprado, transforma todo um mundo...






A Rainha que trouxe o Sol; Gabriela Semedo
68 páginas; capa mole; Tecto de Nuvens, 2025
PVP: 8,00€
Ilustrações de Carla Pinto



Uma história encantadora sobre coragem e amizade que atravessa fronteiras.
Isabel nunca imaginou que as suas cores pudessem mudar o mundo, até conhecer Catarina de Bragança, a princesa portuguesa que se tornaria rainha de Inglaterra.
Juntas, enfrentam os medos e nasce uma amizade improvável que une dois mundos, Portugal e Inglaterra, através da arte, da empatia e da coragem.
“A Rainha que trouxe o Sol” é uma celebração da infância, da identidade cultural e da força dos sonhos. Um livro que inspira crianças a acreditarem em si mesmas e convida as famílias a partilharem momentos de leitura com emoção.


PROMOÇÃO FLASH:

Até às 23h59m do dia 24 de Novembro 2025:
8,00€ - 6,00€

Oferta dos portes para Portugal Continental


Pode fazer a sua encomenda enviando email para loja@tecto-de-nuvens.pt

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Um dia com... Julieta em "Agradecimentos"

   "Um dia com..." é uma espécie de página de diário, real ou fictício, aqui cada autor pode fazer o relato de um episódio, fazer uma reflexão, colocar um pensamento, uma foto...

Estará disponível todo o ano, independentemente de outros projectos a correr aqui no Blogue. E está aberto a todos, se tiver algo que queira partilhar, pode enviar para geral@tecto-de-nuvens.pt ou tectodenuvens@hotmail.com indicando no assunto "Um dia com...". Podem enviar quantas participações quiserem.

Por vezes, o dia vale pela chegada a casa, o lar, local de refúgio, porto seguro. Mas a chegada, muitas vezes, implica também o continuar das tarefas e das obrigações, roubando um pouco o entusiasmo pelo "lar doce lar". Contudo, ocasionalmente, boas surpresas aguardam-nos no lar...
A ilustradora Julieta, membro do júri do segundo Prémio Tecto de Nuvens de Conto Infanto/Juvenil, como todos os membros do júri, tem direito a um exemplar de cada livro premiado e um dia chegou a casa e lá estavam todos, a aguardar por ela. Fica o relato.


"Quero agradecer a vossa amabilidade para a oferta que fizeram chegar ao meu lar, chego a casa ao final do dia e vejo no correio estas obras, a vivo e a cores, sentir um livro em mãos é totalmente enriquecedor, visualizando ilustrações personalizadas e tão próprias que me aqueceu o coração
Um muito obrigado a todos pela atenção, gostei imenso do gesto e da oferta, adorei receber em físico estes contos e as ilustrações. Excelente trabalhos dos autores e ilustradores. Os meus parabéns pelas vossas obras tão bonitas.
Continuação de um bom trabalho com muita imaginação e criatividade para todos.
Grata.

Julieta E."



domingo, 16 de novembro de 2025

  E, mais uma vez, o Natal se aproxima e, como tal, é ocasião de apresentarmos a nossa tradicional colectânea de Natal, este ano dedicada ao Conto.




Bem-vindo à Casa do Natal!
Situada no cruzamento da rua das emoções com a avenida das memórias felizes, acolhe, calorosamente, todos os que nela se queiram alojar. Esta casa foi construída com o talento de cada um dos autores e decorada com todo o espírito natalício do designer Hugo Baganha. Não falta aqui luz, calor, brilho e todo o colorido necessário à época.


A Casa do Natal – Colectânea de Contos -; Vários autores;
166 páginas, capa mole; Tecto de Nuvens, 2025
PVP: 10,00€


A este valor acrescem portes. Encomendas para  Portugal continental de valor igual ou superior a 50€ têm portes gratuitos. Podemos enviar para vários endereços.

Faça a sua encomenda enviando email para loja@tecto-de-nuvens.pt